Resenha: The Outsiders, S.E.Hilton


Quem nunca foi jovem e desejou mudar toda a sua vida para ter um futuro melhor?


🤜 Em Oklahoma, existem os "socs", jovens que vivem no lado rico. Enquanto, que os "greases", jovens cheios de atitudes e jaqueta de couro, mostram que podem ser quem quiserem ser, mesmo morando na parte pobre da cidade. Mesmo que a sociedade lhe chame de marginais e delinquentes.

🤜Os dois grupos vivem em pé de guerra e não existe paz entre eles. Ponnyboy é um garoto de 14 anos, adora ler e assistir filmes, porém sabe que não tem futuro , assim como seus irmãos. Ele já viu de perto a violência e já foi humilhado desde cedo, mas um acontecimento transforma sua realidade.

“A gente tem problemas que você nem imagina. Quer saber de uma coisa? — Ela me encarou. — A vida é dura para todo mundo.”


💬 Um clássico que conquistou muito jovens e claro que não seria diferente comigo. As diferenças sociais são bem abordadas, percebidas pelas classes sociais, o preconceito e a violência que domina a situação.

 💬 Nota-se que mesmo sendo uma obra ficcional, ela se espelha bem na realidade mundial: jovens que muitas vezes se perdem na marginalidade, na violência, devido ao ambiente em que estão.

“Ele é um Greaser. Os Greasers são jovens da periferia, pertencentes à classe baixa. Além das características em comum envolvendo estilo, possuem um certo gosto por brigas de rua.⠀”

Ponnyboy é um personagem tão atraente, sensível e com um coração gigante. Mesmo em uma casa violenta, com irmãos que não o apoiam nos seus sonhos, ele é marcado pela violência local. Aquele personagem que dá vontade de segurar suas mãos e conforta-lo.

Ponyboy narra essa obra com tamanha vulnerabilidade a dura realidade que vive, os preconceitos e as perspectivas de mundo. Uma história escrita há mais de 50 anos, mas atual, reflexiva, humana e com muito, muito a nos ensinar. Afinal, a vida é dura para todos e mesmo assim, devemos permanecer dourados, como Ponyboy.

 

Resenha: Amor & Sorte , Jenna Evans Welch ⁣

Editora: Intrinseca
Nota: 4/5

Addie e sua família estão para um casamento da tia
 na Irlanda. Porém, depois de alguns acontecimentos misteriosos no verão, Addie sente medo do que está por vir. Até que devido a isso, briga com seu irmão mais próximo, Ian, gerando mais problemas do que esperava.

 Agora, ela só anseia por sua viagem para a Italia, para visitar sua melhor amiga. Mas, nada ocorre como planejado e ela se vê presa em um carro com Ian e seu  amigo irlandês, Rowan, em uma aventura pela Irlanda.

Impossivel não ler esse livro e lembrar do meu amorzinho por Amor & Gelato ( falando nele, indico mais que tudo). Lembrando que essa não é uma continuação dele, okay? São historias independentes.

Uma viagem na Irlanda, trilhas sonoras, um coração partido e problemas entre irmãos? Temos nessa obra. Eu estava muito ansiosa por essa leitura, porém meu coração só se apegou a Rowan, um personagem secundário, que aos poucos me conquistou com sua personalidade descontraída e fofa.

Infelizmente, não consegui curtir tanto outros personagens na história. As briguinhas de irmãos o tempo todo acabaram me irritando, a falta de um maior aprofundamento em uma temática também, além do mais desejei mais explicações sobre a Addie. E no final das contas, foi uma leitura agradável, mas não tão marcante quanto eu esperava.

Uma das minhas partes favoritas da história foi O guia Irlandês que a Addie encontrou na biblioteca do hotel, que trouxe bom humor e uma melhor sintonia a trip dos personagens.  Com dicas de lugares a visitar, para sarar um coração partido e lições de moral.

Embora seja voltado para um público mais jovem, não posso deixar de enfatizar que ainda sim, a história nos convida para viajar pelas estradas da Irlanda, descobrir seus pontos turísticos, em um carro apertado e cheio de problemas e corações partidos.

Amor & Sorte só evidencia que a escrita da Jenna é fluida, rápida e envolvente. E desejo que você encontre um trevo de quatro folhas por onde andar e se não, tudo bem pegar esse livro para descansar a mente e distrair o coração. Que ele seja leve para ti, como foi para mim.

