Pelos curvas do
meu corpo , o cobertor vai se modelando.
Adaptando- se as defeitos, gostosuras
e desejos.
Cubro a cabeça. Deixo o ar pairar, se é que ele pode assim o fazer.
Cubro a cabeça. Deixo o ar pairar, se é que ele pode assim o fazer.
Meus olhos veem a escuridão.
Ouço silêncio e a chuva caindo forte do lado de
fora do quarto.
Mais uma camada. Outro cobertor para acalmar meu calor, abaixar a temperatura do meu corpo.
O peso vai se tornando um fardo. De primeira, protetor. Depois, matadouro.
Mais uma camada. Outro cobertor para acalmar meu calor, abaixar a temperatura do meu corpo.
O peso vai se tornando um fardo. De primeira, protetor. Depois, matadouro.
Mata a dor.
Mataria a dor.
Amenizaria a dor.
E pesa mais e doí demais.
Mataria a dor.
Amenizaria a dor.
E pesa mais e doí demais.
Essa dor que parecia ser só minha e de mais ninguém.
Minha e nada além.
Escondida sob os cobertores.
Fechada em um cômodo.
Ruidosa na alma como a chuva.
Minha e nada além.
Escondida sob os cobertores.
Fechada em um cômodo.
Ruidosa na alma como a chuva.
E trovões e relâmpagos ressoam no meu céu já nublado.
Logo, ficará escuro e só estarei coberta de dor e não de amor.
Protegida e perdida.
Incoerente e convencida.
Que a dor precisa ser mais do que sentida,disso eu sei, mas nem sempre vivida.
Logo, ficará escuro e só estarei coberta de dor e não de amor.
Protegida e perdida.
Incoerente e convencida.
Que a dor precisa ser mais do que sentida,disso eu sei, mas nem sempre vivida.