Resenha: Artemis Fowl - O menino prodígio do crime, Eoin Colfer

 



Editora: Galera Record

Tradução: Alves Calado

Nota: 3,5

'Artemis Fowl tem 12 anos, mas de comum não tem nada. Um garoto prodígio, que vem de uma família rica e que vive para o crime. Após o desaparecimento do pai, ele pretende trazer fortuna para sua família, decidindo roubar o ouro das fadas. Um plano que poderia até ser impossível, mas não para o garoto e sua inteligência.⁣


Eu já tinha ouvido falar muito no Artemis Fowl , até mesmo por conta da adaptação pela Disney. A história infanto-juvenil de @eoincolfer traz uma narrativa ágil, com um protagonista ambicioso e acaba levando o leitor junto.⁣
Com sua genialidade, somos apresentados aos códigos secretos, um fato que atiçou minha curiosidade sobre o garoto do crime. Com cenas de ação, aventura,humor e muitas surpresas, a leitura torna-se mais dinâmica, mesmo com umas partes mais lentas e os capítulos longos.⁣
O autor constrói bem a parte sobrenatural do livro e isso é o ponto mais alto da obra.Por meio do mundo secreto das fadas, a mistura entre seres mágicos e o crime organizado envolve.⁣

Mesmo assim , não sei dizer se Artemis Fowl me conquistou: mal humorado, mimado e ambíguo.Ao longo da trama tive algumas perguntas,mas creio que isso será respondido nos próximos livros da serie. A Holly Short é a melhor personagem da obra: uma policial do submundo das fadas, que baterá de frente com o seu plano .⁣
Com uma linguagem simples, fácil e até previsível , o final nos deixa curiosos sobre o que vira a seguir. ⁣
⁣Realmente é uma história que tem potencial para evoluir e creio que como leitura infanto-juvenil, possa atrair muitos leitores pelo chefe mirim do crime.

Resenha: Cidade da lua crescente ,Sarah J.Maas

Editora: Galera Record 
Nota: 4,5’  

Bryce Quinlan é uma metade féerica e humana. Trabalha duro e a noite, ela sai literalmente fazendo a festa com sua melhor amiga, Danika.Até que um dia, um demônio assassina seus amigos, deixando-a culpada por suas escolhas, ferida na rua e sozinha. Mesmo depois de 2 anos, Bryce ainda sente o vazio no seu coração deixado por Danika. Porém, mesmo com o culpado na prisão, os crimes voltam a acontecer e ela quer vingança pela sua amiga.

Hunt Athalar é um anjo caído, que serve ao seu chefe, sem nunca fazer perguntas. Até que com um demônio a solta pela cidade, ele faz um acordo : ajudar Bryce em busca de encontrar o assassino e ser livre .Juntos, essa dupla vai descobrir que o demônio é só o começo de algo mais sombrio e que ameaça a todos.

Estou tentando conter a animação para escrever essa resenha. Comecei essa nova história com medo do camalhaço, mas Sarah J. Maas me convenceu que sua fantasia adulta é um lado que ela poderia apostar mais. E foi TIRO, CONFUSÃO E GRITARIA !

“Ela era o mar, o céu, a pedra, o sangue, as asas, a terra, as estrelas, as trevas, a luz, os ossos e a chama”

Esse livro é bravo, complexo, sem escrúpulos e não tem medo do que virá. Ela discute sobre: abuso de álcool, drogas, abuso psicológico. Tem violência e linguajar adulto. O inicio foi meio lento, demorei a , de fato, entrar na história. Mas, depois foi tanta ação, tantas reviravoltas inesperadas não me deixaram largar o livro. O universo criado pela autora é bem completo e ela explorou isso ao longo de mais de 800 páginas.

Há momentos de tensão, engraçados e dramáticos. Mas, tudo na medida certa. Eu adorei sua trama urbana, trazendo diversos personagens: lobos, bruxas, tritões, anjos, feéricos, entre outros, expandindo o universo. A autora também traz mais representatividade de cor.

Por amor, tudo é possível.

Bryce é um protagonista tão humana, mesmo sendo semiféerica. Ela é forte, ousada, determinada e amiga. Ela é daquelas que faz do homem gato e sapato, diz na cara o que sente e é independe. Ela é o reflexo humano: imperfeita, bruta e real. Sua jornada ao longo das páginas é maravilhosa. Eu amei cada minuto da sua vulnerabilidade e crescimento

E com certeza, Sarah J Maas tem o dom de fazer meu coração se apaixonar pelos protagonistas masculinos. Alô, Hunt docinho! Sexy, protetor, divertido e pode ser meu anjo da guarda,se quiser.  O seu vinculo com a Bryce é natural, engraçado de acompanhar e me fez torcer a cada capitulo terminado. Não posso deixar de mencionar Lehabah, Danika, Ruhn, Syrinx. 

“Se ela for esperta, ela se esconderá e não atrairá a atenção de nenhum outro imortal poderoso pelo resto de sua vida.”

Um assassinato em uma fantasia? Definitivamente, foi um dos pontos que me prendeu de imediato. Intrigante, enganoso e imprevisível. O desfecho sobre isso foi chocante. AsAs ultimas 200 páginas desse livro fizeram meu coração ser destruído.

 Uma fantasia com personagens que estão lutando contra seus demônios, mas ainda que não perdem a esperança. O mais difícil agora vai ser esperar por uma continuação, com o gancho deixado.

Esse é o objetivo, Bryce. Da vida. Viver, amar, sabendo que tudo pode acabar amanhã. Torna tudo ainda mais preciso.