 

Minhas indicações para o Natal



Oie gente, como vocês estão? Claro que não poderia deixar de ter algo temático, já que esse é um mês que eu adoro e sinto que devido a tudo que aconteceu em 2020, merecemos leituras que nos confortem e mantenham nossa esperança. Sendo assim, segue o fio com algumas indicações:
 
🌟 JÁ LI E ADOREI:
» Deixe a neve cair⁣
» O presente⁣
» Isla e o final feliz⁣
Sete dias juntos
Beijos em Nova York
Ligações
O presente do meu grande amor
O caderninho de Dash e Lily
Nossa Música

 
🎁 QUERO LER:
~10 dates surpresa⁣
~Os delírios de natal de Becky Bloom ⁣
~Um dia em dezembro
~Em casa para o natal
~ O natal de Poirot, Agatha Christie
~Um beijo de Inverno na livraria dos corações solitários
~ A última festa
 
💭Gostaram dessa listinha? Planejam ler algo sobre o tema até o natal? Voce tem algum livro natalino para me indicar? Já quero sugestões!

Resenha: Sua alteza real, Rachel Hawkins

Editora: Alt
Nota: 3’🌟⁣   ⁣⁣


❝ Por fora ela é casca dura, mas por dentro Flora é um marshmallow ❞⁣⁣
Amelia é apaixonada por geologia , porem seu coração foi partido recentemente e ela só deseja recomeçar. Até que consegue uma bolsa em uma escola na Escócia, a Gregorstoun , onde a realeza escocesa estuda. Ela só não esperava que sua colega de quarto fosse Flora, a princesa da Escócia. ⁣
Pode ser que elas não tenham começado com o pe direito. Entre farpas e olhares, podem acabar descobrindo sentimentos inesperados.⁣
Sua Alteza Real foi uma leitura leve, divertida e clichê. Ideal para aquele momento que você não quer se apegar a história, a típica sessão da tarde. Só para deixar a vida mais colorida. ⁣
Eu já tinha ficado bem curiosa em relação a Flora no livro anterior. Queria conhecer a megera de perto, se é que me entendem. Com certeza, a Flora cresce durante a leitura, mas isso acontece tão repentinamente.Millie acabou sendo tão sem graça , na minha opinião. Duas pessoas totalmente diferente , que poderiam ter sido melhor exploradas, além do contexto escolar e os dilemas do amor na realeza. ⁣
O relacionamento entre as protagonistas começa como um clichê de comédia romântica: o famoso cão e rato / instalove. Em alguns momentos, rendeu sorrisos e uma torcida minha, em outros senti que poderia ter sido melhor desenvolvido. Uma das melhores partes foi rever os personagens de “ Como sobreviver a realeza”.⁣
Mas, as vezes precisamos de uma leitura despretensiosa para relaxar a mente e só curtir , mesmo sabendo o final. Apesar dos defeitos, Sua alteza real é uma YA fácil de ler, aquele para shippar o casal e esperar pelo final feliz.

Resenha: Sem Lógica para o Amor, Tracey Garvis Graves

 
Editora : Jangada

Nota: 5'

E se você tivesse uma segunda chance no primeiro amor?

Na faculdade , Annika e Jonathan se conhecem.Enquanto ela é tímida, quieta e com problemas de comunicação, se sentindo deslocada no lugar. Em uma partida de xadrez, Jonathan a vê, diferente dos outros e dai, em 1991 a história deles começa.

Em 2001, Annika trabalha como bibliotecária e encontra o ex-amor, Jonathan, no mercado. Depois de 10 anos separados. Aos poucos, o relacionamento vai recomeçar, todavia com um perigo a espreita.

Alternando entre 1991 e 2001, vemos como o relacionamento de Annika e Jonathan começa, e a grande pergunta será: porquê eles se separaram? Aos poucos, vamos conhecendo as perspectivas de ambos e sendo atraídos para essa história de amor.

Apesar do romance ter um foco, a voz de Annika me prendeu durante a leitura. Ela é uma personagem excêntrica, sincera e cujos problemas não podemos ignorar. Ela precisa enfrentar a faculdade e sua ansiedade, seus problemas de comunicação e Jonathan é o companheiro perfeito para iluminar sua vida. Com ele, ela não é mais invisível, se sentia segura e pronta para o que nunca esperou: encontrar o amor, até que algo os separa.

Eu me apaixonei pelos personagens: carismáticos, com suas cargas emocionais e acontecimentos ponderáveis, mesmo que alguns sejam exagerados. Mesmo assim, é uma leitura tão agradável, sobre amor, segundas chances e crescimento.

Um livro que eu não esperava, mas capturou meu coração. Fiquei encantada com o quão bem o romance foi construído, abordando temáticas importantes sobre doenças mentais, mas com sensibilidade e leveza.

Para os fãs de romance contemporâneo, mas também para os que não são e querem ter uma experiencia com a atípica Annika. Nessa partida de xadrez, precisará está atento a todas as emoções que possa vir a sentir.

“O que eu quero dizer é que a maneira que você navega pelo mundo nunca será mais importante do que a pessoa que você é."

