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Esperar o elevador subir nunca mais foi o problema. O tempo foi seguir seu rumo e eu acompanhei com minhas cicatrizes, aguardando o subir do térreo, primeiro até o segundo andar. As portas se fecharam e a sensação de claustrofobia nao me perturba mais. Não há mais medo mesmo que haja desespero.
Até meus olhos pararem nos seus. Claros como os meus, afetuosos e inocente, apenas nos teus. Se divertindo em um elevador cinza com uma desconhecida e sua mãe do lado. Você parou em mim e eu parei em você, imaginando que um dia será eu ali: explicando para onde iriamos a seguir; segurando sua mão e guiando pelo caminho.
Seu corpo pequeno me fez sorrir verdadeiramente na semana e eu quis abraçar quando me falou boa tarde, com a fala ainda para desenrolar, a timidez misturou e os gestos foram graciosos. Suas mãos estavam longe, mas quase me abaixei ainda mais para conversar. Sua mãe teria deixado se eu te abraçasse por um momento?
Eu me despedi como todos os dias, mas aquele me trouxe mais lembranças tristes que alegrias. Você me deu xau e eu quis ficar. Subir novamente para o segundo andar, só para te acompanhar. Quem sabe, um dia será eu: te vendo com calmaria, sem pressa, mas com todo o tempo do mundo pertencendo a uma garotinha.