RESENHA: SE NÃO FOSSE VOCE , Colleen Hoover


Editora: Galera Record

Nota: 4'
Morgan e Clara, mãe e filhas, são tão diferentes, mas ao mesmo tempo suas histórias se complementam. Duas perdas chocantes mudam suas vidas e agora se reencontrar em meio as dores e angústias parece uma tarefa impossível. Elas se amam, mas estão lutando constantemente uma contra a outra.

Enquanto devorava essa história, senti que uma mãe lendo esse livro, veria tudo sob o outro olhar e eu não podia encarar “Se não fosse você” pela visão adolescente também. Tentei me manter neutra e acompanhar o que a Colleen Hoover poderia me mostrar.

A sua escrita é excepcional, construtiva nos dois arcos da história, que se desenvolvem de formas distintas. A forma de lidar com o luto, o amor como recomeço e o passado que insiste em voltar são as temáticas chaves. A autora traz o seu drama característico, mas também o alivio comico através dos personagens secundários e aquela história de amor entre mãe e filha, que só necessitava de uma conversa verdadeira, mas que demorou a acontecer. E talvez, isso tenha me feito não amar a obra em si.

A Clara me irritou demais com suas atitudes e sua forma irresponsável de chamar a atenção; A Morgan por demorar a se abrir, mas ambas estão em luto e eu precisei entender isso. Apesar de não ter algumas respostas as minhas perguntas e ter sentido que o desenvolvimento dos temas poderia ter sido melhor, só consigo devorar os livros da Coho. Não consigo parar de sorrir para aqueles clichês adolescentes, sofrer com a perda dos personagens querer dar uns tapas e mandar conversar para resolver as coisas.

Esse não se tornou meu favorito, mas me marcou pelo quão inesquecíveis são os personagens secundários e com certeza com a mensagem que ela trouxe.

Um enredo familiar, mas com um romance fofo e paciente, que deixava mais sorrisos pelo caminho e o final acabou sendo divertido, previsível e poderia ter sido melhor desenvolvido, visto os problemas emocionais das personagens.

 sendo um remédio para uma trama tão permeada de lágrimas e gritos,mas gostoso de assistir. Colleen Hoover trouxe a história de uma mãe e filha adolescente, as dificuldades de um relacionamento e o nascimento do amor jovem.

Emocionante, maduro e cru. Um livro sobre corações partidos, luto, perdas, perdão e recomeços. Muitas vezes, o mundo desaba e exige que você tome uma decisão. O destino nos força a encarar as cicatrizes do coração e lutar para ter esperança, amor e paz. Um livro que pode tocar cada um de uma maneira diferente, pode ser memorável como não. Mas, de uma coisa tenho certeza: a maestria dessa mulher continua.

“Não entendo como meu corpo pode estar cheio de tudo que nos preenche -ossos e músculos e sangue e órgãos-, e, ainda assim, meu peito parecer oco, como se pudesse ecoar caso alguém gritasse na minha boca.”

“Essa semana provou para mim que nem todas as tempestades melhoram. Às vezes, os danos são catastróficos demais para serem consertados.” 

"No dia que descobri que estava grávida, parei de viver por mim. Acho que chegou a hora de entender quem eu deveria ter sido antes de ter começado a só cuidar dos outros."

“A presença não faz tanta diferença quanto a ausência faz agora.”

"Adultos são tão perdidos quanto adolescentes. Eles só usam máscaras mais convincentes."

"Os sonhos que tenho para sua vida não chegam nem perto de serem tão importantes quanto os sonhos que ela tem para si mesma."

RESENHA: TALVEZ AGORA, Colleen Hoover

 
Editora: Galera Record
Nota: 4/5

Esse livro é a continuação de "Talvez um Dia", então não vou me prolongar tanto sobre o que seria a história. Confesso que estava receosa em ler, já que há 4 anos atrás li o primeiro e me apaixonei pelo Ridge e Sydney, mesmo com suas complicações.

Nesse livro, continuei sendo surpreendida com cenas cômicas, o retorno de personagens marcantes e um desfecho de uma personagem em especial, que antes eu não curtia e passei a gostar dela. Nessa história, é possível conhecer ainda mais o passado dos personagens e você tem a chance de relembrar alguns fatos do primeiro livro.

A escrita da Coho é maravilhosa, como sempre. Fluida, imersiva e dessa vez, ela trouxe 4 narradores, mostrando a visão geral dos fatos através do olhar de cada personagem. Mesmo, torcendo para que Maggie fosse a maior protagonista da história, não foi isso que aconteceu e isso me frustrou demais. Algumas ações de outros personagens foram irritantes e até infantis, dramáticas ao extremo. 

“ São as pequenas coisas que as pessoas fazem pelos outros que definem boa parte de quem elas são."

Além do elenco cativante, mesmo complicado também.  A autora ainda trouxe as composições de Ridge e Sydney. Já falei para vocês que tem playlist no spotify com músicas dos dois livros? Pela voz de Griffin Petterson, a trilha sonora se torna perfeita, romântica e tocante se acompanhar a leitura. Procure por "Maybe Now" e você encontrará.  A medida que a história se desenrolava, a autora também aborda o poder do perdão, as barreiras do amor e a força da amizade.

Mesmo não sendo meu livro favorito da autora, ainda sim adorei voltar a essa história embalada por música, humor e muito amor. Fechando com chave de ouro, ela traz um final maravilhoso para todos e isso bastou para mim.

Resenha: Um assassino nos portões, Sabaa Tahir ( SEM SPOILERS)

                                 

"A esperança é mais forte que o medo. É mais forte que o ódio."

"Um assassino dos portões" é o terceiro volume eletrizante dessa série. Acompanhando as vidas de Laia, Elias e Helene. Não posso falar sobre a história em si, mas vou te dizer da melhor forma possível sobre o quanto essa continuação foi TIRO, PORRADA E BOMBA POR TODOS OS LADOS.