"Porque rever as coisas a distância, em retrospecto, é algo maravilhosamente esclarecedor."

"A vida não é fácil para ninguém. Todos nós temos desafios. Todos enfrentamos adversidades. É como as superamos que nos torna quem somos."

Resenha: Cartas para Martin , Nic Stone

Editora: Intrinseca
Nota: 4'

“Não podemos controlar como as outras pessoas pensam e agem, mas temos o controle total sobre nós mesmos. No fim das contas, a única questão que importa é: se nada no mundo mudar, que tipo de pessoa você prefere ser?”


Justyce McAllister percebeu que sua cor define como o mundo o trata. Ao ajudar a ex-namorada, ele acaba sendo preso e declarado como culpado. Depois disso, o adolescente resolve escrever cartas para Martin Luther King e expressa nelas todas as emoções presas, muitas referentes a situações que passa devido a cor da sua pele.

Ele percebe que a injustiça ligada a sua raça é inerente a sociedade. Visto que na sua escola tem poucos colegas negros, fora que os noticiários revelam que negros são presos, mortos todos os dias.


Cartas para Martin tem a leveza, sensibilidade e força sobre uma discussão que ultrapassa as décadas. Quando a cor da pele é a causa dos piores julgamentos? Quantas vidas inocentes perderão as vidas pelo racismo?


Esse ano o movimento Black Lives Matter enfatizou o quão cruel, triste é ver personagens como o Justyce pelo mundo, que lutam por mudanças, mas veem diariamente que isso é dificultado devido as raízes sociais impostas. A vida do protagonista traz todas as barreiras que lhe são impostas, quanto ao seu futuro, as garotas e sua percepção de mundo frente ao preconceito.

Finalizei a leitura de Cartas para Martin refletindo muito acerca dos privilégios que a população branca tem e da realidade dolorosa do racismo. A história de Justyce é um retrato perturbador, real e comovente. Um livro que abre os nossos olhos e mentes para um problema sob a perspectiva do outro. Abordando a violência policial, racismo, identidade, entre outros. Aviso que esse livro terá gatilhos.

 
Por que os negros estão sempre com tanta raiva?? Como eu posso não ter raiva?

Minha única ressalva é sobre o final, que pareceu tão pouco realista frente as questões importantes abordadas no livro. Porém, essa é aquela indicação especial, não só pelas questões levantadas e que precisam ser colocadas em pauta. Mas, como uma história que trará consciência cultural e social para a vida.


Resenha: O Guia do Cavalheiro para o Vício e a Virtude, Mackenzi Lee


Monty é filho de um lorde britânico, sendo enviado para uma grande viagem pela Europa, com seu melhor amigo, Percy e sua irmã Felicity. Porém, vocês não conhecem esse lorde travesso e eles se envolverão em mais travessuras do que imaginavam, desde a ladroes, piratas e algo magico.

Quando finalizei esse livro, me perguntei: Por que diabos não li antes? Esse romance histórico LGBT É HILÁRIO! Temos um trio principal divertido e que não para de aprontar e surpreender, mesmo já imaginando como iria acabar, não pude deixar de me divertir e imaginar que estava no século 18.

Monty é um jovem preso as ordens do pai, que enfrenta problemas interiores, e está bem aberto quando fala da sua sexualidade. Ademais, temos a parte romântica tão divertida e que é interessante, visto que temos um personagem bissexual em uma época incomum.

Mesmo sendo uma narrativa ácida e crítica, é possível torcer e amar o Henry e seus momentos com seu melhor amigo, Percy. Um privilegiado pelo legado, outro negro e que enfrenta o preconceito onde vá, e uma garota. A dinâmica entre os nós é natural, de trazer um belo sorriso no rosto e nos fazer amar esse casal de época.

A autora constrói uma história cheia de questionamentos, uma aventura instigante e inesquecível. Trazendo questões a respeito da época com muita sensibilidade e respeito.

Minha bela e trágica história de amor com Percy não é nem bela nem uma verdadeira história de amor, e é trágica apenas pela unilateralidade.”

Felicity é simplesmente maravilhosa. Mergulhada nos livros, ela é o cérebro do trio. Como mulher, ela sente que pode ser muito mais para o que foi predestinada. E o próximo livro será sobre ela, o que me deixou ainda mais animada.

“Revidar contra todos que nos destroem é um luxo em que ambos paramos de acreditar há muito tempo.”

Com muito humor, sarcasmo e aventuras, O Guia do Cavalheiro para o Vício e a Virtude é feito para aqueles que querem embarcar em uma aventura de coração e espirito. Viver o século XVIII nunca foi tão desastroso, inesperado e encantador.

