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Eu não sei desarmar uma guerra, mas consigo te desarmar inteira. O toque pelo pescoço, o roçar da barba na sua bochecha, o riscar dos meus lábios nos seus, o olhar que vai dizer muito sem te dizer nada. As mãos que vão passeando por suas linhas, desenhando suas curvas , segurando cada parte sua.
A batalha começa quando nossas bocas vão dizendo o que queremos fazer. Demonstrar para, de fato, aproveitar que estamos juntos, lado a lado, nunca um contra o outro. Beijos terão a força de um momento, suspiros serão o inicio da nossa jornada e começaremos a partir dali ou de lá. Onde quiseres começar.
Como uma dança, dançaremos a noite inteira. Eu darei o primeiro passo e voce seguirá a minha deixa. Deite-se, vire de lado, deixa que eu suba em voce e depois inverta. Os lençóis ficarão ensopados pelo fogo que nos incendeia. Daremos mais um passo e outro, até o momento que cansarmos e gemidos serem os únicos sons que escutaremos.
E eu vou deixar, voce me ver para compreender que somos a parte inteira de duas metades quase imperfeitas. Não precisamos nos partir para juntar. Seu olhar me faz orbitar como um planeta, em torno de voce. E como o sol sente falta da lua, eu sinto sua falta e essa distancia que nos afasta, me ateia.
Nos escombros dos meus detalhes, eu quero os seus para nos reconstruímos, pouco a pouco. Formamos o que nunca poderia ter sido desistido. Te olharei na certeza que você é minha: metade e inteira.