Os personagens estão incríveis e suas jornadas durante a leitura provam que a Sabaa Tahir não tem dó, nem piedade da alma do pobre leitor. Que arranca os cabelos, roi as unhas e não sabe NUNCA, NUNCA MESMO  o que vira no capitulo seguinte.

Helene , a qual eu tinha uma esperança que poderia ser menos odiada, se redime e vou te contar uma coisa: ela brilha nesse volume. Eu simplesmente amava seus capítulos, a ponto de sim, quero ser uma Máscara como ela (hahaha). Toda a intriga politica, as cenas militares e a liderança me fizeram admira-la até o fim. È uma personagem difícil de engolir nos outros volumes, mas aqui você percebe que seu amadurecimento vai além do seu serviço, mas também vale pelas suas escolhas tão duras, que a quebra e ela é obrigada a seguir em pe.

Sabaa Tahir aposta em uma narrativa ágil, eletrizante e envolvente. Levando os personagens a seguirem caminhos difíceis e a tomaram decisões cruéis para conseguirem o que tanto desejam. Será que essa estrada sombria vale a pena ?

Um livro sangrento, trevoso e que só me fez SURTAR E ENCARAR O NADA POR UMA HORA,pensando o que foi que a autora fez com minha mente? São tantas reflexões que a autora propôs a fazer: como consequencias da guerra, genocídio, humanidade, destino e perdas.

Confesso que pensei em reler os primeiros livros, mas pela TBR desafiante do mês, decidi encarar na cara lavada e sem duvida, demorei a me situar no inicio. Porém, aos poucos fui mergulhando na trama já conhecida e revivendo o suspense, a ação e os personagens tão falhos, mas que lutam pelo que acreditam até o fim.

Um assassino nos portões é como estar no palco, ser assombrado pela mitologia criada, mas segurando a mão de cada personagem cativante que esse livro nos apresenta. Segredos são revelados conforme a trama caminha e só digo uma coisa: Que tiro foi esse que 'tá um arraso!´

É uma fantasia surpreendente, com uma mitologia que conquista e ganha a admiração tamanha profundidade nas questões dos personagens e na trama. ÉPICO, DIGNO E DE LITERALMENTE, NOS DEIXAR ABISMADOS. Sabaa Tahir, o que a senhora vai aprontar no final dessa série?

Editora: Verus

Nota: 5'

Resenha: A terceira vida de Grange Copeland, Alice Walker


 Dificil de digerir, forte, profundo e surreal de doloroso

"Não importava qual caminho quisesse seguir, disse ele, alguma força invisível o empurrava na direção contrária." "Ocê precisa se agarrar a um lugar dentro de docê mesmo onde eles não consegue entrar." 

Esse livro foi escrito em 1966, plena época em que havia a luta dos direitos civis nos EUA. E dessa forma, a autora aborda a violência, o preconceito e a opressão de uma sociedade. E assim como Grange Copeland, não importa onde esteja nosso corpo, mas nossa alma é livre, independente das regras. Mas, será que nossa mente não está escravizada?

 "Somos donos de nossas próprias almas, não é?"

Nela acompanhamos a família Copeland em meados dos anos 60.  Grange Copeland e seu filho, Brownfield, sempre viveram uma vida difícil, escrava dos fazendeiros brancos e na pobreza. Porém os atos do pai acabaram afetando a vida de Brownfield, que se desviou do caminho e tornou-se alguém que não imaginava. Para ele, não havia responsabilidade, tudo era culpa dos seus pais: se eles não tivessem feito isso e aquilo, a vida teria sido diferente.

Caos, inferioridade, miséria foram suas companhias. E quando adulto, decidiu ser superior: atraindo a vida dos outros para si, destruindo-as e desprezando. Uma de suas filhas, Ruth, é a personagem que define o fim. Ela carrega em si a violência física,psicológica e social que sofreu.

Confesso que essa é uma leitura difícil de digerir, crua e nua. É impossível não sentir a amargura dos personagens, tristeza pelas situações vivenciadas na infância que afetaram amargamente suas vidas adultas. Eu queria expressar bem o que senti lendo, mas só consigo pensar na angústia, na dificuldade e na dureza desse enredo.

Lembrando que alguns fatos são baseados em história real e fico pensando o porquê esse livro ainda não ter sido adaptado. Ele merece atenção em tempos como estes, para reconhecer o ser humano, a percepção da dor frente ao abandono.

Por mais que seja um livro difícil, por vezes, dolorido demais para continuar, sinto te dizer que você não conseguirá larga-lo. Mas, ele é essencial para conhecer o próximo, sua jornada social.

Com uma escrita afiada, objetiva e original, levando-se em conta o dialeto regionalista e coloquialista da população negra. Dividido em partes, acompanhando as três gerações da família Copeland, os capítulos curtos ajudam no melhor entendimento pela dureza da história. Ela não tem medo, expondo a violência, a crueldade e as feridas da trama.

“Ele estendeu a mão e, com um suspiro, ela abriu mão de tudo que tinha sido um dia em favor de tudo o que se tornaria agora”.

É possível acompanhar as mudanças de Grange, antes tão odiado assim como o filho. Antes desumano, cruel e desprezado, ao longo da narrativa, ele se torna resiliente e acaba sendo tão bem construído assim como os outros personagens.

O romance de Alice Walker trata de assuntos tão relevantes, assim como a educação como forma de independência do indivíduo, violência contra mulher,abandono, racismo e temas políticos e sociais. AA Terceira Vida de Grange Copeland traz reflexões duras, com personagens cruas, nos fazendo o seguinte questionamento: a partir de quando nos tornamos tão parecidos com nosso opressor?