Resenha: The Prom: A festa de formatura| de Saundra Mitchell



GATILHOS: BULLING, HOMOFOBIA, TRANSFOBIA

Emma Nolan só quer uma coisa antes de se formar: dançar com a sua namorada no baile de formatura. Mas, isso parece improvável tendo em vista onde mora. Alyssa Greene é popular, presidente do conselho estudantil e perfeita, para sua mãe. Mas, ela esconde que namora Emma há um tempinho.

Quando se espalha o boato que Emma levará uma garota ao baile, isso causa uma confusão na escola. Agora, o comitê liderado pela mae de Alyssa planeja cancelar o baile de vez.

Até que Barry Glickman e Dee Dee Allen, famosos da Broadway percebem que podem ajudar Emma e ao mesmo tempo voltarem aos holofotes. Chegando em Indiana, eles lutam para que Emma tenha a chance de ir ao baile.

Porém, nem tudo é emoticons de corações: Emma está brigando frente ao comitê, Alyssa tem receio de sair do armário e Barry e Dee Dee querem atenção para o caso e para si. Um time excêntrico se une para lutar em pró do amor e da liberdade. Será que isso será o suficiente?

Atrás do baile de formatura, a história se aprofunda na questão homofobica , não aceitação das escolhas pelos pais , fanatismo religioso e o perigo que é quando não se há uma mente aberta para a vida.

" É difícil sussurrar nosso amor em vez de gritar para os céus."

O livro me conquistou logo no primeiro capitulo com duas protagonistas cativantes, que trazem todas as emoções possíveis e seus problemas tão reais. Alyssa e Emma nos fazem passar por uma montanha russa de sentimentos.

 The Prom é um Ya LGBT que traz à tona o medo de ser quem você é, por receio dos outros e como o preconceito pode ferir profundamente um ser humano. A obra é baseada no musical de mesmo nome e lembrando que vai sair adaptação na Netflix com um elenco simplesmente maravilhoso.

Eu simplesmente torci, sofri e me emocionei com o relacionamento de Alyssa e Emma. O dilema de amar alguém que esconde seu amor de todos, mas também alguém que foi rejeitado da própria família por sua escolha amorosa é algo complicado. Entre machucados e cicatrizes, essas garotas estão lutando pelo amor e querendo que sua liberdade de escolha seja respeitada.

Mas, nem tudo na vida é arco-iris, então o problema real é bem explorado, mesmo que de forma leve, cômica e fofa : a intolerância nas cidades pequenas. Alyssa tem medo de sair do armário por conta da família religiosa, Emma foi expulsa pelos pais e frequentemente sofre ataques na escola. A comunidade vê a homossexualidade como uma doença e através da mãe da Emma isso fica mais evidenciado. Porém, mesmo que os adultos não queiram mudar seus pensamentos. Nossas protagonistas adolescentes brilham, lutando por uma mudança e o final é tão INCRIVEL. Termino minhas considerações com esse trecho épico.

Emocionante, inclusivo e divertido. The Prom é um acalento colorido ao coração.

Voces sabiam que Edgewater, um cidade pequena em Indiana foi a ultima dos EUA a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo?

 

RESENHA: ELEANOR OLIPHANT ESTÁ MUITO BEM , Gail Honeyman

Editora : fabrica231 
Nota: 4,5

Eleanor Oliphant tem 30 anos e gosta da sua rotina, da solidão e das formas como as coisas tendem a acontecer. Ela não tem amigos. È quieta, pragmática e não sabe socializar. E ela está perfeitamente bem. Mas, Eleanor,  tem como a solidão  uma armadura e se protege das pessoas ao seu redor.Trabalha no mesmo escritório há 9 anos. Todos os dias faz a mesma coisa, até que isso muda quando Raymond, um colega de trabalho saem juntos. Na sua ida para casa, eles vêem um homem andando pela rua que precisa de ajuda. Esse incidente amarra a vida dos três e isso terá um significado para Eleanor Oliphant. A amizade que surge é algo que nunca foi vivenciado na vida dela.

Aos poucos, ela se sente mais ousada, mais confiante para que a atenção de um homem para nela. Ela também percebe que pode ter amigos e que precisará confiar neles em algum momento.

"Há cicatrizes em meu coração, tão grossas e desfigurantes  quanto as do meu rosto. Sei que estão ali. Espero que reste algum tecido ileso, uma área através da qual o amor possa entrar e fluir para fora. Espero."

Imagina uma mulher nos seus trinta anos, mas pessima em ser social. Ela tenta ser normal para todos, mas não consegue e de certa forma, algumas atitudes são hilárias. Porém, não só de momentos engraçados é Eleanor. Ela é triste e sozinha, até o momento que percebe que pode se apaixonar por uma pessoa, se tentar muito.

