Tempestades de verão

 
Quando você sobe no maior penhasco, a queda pode ser mais longa do que imagina. Dói quando se chega ao chão, estraçalhada, sem se mexer e ao olhar para cima, o céu pode ver. O amor te deixa em silencio, muda, sem som. Continuamos aqui, caídos no ringue, nocauteados no final. Quem venceu , afinal?

Seu coração está no achados e perdidos, acabado no fundo da caixa. Lutando para bater por alguém, mas ainda batendo por voce. A neve cai ao meu redor e deitada, bato asas feito anjo. Desejaria te ter como um, para me acompanhar até onde cheguei. No grau negativo, não há escolhas a não ser sobreviver. Deixando os dentes baterem, os cílios gelarem e sem mãos para esquentarem.

Mas, não há nada que possa te conter. Nem muito menos salvar das ondas que te puxam para mais fundo, desaguando onde não pude me salvar. E se houve um momento no meio do caos, que pudemos gritar aos quatro ventos ou chorar na escuridão da noite, ela ficou guardada. Escondida dos olhos do mundo.

Não há nada que possamos fazer no momento. Só ser quem somos depois do que éramos. A velha luz que saia das frestas da janela, os amassados no colchão, as xicaras vazias, as promessas esquecidas, as alianças guardadas. Nunca bons o bastante um para o outro. Nem suficientes para que durasse e isso por pouco. 

A areia que escapa das mãos em um deserto construído a dois e agora para um. Nunca foi tão solitário sentir, nunca machucou tanto amor. Mas, não há nada que eu possa fazer, por mais que tenha tentado mil formas de te esquecer. E eu me pergunto: quantos dias a mais?  

No momento, ainda são tempestades fortes, silenciosas e que me puxam para o que eu creio ser algo belo e destrutivo. Ou acreditava ser belo, mas não destrutivo há um tempo atrás. Um belo desastre, eminente ou iminente. Próximo a um verão quente, que toda vez me corta um pouco mais fundo. Anestesiada das cicatrizes. Nunca preparada para a próxima revoada de lágrimas que vem ( quando vai parar de vir?).

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Escrever me salva, as vezes. Destroi também, alivia, mas machuca. A ambiguidade da vida. Bem vindo(a), esta é uma parte minha, que também pode ser sua. Com amor, Bia .




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