Resenha: Minha Lady Jane

Estamos recontando a história da família Tudor , mas especificamente o reinado do jovem Edward VI. Porém, ao invés de uma luta entre católicos e protestantes, temos conflitos entre Eðians Verdardicos. Os Edians tem o poder de se transformar em animais. E os verdadicos querem extermina-los.

Jane é apaixonada por livros e já está sendo encaminhada para o seu quarto noivado, sem a sua vontade. Tudo ajeitado pelo seu primo, Edward VI, o jovem rei que está morrendo de uma moléstia. Sabendo que Jane vai odiar a decisão, o rei encontra o marido perfeito, ou bem, quase , não é? Levando em conta que ele é um homem e cavalo. Mas, Edward não está enfrentando apenas uma doença , existem planos ocultos para mata-lo e tira-lo do trono. A Inglaterra precisa ser salva, mas quem poderá os defender?

"Ela era rainha. A governante. A monarca. A soberana. A líder. A chefe de Estado. A cabeça da coisa toda. Aquela que usava as calças, como diz a expressão. A pessoa no comando. A patroa. A. Rainha. da. Inglaterra."

Zombaria ao machismo, temos. Crítica as classes sociais, também. Personagem leitor como nós, melhor ainda. Jane é admirável demais. Uma garota que só quer ler, não deseja casamento e muito menos ser a Rainha da Inglaterra. Até o momento que é forçada a isso e toda a história se desenvolve a partir desse fator. Hilário, leve e espirituoso demais. Mesmo sendo escrito por mulheres, todas as narrações se casam perfeitamente. Temos humor durante boa parte do tempo e é tão natural que isso saia dos personagens. Fiquei surpresa por tamanha sincronia das autoras.

Esse livro é uma comédia com fatos históricos e fantasiosos. Com humor negro, crítica e é comico mesmo.

Eu amei o romance entre Jane e Gifford, estranhos no primeiro dia, se odiando posteriormente, e aos poucos percebendo interesse um pelo outro. O desenvolvimento da amizade para o amor é tão doce, tão sensível e memorável. A construção de cada personagem e suas jornadas para salvar o país, a si mesmos são incríveis. A fluidez da trama só mostra o quão boa a história é. Fiquei apaixonada nessa ligação histórica com fantasia, e mais ainda com um tom cômico. Dando um ar divertido a essa história.


"Ela pensava ter entendido a profundidade daquela emoção enquanto lia as páginas de seus amados volumes, com sua vida de certo modo tocando aquelas de homens e mulheres há muito falecidos. Ela tinha sentido muito por eles, tinha chorado por eles, tentado respirar mesmo quando eles não mais respiravam. E então podia fechar o livro, colocá-lo na estante, e as palavras ficavam ali, enclausuradas entre as capas de couro."

''Não havia nada que ela apreciasse mais do que sentir o peso de um exemplar bem volumoso nas mãos e sentir que cada tomo de sabedoria daqueles era mais raro, maravilhoso e fascinante que o anterior. Se deliciava com o cheiro da tinta, a aspereza do papel junto dos dedos, o farfalhar das páginas, a forma das letras encantando seus olhos. Mas acima de tudo, adorava o modo como os livros a faziam sair de sua vidinha mundana e sufocante e ofereciam experiências de uma centena de outras vidas. Por meio dos livros, conseguia ver o mundo.''

Um diferencial que percebi é o vinculo que as autoras estabelecem com o leitor. Elas explicam a história e eu curti essa interação. Minha Lady Jane a um retalho perfeito de romance, humor, aventura e história! Uma hora estamos rindo, na outra estou nervosos com as reviravoltas e o que pode acontecer de errados. E quanto aos personagens? Seus diálogos são maravilhosos e suas aventuras, as mais mirabolantes.

Leia este livro se você estiver precisando de uma fantasia única, mas esteja atento que essa é uma ficção histórica
engraçada e pronta para te te fazer rir a ponto de chorar. Além de ter a ferocidade de personagens femininas.

  Editora: Gutenberg 
Nota: 4,5'

Resenha: Sete dias juntos, Francesca Hornak

 


Editoar: bertrand 

Nota: 4’

Andrew e Emma tem duas filhas adultas: Phoebe e Olivia.  Phoebe é a mais nova e está prestes a se casar, Andrew é um jornalista e crítico gastronômico, Emma é a mãe preocupada, que esta disposta a cuidar de todos. Olivia é uma médica que em países necessitados de maior atenção, logo ela passa longos tempos longe de casa.

Até que sua mãe deseja que todos passem o natal juntos, isso inclui o retorno de Olivia da Libéria, onde ela precisaria ficar de quarentena devido a uma doença chamada Haag. Dessa forma, começa uma quarentena obrigatória na casa da família, isolados, sem uma boa internet e talvez, com segredos que todos os parentes escondem.

Essa família não tem a comunicação como base e cada um deles esconde algo de todos. Logo, temos um cenário frio, um ambiente fechado e provavelmente um estresse a mais por conta disso. Pensando que talvez seja mais fácil confiar em um estranho do que sua própria família.

Sabe aquela história familiar, mas super agradável e que traz personagens nada perfeitos, que só querem manter a aparência? Esse livro fala sobre a conexão familiar e o desafio de viver 7 dias juntos e ao mesmo tempo tão distantes.

A escrita da Hornak é fluida, descritiva e perspicaz, focando na dinâmica familiar com personagens reais. A família Birch, com certeza, pode ser qualquer família no mundo e é compreensível o ponto de vista da autora e o modo em que ela aborda o compartilhamento com nossos entes queridos.

 Terminei a leitura pensando sobre essa família e no que foi preciso para que confiassem mais uns nos outros. Pode-se dizer que muitos vivenciaram isso por conta da pandemia, não é mesmo? Voltaram para casa dos seus pais, passaram mais tempo do que pretendiam “presos” ao lar e talvez isso foi bom para restaurar o dilema familiar, levando-nos a valoriza-los mais.