Eleanor é uma personagem peculiar. Estranha, solitária e surpreendente. De fato, foi um livro que trouxe grandes emoções, pude rir e chorar. Sentir seus receios as novidades na sua vida e suas mudanças. Como uma borboleta, ela está presa a sua rotina e só conhece isso. Ela sabe que é defeituosa, mas nem imagina o quão especial tornou essa história.

Eleanor Oliphant é silenciosa, profunda e como  uma chuva calma, aos poucos ela para e percebemos que o clima mudou para algo melhor. Sua história ela mesma conta. Entre memorias esquecidas, segredos, solidão, percebemos que na vida ela aprendeu a sobreviver.

"Eleanor Oliphant aprendeu como sobreviver - mas não como viver."

Uma escrita linda e perfeita para destruir quem lê. É doloroso e cativante ao mesmo tempo. Não há romantismo aqui e fiquei bem satisfeita com o que autor propôs para a protagonista. Uma história única, comovente, inspiradora e que será inesquecível. Nunca esquecerei do quanto Eleanor tocou em mim, para no final das contas, ficar tudo bem.

Resenha: CANTIGA DOS PASSAROS E DAS SERPENTES, Suzanne Collins

Editora: Rocco

Nota: 4,5' 

Coriolanus Snow faz parte da elite da Capital. Seu pai perdeu tudo na guerra e ele vive com sua avó e sua prima, Trigis. Toda a riqueza da sua família foi perdida em em ações no Distrito 13.Porém, no 10º Jogos Vorazes, os estudantes terão a oportunidade de trabalhar como mentores dos tributos com uma bolsa de estudos para a universidade, se ele for o vencedor. Todavia, Coriolanus acaba sendo mentor da uma menina do Distrito 12, que ele odeia, por sinal. No entanto, aos poucos, ele percebe que Lucy Gray Baird pode ser a única maneira de garantir seu futuro.

O livro se passa em três partes, nas quais temos o antes, o durante e o pós Jogos Vorazes.O Spin off de Jogos Vorazes é diferente dos livros anteriores.A trama política torna-se mais intensa, uma discussão sobre a natureza humana e disputas de poder: nascemos com ela ou somos modificados pelo meio? O quão perverso é o ser humano quando se tem poder?

Através de uma perspectiva sombria dos Jogos Vorazes, temo uma narração em terceira pessoa sobre um personagem que já conhecemos pelo seu futuro. Snow não é um personagem para amar, é para odiar. Manipulador e não romantizado, acompanharemos seu caminhada para ser um ditador.

Quem são os seres humanos? Pois quem somos determina o tipo de governo de que precisamos.

Os bastidores dos Jogos Vorazes são brutais. No inicio, tudo era muito mais cruel, desumano. Vamos conhecer a criação dos jogos e suas modificações através da visão de um mentor/ditador, como isso reflete nos distritos. Apenas com 18 anos, Snow vê no poder da Capital o meio para obter tudo o que deseja. Até percebe que a ordem, a submissão dos outros distritos é o único jeito de contornar o caos. Ele crê nisso e coloca em prática. Por meio desse contexto, os regimes totalitários são explorados, através do temor do povo.

A história é rica de referências políticas, é um mergulho maduro na série e compreendi a escolha da Suzanne quanto a quem seria o protagonista, visto as questões sociais abordadas, tão reais para nossa vida. È possível entender o quão importante é o passado do Distrito 12 e como uma personagem encanta desde a primeira canção a Capital pode ser uma ameaça ao governo.

Lucy Gray faz seus protestos através de suas canções. Pela beleza e intensidade de sua voz, ela dá vida a muitas canções que conhecemos tão bem em JV. OS: escutem a Maiah interpretando as canções de Lucy Gray, por favor. Voces poderiam sentir o poder que suas palavras têm.

Minhas ressalvas ficam quanto a lentidão da narrativa, aos prolongamentos de algumas cenas, como repetição de falas.Alguns personagens secundários são deixados de lado mesmo que fossem interessantes e outros são mais desenvolvidos, mas talvez não fossem tão necessário.

Eu senti falta de um maior aprofundamento da vida de Lucy, de melhor demonstração  mais demorada da decima edição dos Jogos Vorazes. Quanto a relação romântica de Snow e Lucy achei desnecessário, todavia ao longo da leitura percebi o quão manipulada a garota era para atingir os objetivos de Snow. Ele quer possuí-la, usá-la para seus próprios fins.

Talvez o final não agrade a todos, mas eu curti muito.O Snow é ditador, sempre foi, além de traiçoeiro, controlador e sem piedade. Fantástico, essencial e melhor do que imaginei, voltando as raízes de Suzanne Collins após 10 anos. Uma série violenta, crítica ao governos que ao inves de protegerem os jovens, os punem pela sociedade.

