Resenha: Recursão,Blake Crouch





Quao importante são suas memorias?

Comecei 2021 mergulhando de cabeça no sci-fi. Recursão foi muito mais intenso do que imaginava. Há alguns anos, li Matéria Escura e prometi que não perderia nenhuma obra do autor.

Me preparei para embarcar nessa ficção científica permeada de mistérios, suspense e reviravoltas. E que plot twist viu? Sinto te dizer, mas melhor você não saber muito e encarar a leitura as cegas.

Imagina que existe uma doença , chamada Sindrome da Falsa Memória que faz as pessoas se lembrarem de algo que não viveram. Como se tivessem vividos outras vidas e essas lembranças ficaram guardadas.

Barry é um investigador em 2018 e um dia tenta ajudar uma mulher a não cometer suicídio. Em 2008, a neurocientista Helena procura a cura para o Alzheimer, tentando trazer suas memorias de volta. Enquanto Barry está envolto por um mistério da doença, Helena acaba vendo que suas descobertas podem resultar no fim da humanidade.

Ambos os personagens estão lidando com lembranças, em tempos distintos, mas que vão acabar se encontrando. Então, imagina viagens no tempo, loopings temporais e toda a busca pela solução de um caso e uma pesquisa grandiosa.

Aos poucos, o autor vai construindo sua história e surpreendente a cada livro. Deixando o quebra-cabeça ainda mais interessante, frenético e de provocar arrepios. Sim, essa ficção científica é marcante.

Tantos conceitos sobre dimensões, tecnologia e viagens, mas o tempo é o mestre da historia. Blake Crouch o administra, conforme seus protagonistas vão construindo suas memórias e descobrindo mais de si e dos perigos existentes ao seu redor.

Apesar de o final ser aberto,a ponto de me fazer pensar: será que meu livro veio faltando páginas? A história me tirou dos eixos e me trouxe reflexões sobre minha existência, o tempo e o que está guardado em nossas mentes.

E se você tivesse outras vidas, outras possibilidades a partir de determinado caminho? Tão humano quanto, Recursão emociona, questiona e nos libera ...

 

Desnecessário dizer que essas duas histórias se chocam e é algo incrível e alucinante. Crouch escreveu mais um livro estranho, atraente e estranhamente romântico. Como Dark Matter, você pode esperar que este livro fique maior e mais selvagem do que você jamais imaginou antes mesmo de uma sugestão de uma solução aparecer.

 

Histórias sobre memórias realmente me afetam, porque nossas memórias e experiências nos tornam quem somos. Eu sou minhas memórias. E uma das coisas mais tristes em que posso pensar é não ser lembrado por alguém que você ama profundamente.

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Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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