Um drama contemporâneo que traz as perspectivas de todo o elenco principal. E a partir disso, vamos conhecendo cada membro da família, suas experiencias e como essa quarentena está sendo para eles. E talvez podemos julga-los inicialmente, mas depois compreendemos o porquê das suas decisões e como tudo está prestes a mudar. Apesar da autora se prolongar demais em algumas descrições, o livro é agradável e entretém com uma carga dramática precisa.

 Francesca Hornak constrói uma narrativa interessante, dramática e importante. Com o natal chegando, uma pandemia que parece não ter fim, “Sete dias juntos” aquece o coração e nos remete a importância familiar nos momentos mais difíceis e confusos de nossas vidas.

Voce tem a vida inteira, Lucas Rocha

Editora: Galera Record ; Nota: 4,5'
 

HIV não mata, preconceito sim!

Ian acabou de fazer o teste para HIV e descobriu que é soropositivo. Victor também fez, mas está pensando no Henrique, que revelou que era soropositivo. Henrique está preocupado em como Victor reagiu ao saber da verdade sobre si. A vida vai cruzar a vida dos três jovens a partir desse dia na clínica e eles irão perceber que existem coisas muito mais importantes na vida do que o resultado positivo.

Você é a melhor pessoa que conheço, cara, e tenho certeza que não merece isso. Mas coisas ruins acontecem a pessoas boas. Não existe um sistema de compensação. As coisas simplesmente são como são.”

Esse livro têm um importância tão grande para o cenário que vivemos, pois mesmo em pleno século XXI, ainda há preconceito quanto aos portadores de HIV. O autor mostra a verdade das pessoas que vivem com o vírus, aquelas que acabaram de descobrir e sua jornada a partir de então e outras que estão demonstrando desrespeito.

 Esse contemporâneo aborda o HIV através de três perspectivas diferentes, através de personagens interessantes, que vivem seus dilemas associados ao vírus.

Conforme mergulhava na história, percebi o quão necessário foi trazer esses pontos de vista, afinal as pessoas reagem de maneira diferente. E confesso que muitas informações sobre o HIV eram desconhecidas por mim, mas compreendi a luz que o autor trouxe na obra.

Através de Henrique, Victor e Ian, estigmas são tratados, trazendo reflexões sobre amor, preconceito, família e jornadas pessoais. Ao final dessa nova edição pela @galerarecord, temos uma entrevista com o autor, na qual ele conta como foi o processo de escrita e sua inspiração para a obra.

Sendo leve na medida certa e trazendo bom humor através do elenco secundário. Adorei que o autor não teve medo de abordar as nuances do HIV, de informar o leitor e mostrar as duras dificuldades que um portador pode passar.

Um livro que merece ser lido por todos. Autentico, realista e com uma mensagem de tocar o coração.

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não para”. ( Cazuza)

Resenha: A lista (quase) definitiva de piores medos , Kristal Sutherland

                                        

* Livro cedido em parceria com a Editora Alt 

GENUINO, SINCERO E DIVERTIDO

me·do

1  Estado psíquico provocado pela consciência do perigo, real ou apenas imaginário, ou por ameaça.

2 Receio de ofensividade irracional; temor.

3 Receio de ofender, de causar mal ou de que ocorra algo desagradável.

A família Solar é conhecida por suas peculiaridades. Eles acreditam que a maldição voltou e cada membro será morto pelo que mais teme. Isso acontece com cada membro da sua família, por exemplo: seu irmão morre de medo do escuro; Sua mãe, do azar, seu pai tem agorofobia ( medo de lugares públicos) e seu avó, da água.

Logo, cabe a Esther encontrar meios para salva-los da maldição e descobrir qual será seu maior medo. Porém, ela só não esperava que um colega da infância, Jonah, vai ajudá-la a descobrir qual é o seu maior medo.

Avisos: gatilho para ansiedade, doenças mentais, violência doméstica, automutilação e suicídio.

A escrita da Krystal Sutterland é engraçada, vívida, mágica e tão divertida. Mesmo nos momentos mais sombrios, ela te encanta e não te deixa largar a história. A trama vai além da lista dos piores medos, também conta com o mistério do assassinato, que anda lado a lado com a maldição da família Solar. E que laço mais FANTÁSTICO!

Os personagens são complicados e amáveis. Logo no primeiro capitulo eu já estava apaixonada na Esther e foi lindo ver seu desenvolvimento. Jonah mudou ao longo da história e seu brilho também é perceptível. Os personagens secundários também são maravilhosos. Todos tinham falhas, peculiaridades, personalidade e muito charme.

Além do toque mágico, Suttherland me fez sorrir com insultos shakespearianos, referências à cultura pop e desejar conhecer a família Solar, Jonah e Heph. Fora que Esther e Jonah tem um desenvolvimento tão gostoso de acompanhar e isso me fez torcer a cada página e amar seu desenrolar.

Senti que as emoções e pensamentos da Esther foram bem passados ao leitor. Tive momentos em que compadeci dela, que lutava tanto pela sua família, cuidava de todos, mas nunca de si. Ai, Esther , você é corajosa sim, por mais que diga o contrário. A autora soube fazer um retrato verdadeiro da ansiedade, cru e triste, mas necessário.

Apesar de ser uma história original, divertida e complexa, ela aborda com seriedade a ansiedade, depressão, ataques de pânico e medos. Ela trabalha tão bem a questão do medo, do significado da vida e da morte. Sinceramente, mesmo que você não tenha medo de algo, ainda sim é um livro tão importante, pois com sutileza e sinceridade a autora revela o lado dolorido de sentir medo ao ponto de torna-se uma obsessão.