Foi uma experiencia que transcende minhas palavras, por ora. Sei que tenho minhas ressalvas, mas foi tão bom voltar para a essência dos Jogos Vorazes através de uma perspectiva não confiável, que acentua que tudo sempre foi sociopolítico. Quantos temas essenciais  e referencias maravilhosas,  desejo tanto ler outros spin-offs dessa história.Se você é fã e quer conhecer a visão cruel, violenta e desumana dos Jogos, indico  a leitura.

Descobrimos também a origem das músicas que nos encantaram nos livros anteriores, como Deep in the Meadow e The Hanging Tree. O momento em que um rebelde do 12 é enforcado na árvore-forca e os tordos repetem suas últimas palavras desesperadas foi, na minha opinião, uma das partes mais bem escritas, pesadas e chocantes da série de Jogos Vorazes.Mesmo que ao longo do livro Snow tenha demonstrado sentimentos de amor e amizade, é possível perceber que ele facilmente deixava-os de lado ao colocar sua sede por poder em primeiro lugar. Snow não aparenta amar realmente Lucy Gray, mas sim mostra o desejo de ter posse dela. Não era realmente amigo de Sejanus, mantinha-se perto para não ser implicado nas ações rebeldes dele e na esperança de conseguir explorar um pouco mais a família do garoto.

“ O que aconteceu na arena? Aquilo é a humanidade despida. Os tributos. E você também. Como a civilização desaparece rapidamente. Todas as suas boas maneiras, a educação, a formação da família, tudo de que você se orgulha, arrancado num piscar de olhos, revelando o que você realmente é."

"Snow cai como neve, sempre por cima de tudo"

RESENHA: PRINCIPE MECANICO , Cassandra Clare

Editora: Galera Record
Nota: 4,5'
 



"Tique-taque, começou a bater o coração mecânico em seus dedos..."

 

Em Londres de 1878, a órfã Tessa Gray tem apenas um cordão com um pingente de anjinho mecânico de lembrança dos seus pais. Ela ama livros e está em busca do seu irmão Nathaniel, mas é sequestrada por mulheres ou as irmãs sombrias.Para salvar o irmão,Tessa é obrigada a fazer de tudo, até algo que ela nunca imaginou ter o poder de se transformar em outras pessoas tanto vivas e mortas.

Até que Tessa descobre que esta sendo preparada para se casar com O Magistrado, um homem poderoso que tem a intenção de criar um exército de pessoas mecânicas para acabar com os Nephilim (anjo com humanos). E é nesse momento que Will, um caçador de sombras, aparece para salvar Tessa e a leva para o Instituto. Jem é o melhor amigo de Will, que os ajudará a lutar.



Anjo mecânico é incrível. Eu ficava surpresa a cada final de capitulo e com muita ação, fiquei presa nessa história, novamente.  Esse livro pode não ter um o melhor enredo, mas o que faz ele ser memorável é o elenco de personagens. Li Peças Infernais há mais de 4 anos e reler me fez lembrar o que eu amei nessa trilogia: a maneira como eles veem o mundo. A união que eles têm, a sabedoria com poucas palavras, as decisões tomadas e bem pensadas. São personagens tão palpáveis, mostram suas forças, fraquezas, machucados, cicatrizes e ainda são sinceros.

 

 “Sempre se deve ter cuidado com os livros - disse Tessa -, e com o que está dentro deles, pois as palavras têm o poder de nos transformar.”

 

Tessa é muito ingênua e inocente. Ela não tem ideia do porquê ela foi levada para as Irmãs das Trevas  e vê-la se desconhecer é triste. Porém, até o Will a encontrar e tudo mudar. No desfecho do livro ela já não é mais ingênua, ela é forte e corajosa. Ai Will, você tem meu coração todo seu atrevido. Adoro a personalidade sarcástica dele.

 

— Seja como você for fisicamente – disse ele –, homem ou mulher, forte ou fraco, doente ou saudável, tudo isso importa menos do que o que há em seu coração. Se tiver a alma de um guerreiro, você é um guerreiro. Independentemente da cor, da forma, do tom que a envolve, a chama do lampião permanece a mesma. Você é essa chama.

 

Anjo Mecânico é um livro especial, aquele para deixar em um cantinho único e que mal posso esperar para continuar essa história. Minha meta é ler em julho Principe Mecanico e em agosto Princesa Mecânica. E você? Já leu?

Resenha: A segunda vida de Milly, Beth Morrey


"
Se voce quer mesmo uma coisa, tem que se agarrar a ela. Não desista. Agarre-se como se sua vida dependesse disso."

