Entre o inicio e o fim


Quando alguém me fala sobre você, eu não lembro do fim conturbado, nem das lágrimas que deixei cair, nem muito menos do silêncio entre nós. Eu lembro da primeira vez que disse que me amava, do primeiro beijo e do seu cheiro. Lembro que o filho do meu amigo tem seu nome e que meu peito fica apertado ao pronuncia-lo.  

Lembro das brincadeiras da adolescência, da sua risada que eu amava e quando você dizia meu nome todo sério. E daquelas muitas vezes que você escrevia uma palavra errada e ao corrigir, você dizia o quanto eu era boba por isso. E é aos pouquinhos e nos montes que me lembro no fim da noite ou no inicio do dia. De frente para trás e vice-versa. Do começo ao fim. Do término ao inicio de tudo.

 Fico pensando nas reticências que continuam a povoar minha mente e ao meio tão bonito da nossa história. Lembro dos "princesa","minha vida" e outros apelidos que acabei aceitando por gostar da forma como você sorria ao me chamar. Foi há algum tempo e parece tão perto quanto naquela vez que você me deixou sem respirar. 

Foram tantos dias, meses e anos, que poderia te amar por uma vida toda e não te esqueceria.  Eu me lembro das nossas missões, dos sussurros abafados e dos olhares intensos. Eu lembro da rotina, do nosso dia a dia que não deixava-nos virar monotonia. Lembro de quando era feliz ao seu lado, mais calma e serena, como uma bomba desarmada. 

E era por sua causa que eu acreditava nas histórias, nos contos de fada. Quem sabe aquele romance impossível viria a ser tão real quanto. Talvez eu escreveria um livro com sua ajuda, poderíamos inventar um pouco ou apimentar, adocicar ou salgar o nosso "nós". Fomos os loucos, insanos, calmos e explosivos. Um misto de caras e caretas, mas um sentimento que poderia transformar o mundo se pudéssemos. 

Eu conheci o amor de longe e de perto, o que machuca e cura, acende e apaga. Conheci-o de verdade, o mais fundo possível e acreditei nisso. É impossível não amar, não sentir nada por quem se sentiu tanto. E agora, continuo a me lembrar dos "para sempre",eu te amo","casa comigo", " vamos ter muitos filhos”. 

Caminhando como estou, quase paro para ficar sorrindo para o céu ou triste por ter perdido esse amor. Eu não posso esquecer, nem se quisesse, porque não sei como continuo te amando, mas continuo ao lembrar de tudo.
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Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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