E lembre-se (eu sei que às vezes preciso): é difícil amar alguém com uma doença mental, mas isso não significa que não deva ser amado. Eles merecem ser amados. E só porque o amor te assusta, não significa que seja uma coisa ruim. Você merece amar e ser amado também.

Eu falaria sobre esse livro o dia inteiro se deixasse, mas me contatarei em espalha-lo por aqui. Estarei na torcida para que ele alcance muitas pessoas e que você entenda que está tudo bem sentir medo e por mais que não acredite, você tem coragem para enfrenta-lo.

O final foi um pouco apressado, mas diferente do que eu esperava, terminei sorrindo e refletindo sobre todas as nuances que a Krystal Suttherland construiu. Sua profundidade nesse YA é imensurável e espero que sua mensagem se espalhe, sendo compreendida e guardada no coração daqueles que tiverem a chance de conhecer essa história.

Uma obra sobre como enfrentar seus medos, ter alguém ao teu lado e aceitar ajuda. E posso lhe dizer que virou um dos meus livros favoritos: triste, doce , engraçado e inspirador.

Espero que você se apaixone pela Esther, Jonas e sua família como eu. E talvez você se sinta encorajado pela bravura de Esther e enfrente seus próprios medos e demônios.

Resenha: Um encontro das sombras, V.E.Schwab

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, MEU DEUS QUE FINAL É ESSE? NO CHÃO, ESTRAÇALHADA.

Kell é um antari, ou seja, possui a magia da forma mais pura e única. Porém, ele é desejado pelos quatro reis de Londres.E Lila continua impetuosa, embarcando pelo mundo e procurando se descobrir.
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Para não dar spoilers referentes ao primeiro livro, saibam que "Um Encontro de Sombras", é puramente FANTÁSTICO! Ao longo das quinhentas páginas, os personagens estão amadurecendo, aprendendo a conviver com suas escolhas anteriores e as consequências de seus atos.

Rhy, Kell e Lila tem um melhor desenvolvimento e a cada página é impossível não querer saber o que virá a seguir. Principalmente com os Jogos Elementares chegando, um torneio em que vários magos disputam por questões politicas.

Uma narrativa rica, facil de imaginar e que provoca grandes emoções. A obra vibra magia, originalidade e carisma. A trama só evolui para os protagonistas. Kell está vivendo novas experiencias e Lila, aa eu só queria metade da ousadia e coragem que você tem. Girl Power por completo.

E quando eu penso que a V E Schwab não pode surpreender, ela vem e explode, aprofundando o universo, apresentando novos personagens e tornando a narrativa mais eletrizante possível. A escrita é detalhada, mas fluida e instigante.


E lembre-se a magia pode transformar, dominar um homem e prendê-lo a escuridão. O caos está instaurado nesse volume e o plot twist, MEU DEUS, me deu uma vontade tão grande de gritar e já ter o terceiro e último volume em mãos. Estou preparada para surtar, ter ataques do coração e torcer por esse elenco maravilhoso.

DESESPERADA, ATONICA E ANSIOSA PELO QUE VEM A SEGUIR.


 

Resenha : Um truque de luz, Stan Lee, Luke Lieberman e Ryan Silbert

                            

Nia tem 17 anos e é u
ma hacker talentosa , porem que vive sob as rígidas regras do pai . Enquanto Cameron só quer ser famoso com seu canal no youtube, que conta mais sobre o mistério do lago Erie, no qual seu pai desapareceu. Junto com seu melhor amigo, Juaquo, Cameron acaba sendo atingindo por um raio. Porém, após uns dias no hospital acorda com poderes cibercinético, podendo manipular qualquer eletrônico.

Isolado de todos e com medo de si, Cameron acaba conhecendo Nia on-line até que esse acaba se envolvendo com um grupo perigoso nas mídias sociais. Seus sentimentos justiceiros podem trazer muita confusão

"No espaço virtual, não existe constrangimento. As mensagens vão e vêm sem as restrições da vergonha da vida real."

Quando se fala em STAN LEE, logo me vem Os Vingadores, X-Men e outros personagens que ele criou. E Alianças tem todas as suas características: leve, divertido, com personagens cativantes e que são bem desenvolvidos.

O livro é indicado para todas as idades, trazendo uma dois protagonistas interessantes e poderosos. Nia não ve a hora de sair de casa e conhecer o mundo a fora. E Cameron só quer reconhecimento e descobrir os mistérios a respeito do seu pai.

 Além de trazer a temática tecnológica como debate e mídias sociais. E que PLOT TWIST mais incrível. Ademias, o livro tem uma carta do Stan Lee um posfácio importante demais. Fiquei extremamente ansiosa para uma continuação, visto o final surpreendente.

Também há algumas referências ao MCU, fora o prólogo escrito pelo próprio Stan Lee que me fez lembrar da sua trajetória. Uma aventura eletrizante, com boas cenas de lutas, personagens que tem potencial. Uma nova era de heróis vem ai e aos poucos, poderemos conhece-los melhor.

Resenha:Coraline ,Neil Gaiman

                        

Editora: Intrínseca 

Nota: 5'

Coraline acabou de se mudar para um casa velha. E nesse novo lugar, ela adora explorar, até que a garota abre uma porta esquisita na sala e repara que há um novo mundo atrás dela. No qual, seus pais olhos parecidos com botões e estão fazendo tudo o que ela deseja. Porém, ela sabe que há um mistério nesse lugar e talvez, voltar para casa seja uma jornada difícil.

 Conheci "Coraline" há muitos anos atrás e desde do inicio, essa sombria historia me encantou. Com a nova edição da intrínseca e um incentivo da @facesemlivros foi impossível não querer reler e reviver uma nostalgia . A Grafic Novel de Neil Gaiman traz uma personagem peculiar e uma história que parece tão simples, porém é bem esquisita, intensa e cheia de significados.