 Missy Carmichael tem 79 anos e mora sozinha em uma casa grande em Londres. Todos os dias ela sente falta do seu marido, Leo. Porém, ela se esforça para viver normalmente, caminhando no parque próximo, sua distração para o seu coração partido. Nesse dia em especial, Missy acaba conhecendo uma mãe solteira, Angela e seu filho, Otis. Além de Sylvie, uma senhora que está distribuindo croassaints até que Missy tem um desmaio e essas pessoas que estavam ao seu redor ficam preocupadas.

 Dias depois, uma invasão, uma cadela precisando de cuidados e uma mãe solteira viram a vida de Missy do avesso. 

Ao longo do livro, é explicado o que aconteceu com Leo,além das tensões com a filha mais velha e sua relação com Alistair, seu filho mais novo que partiu seu coração. Do outro lado da rua, Missy se encontrava solitária, dando pequenos passos para amizades e isso trouxe luz para sua vida até então cinza.

Nem o coração mais duro resiste ao amor

Quando você se depara com uma pessoa solitária, triste e na terceira idade o que você faz? Eu simplesmente tenho uma vontade enorme de parar o tempo e apenar escuta-la. Seja para contar a história da sua vida, seja para olhar para as linhas do seu rosto. E foi assim que fiquei com esse livro da @intrinseca . Fechei os olhos e imaginei a Missy do meu lado, afaguei a Bob, corri atrás do Otis e ri com a Angela.

Essa é uma daquelas história em que uma personagem narra sua solidão, seus segredos, dificuldades, mas também conhece por destino( talvez?), pessoas incríveis e que trazem sorrisos antes esquecidos para seu rosto. Nos lembrando que é tarde demais para mudar sua rotina, não importa a idade que tenha. Nem para descobrir novos amigos, viver experiências. O envelhecer vai além dos anos.

E que livro mais maravilhoso. Fui cativada de todas as maneiras possíveis. Pela Missy, a quem quis abraçar e simplesmente sentar no parque para saber mais da sua vida.  Dos novos amigos que ela fez, como Angela , uma mãe solteira, mas durona e divertida. O pequeno Otis, um garotinho fofo. Mas, meu coração se enchia quando Bob, uma cadela fazia Missy se sentir amada e lembrada.

Beth Morrey tem uma escrita fluida, sensível e profunda. Te convidando para uma história cheia de reviravoltas, momentos divertidos e memoráveis. Com certeza, o final foi tocante, cativante e eu abracei esse livro.

Edificante, cômico e acolhedor. A Segunda Vida de Missy é como a vida: muitas vezes, estamos resistentes a mudanças. Mas, como uma flor, chegamos a uma momento que precisamos desabrochar, vivenciar novas aventuras, chutar o que nos deixa tristes e se abrir para outros caminhos. Para rir, chorar e curtir as surpresas que ela trará.

Resenha: Dôra, Doralina, Rachel de Queiroz


Editora: José Olympo 

Nota: 4'

Dorâ Doralina é uma jovem oriunda do interior. Mora com sua mãe, a qual a chama de Senhora. Mas, recentemente perdeu seu marido,vivendo para as ordens da mãe até que decide se mudar para Fortaleza. Trabalhando em uma pensão, Dôra conhece o mundo através das peças , comédias e espetáculos do Teatro José de Alencar. A partir de uma oportunidade de substituir uma atriz em uma das peças, Doralina descobre que é preciso ter mais do que coragem para enfrentar o desconhecido e suas paixões.

Uma obra brasileira que aborda o feminismo, o grito de liberdade de uma garota e mulher , os relacionamentos amorosos em uma jornada dividida em três partes: Livro de Senhora, Livro de Companhia e Livro do Comandante.De certa forma, Doralina chama atenção tamanha as discussões que possa trazer através da sua vida: presa a mãe, posteriormente, “livre”, mas ainda dependente das situações da vida.

Comecei a leitura aos poucos, tanto para me situar quanto a linguagem, como ao contexto social e escrita da Rachel de Queiroz. Cuja publicação original em 1975, tem uma escrita focada na insubordinação da mulher em uma época em que sua independência era vista como afronta.

Já agora o corpo era meu, pra guardar ou pra dar, se eu quisesse ia, se não quisesse não ia, acabou-se. Era uma grande diferença, para mim enorme."

Dôra parte de seu interior, mas por mais que os anos passem, ele não sai dela. Nunca esquecendo quem é e de onde veio. A partir de flashbacks, Dora passeia entre o passado e o presente. E podemos conhece-la pelas suas memórias. Desde criança, sua mãe ou Senhora dizia que ela seria destinada a dor, seria algo intrínseco de sua vida. Perde o pai na infância e sofre de amor durante a juventude.