 Qual seria a graça se eu pudesse ter tudo aquilo que eu sempre quis? Em um piscar de olhos e sem menor sentido. E aí?”

Coraline é apenas uma garota, mas tem uma coragem inegável e ela só quer voltar para sua vida normal e ficar com sua verdadeira família. Em poucas horas, relembrei o porquê adorei tanto a personagem: é normal termos medo de algo, de lutar contra, mas isso é que nós faz sermos corajosos.

"Porque coragem é quando você sente medo de fazer algo, mas faz mesmo assim, é quando você enfrenta o medo."

Pode-se passar anos e anos, mas Coraline tem o poder de enfeitiçar qualquer leitor ( seja  criança ou adulto) e ensina-lo como é importante termos medo de algo. Só nos mostra o quão corajosos podemos ser na vida.

Um tom mais escuro de magia, V.E.Schwab

                                           

Nesse mundo, existem quatro Londres: diferentes entre si, mas apenas uma pessoa pode viajar entre elas,o Antari, um dos últimos viajantes, Kell . A Londres Vermelha é um lugar onde a magia é comum. A Londres Cinza é como nosso mundo, não possui magia; a Branca é marcada pela luta para controla-la e a Preta foi consumida por tê-la.

Kell sempre viveu no Palácio, junto com a família real. Ao lado de Rhy,o príncipe e considerado seu irmão, Kell é responsável por levar mensagens entre os governantes das Londres. Até que ele acaba possuindo um objeto perigoso demais que colocará todos em risco. A fim de se livrar disso, ele vai a Londres Cinza e é furtado por Lila Bard, uma ladra habilidosa. Mas, ela propõe um acordo: que vai viajar com ele entre as Londres. Uma simples humana irá se aventurar entre os mundos para manter a pedra segura.

"Você acredita que a magia é uma igual. Uma companhia. Uma amiga. Mas não é. A pedra é a prova. Ou você é mestre da magia ou seu escravo."

Um Tom Mais Escuro de Magia foi surpreendente e me prendeu do início ao fim. O início foi lento, mas aos poucos a autora vai introduzindo esse mundo. Apresentando um contexto mágico, cheio de aventuras e uma escrita que nos permite devorar o livro.

A história apresenta personagens cativantes e intrigantes: Lila, uma ladra que não tem medo de nada e está sempre se metendo em problemas. Kell é sombrio, misterioso e logo me apaixonei. Ambos são fortes e independentes, virão amigos e permanecem por isso mesmo. Além de ter várias cenas cômicas entre os dois.
"Grande é o dilema quando se trata de magia, pois não é uma questão de força e sim de equilíbrio. Se já pouco força, nos tornamos fracos. Mas, se há força demais, nos tornamos algo completamente diferente."

O universo que a autora desenvolve é intrigante, instigante e divertido. Eu simplesmente estou apaixonada por essa fantasia, na qual a magia não é uma coisa boa, nem ruim, mas que depende unicamente do motivo para o qual será usada e nas mãos de quem estará. V.E. Schwab me impressiona com sua criatividade e forma de abordar temas como: a corrupção do poder e o preço da magia.

"A magia transformava o mundo. Mudava a sua forma. Havia pontos fixos. Na maior parte do tempo, esses pontos eram lugares. Mas, às vezes, raramente, eram pessoas."

À medida que Kell pulava a cada Londres, eu ficava mais encantada com a ideia e queria ler mais e mais. Confesso que imaginei todas as Londres e consegui visualiza-las na minha mente, assim como a autora descrevia. Para os amantes de fantasia, ação, personagens para admirar e torcer, com certeza não será fácil largar esse fantasia. 

Resenha: A Garota que Lê no Metrô, Christine Féret-Fleury


O que você faz quando encontra alguém lendo?

A - Se estica um pouco para ver o que o outro está lendo. 

B- Fica quietinho, morrendo de curiosidade.

C- Inventa uma desculpa e começa uma conversa sobre livros.

D- Observa de canto de olho e sonha que este será o amor da sua vida.

Juliette faz todos os dias o mesmo percurso de metro, vendo sempre as mesmas pessoas que o frequentam. Lendo o mundo ao seu redor ao invés de seu livro. Até que um dia, ela decide mudar o trajeto e conhece a livraria misteriosa do iraniano Soliman. Ele lhe dá um cargo: encontrar novos proprietários para seus livros, mas ela deve observar se essas pessoas realmente precisam daquele livro.

Eu tenho uma ligeira queda por livros sobre livros. Todavia, o que poderia ser fofo acabou sendo uma decepção para mim. É frustrante, eu sei. Mas, infelizmente não consegui me conectar com nenhum personagem, nem suas escolhas. E uma das coisas que mais me incomodaram foi os “pulos” na história.

Estávamos em uma cena e de repente, cortava para outra cena, o que trouxe um pouco de confusão e coesão na narrativa. A respeito de alguns nomes de lugares franceses, pode ser até familiar para quem tem uma familiaridade com a França, mas teria sido legal notas de rodapé com uma descrição.

A transformação de Juliette mesmo tratada superficialmente, foi doce e você percebe o quanto sua “missão” em distribuir influencia nisso, além de ter conhecido o Soliman e sua filha.

Mesmo com esses pontos negativos, teve alguns positivos, como: a discussão, mesmo que rasa e superficial sobre o poder de transformação da leitura e mudanças de rotina. Também adorei o cenário de Paris, dando aquele toque vintage e sonhador. Além da lista das obras citadas que a autora disponibiliza, você talvez reconhecerá alguns.

É uma leitura rápida, simples, mas eu gostaria que tivesse se prolongado um pouco mais e ter sido melhor desenvolvida. Independente da minha experiência razoável com a obra, lembre-se que todo LIVRO É UMA EXPERIENCIA INDIVIDUAL. Não é porque não consegui me conectar, que você não irá também, okay?

E tudo bem, por isso, espero que ele ainda possa cativar os corações daqueles que se identificarem.

 * LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM A EDITORA VALENTINA

NOTA: 3'

Resenha: Os filhos de Hitler , Gerald Posner



* LIVRO CEDIDO EM PARCERIA COM O GRUPO EDITORIAL PENSAMENTO

Voce leria a história dos filhos e filhas de líderes do Alto Escalao do Terceiro Reich ?⁣

Os filhos de Hitler publicado pela @cultrix traz ⁣entrevistas feitas pelo jornalista Gerald Posner, a vida dos Filhos de nazistas do alto escalão. Contando as consequências de conviver com as atrocidades de seus pais e lidar frequentemente com seu passado.⁣

Muitos condenaram a figura paternal, outros ainda não compreendem o porquê e poucos defenderam. Mas, todos tem algo a dizer sobre esses familiares e suas atrocidades . ⁣O autor traz muitas informações até então desconhecidas por nós sobre os últimos dias desses homens, o julgamento final e as declarações finais dos mesmos.

Alguns filhos cresceram nos privilégios da vida do circulo de Hitler, e viram o Terceiro Reich na sua infância.Muitas destas histórias revelam mais do que se pode pensar. È uma visão crua sobre como era a vida pessoal e publica dos que andavam lado a lado com Adolf Hitler, sendo testemunhas dos seus crimes, assim como cumplices.

Confesso que por ser um livro de não ficção, eu não esperava que fosse prender o folego e conhecer como a família via o período de guerras, nem após isso com o julgamento no Tribunal de Nuremberg. Foi uma experiencia indescritível, difícil e me permitiu encarar as facetas humanas, a crueldade, a justiça e também a força da corrupção . Acredito que para quem gosta de uma biografia e de conhecer mais sobre esse período de guerras, essa leitura pode acrescentar a seu mundo e de certa forma, nos conscientizar que mesmo não sendo nós, os alemães, temos a liberdade e a voz como força contra tudo o que venha a pertubar a harmonia global.⁣

Não basta torcer para que isso nunca mais aconteça, temos que se empenhar pela humanidade.⁣ Essa obra exige mais de nós do que poderíamos pensar. Sendo assim, indico ler com calma, parar quando precisar respirar e não criar julgamentos precipitados, pois A Segunda Guerra Mundial pode ter acabado, mas suas consequências persistem por todo o mundo.

Resenha: PACHINKO, Min Jin Lee , Clube Intrinsecos


A história falhou conosco, Mas isso não importa.

Yangjin sempre teve uma vida difícil, mas aprendeu com seus pais a sobreviver. Sua filha única, Sunja, traz a dor da sua família e através de sua vida, iremos conhecer a atual história da Coreia e Japão, sua vida como mulher e tudo o que foi obrigada a passar: a dor, a fome, o abuso, o preconceito.

Sunja se apaixona por um homem rico, que frequenta alguns lugares na Coreia. Ele promete que sua vida vai melhorar, até que ela engravida e descobre que ele é um japonês casado, que possui outra família no Japão.

Ela se recusa a ser outra e mesmo em grandes dificuldades e vergonha, ela é pedida em casamento por outra pessoa: um pastor religioso que partirá para o Japão. O abandono de sua antiga vida e da sua desilusão amorosa dá lugar a um drama que se estenderá por muitos anos, caminhando com a criança que a coreana gerou.

Esta é uma história familiar, que se passa na Coreia e no Japão durante o século XX. Seguindo uma família há 4 gerações que viveram grandes acontecimentos políticos da colonização japonesa, as guerras e a divisão de dois países.

A escrita da Min Jee Lee é fluida, mesmo que seja um livro com mais de 500 páginas. Ela te faz mergulhar na história, esclarece e instiga a continuar. Através de uma riqueza de detalhes, com uma boa construção de personagens e com o poder de nos transportar para a Coreia e o Japão com a família de Sunja.

Sabe quando você lê algo que lhe permite sair da sua bolha? Te faz olhar a história mundial com outros olhos, amplia sua perspectiva e lhe ensina? Foi exatamente assim que me senti lendo Pachinko. Conhecer mais da história política coreana, da cultura, da identidade e do quanto a guerra influencia até hoje esses países foi marcante.

Quatro gerações, duas nações divididas pelo ódio, política, guerras e uma família sobrevivente.A sensação enquanto lia é que literalmente viajei para aquele cenário e sofri junto com os personagens, notando a adversidade entre os dois países. Além disso, a autora trata de tantos temas, enriquecendo a trama.

Mesmo com o ritmo lento, a leitura foi interessante, triste e reflexiva. Acompanhar o que essas pessoas passaram, a discriminação, as dificuldades entre as gerações foi algo inesquecível. Lembrando que essa história é verdadeira, mesmo sendo fictícia.

"O destino da mulher é sofrer."

Voces sabiam que a autora demorou quase 30 anos para escrever essa história? Se torna evidente a medida que você lê e imerge nas característica, nos detalhes históricos e culturais da obra.

“Preparariam um caldo saboroso com as amarguras e as pedras em seu caminho. Os japoneses podiam pensar o que quisessem deles, nada importaria se sobrevivessem e prosperassem, eram mais fortes porque estavam juntos.”

Um olhar único para uma área esquecida. Um retrato impactante sobre uma família que sacrificou o que podia pelo amor, inspirando uma resiliência para o futuro. Bem sei que para muitos leitores, esse livro pode não o prender, nem agradar. Porém, ele me fez ver que por trás de cada personagem e suas experiencias, há uma história real, dura e de partir o coração.

Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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