O retrato nordestino, real e reflexivo sobre o imigrante, suas dificuldades e conflitos sociais. Um clássico da literatura brasileira que fortalece a mulher frente a uma sociedade machista, que a submete a crueldade.

6 motivos para ler O segredo de Rose Gold, Stephanie Wrobel

 


"Dizem que um ressentimento pesa demais para ser carregado.”

1. A ficção é inspirada na HISTÓRIA REAL de DeeDee Blanchard e Gypsy Rose.Em 2015, Dee Dee foi encontrada morta e sua filha, Gypsy , antes cadeirante e precisando de muitos cuidados, desaparecida. Porém, as aparências enganaram a todos e a verdade era que a garota não tinha doença nenhuma, tudo era imposto pela sua mãe.

2 . O THRILLER: O segredo de Rose Gold narra os acontecimentos após a conclusão da sentença de Patty Watts. Condenada por envenenar sua filha, Rose Gold durante sua infância.  Aparentemente, Rose já perdoou sua mãe e a levará para morar com ela. Mas, isso não é o mais suspeito. 

 3.VINGANÇA: Será que Rose Gold está pronta para deixar o passado para trás e recomeçar? Ou isso é apenas o inicio de sua vingança. Porém, aos poucos iremos compreender o que se passou nesses 5 anos em que elas estiveram afastadas.

4. PERSPECTIVAS: através da narração de ambas, conhecemos o passado e o presente.  Porem, fique atento as omissões que a obra traz. Estar na mente dessa mãe e filha foi algo louco, até enojante e difícil. A patologia não é somente física, mas mental. Em quem acreditar? Em quem confiar? O livro é tenso e confesso que não escolhi nenhum lado.

5.DOENÇA OU MALDADE: A obra aborda a doença de Munchausen, um transtorno mental no qual a pessoa acredita no que lhe é imposto, no caso de Rose Gold que acreditava estar doente já que sua mãe a induzia a isso. RoseRose Gold e Patty são o retrato frio do quanto a crueldade pode vir dos traumas e ser criada pelas situações. 

6. INSTIGANTE: Pegue o café ou chá, até uma pipoca e se tiver estômago, mergulhe na escrita da autora .Com um ritmo rápido, cenário de muita tensão e suspense, só enfatiza o quanto os personagens são duvidosos e manipuladores. Esse é o tipo de jogo que você não sabe em que apostar, mas tem muito medo do quão explosivo será. SeSe você gosta de thrillers psicológicos, sombrios e questionáveis, este é altamente recomendado. As reviravoltas não param e são assustadoras.


Resenha: OS SONHADORES | Karen Thompson Walker | Tag inéditos | 4’

                     

Em Santa Lora, uma cidade interiorana da California, uma doença acomete a população. Todos a chamam de doença do sono que começou em um dormitório da faculdade.Causando sono um incontrolável, cujos sonhos são estranhos. Aos poucos, a doença se alastra. O hospital não comporta mais tanta gente e uma quarentena é estabelecida. Ao cair no sono, não se tem a certeza se em algum momento acordarão.⁣

"É fácil confundir um desejo com um fato, uma esperança com uma mentira, um mundo melhor com aquele que existe de verdade".⁣
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O livro tem uma transparência e pude perceber o quão real é isso. Vivemos o medo da doença, a saudade do contato, as incertezas do amanhã e a espera de noticias melhores. ⁣

Os sonhadores foi uma leitura especial para mim. Uma premissa que me chamou atenção de cara. A forma como a autora explora as faces da humanidade, as dificuldades do sistema de saúde em uma situação inesperada, o terror do momento, associado ao sonhos foi uma boa maneira de discutir o tema. Minha ressalva foi quanto ao final abrupto, rápido e senti que faltou explicações dos significados dos sonhos.⁣

A escrita de Karen Thompson Walker é instigante, mesmo com um ritmo mais lento. Mesmo assim, eu não consegui parar de ler. Era como se eu estivesse vendo um episodio de Black Mirror ou lendo sobre nossa pandemia. Senti pânico, medo, solidão e uma angustia paralisante. Mas também, pude refletir as repercussões de uma doença para a humanidade. ⁣
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O sono não deveria ser uma momento de relaxamento, esvaziamento dos nossos pensamentos para descanso da mente? É exatamente por isso que Os sonhadores instiga e atrai com sua trama. Um romance com uma ficção científica leve, cheia de tensão. ⁣

A obra é navega entre uma situação extrema e o poder dos sonhos. A autenticidade humana como pano de fundo de uma história assustadora. No final das contas, a autora traz uma profundidade nas ultimas páginas, onde os personagens possuem uma simbologia a ponto de nos propiciar uma forte reflexão .

FORA DE CONTROLE, ASSUSTADOR, SOLITÁRIO E REAL.

 

Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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