Atmosfera








 Sente-se e me descreva. Na atmosfera que somos, me despejo em ti. Como se a saudade pudesse se medir. Mas, quem disse que ela parte e se parte, do que adiantaria existir? Ninguem me disse que seriamos reais em algum momento, mas tornamos nosso amor, um reino. Fomos únicos e inteiros, com uma constelação de medos.


Flutuo além da gravidade, porque a Terra não me prende como você me firmava ao chão. Liberto-me em silencio e me solto nos gritos mudos. O som que não podia ser ouvido, torna-se melodia nas pontas dos meus dedos. Desenho ti como desejo. Aprendi que o tempo passará e muitas outras coisas nao mudarão. Nada mudará. E não tem problema te mencionar.


Na cama, ao meu lado, me deixa segurar sua mão. Se voce estiver longe, eu irei te encontrar. Se isso for suficiente para você, nos encontraremos a cada amanhecer e anoitecer. Deixaremos as constelações saberem como nossa vida é conectada e mesmo com as áreas cinzentas, desnudamos um para o outro. O ato de se apaixonar é solitário, as vezes, mesmo com a companhia passageira.


O mundo decidiu que o medo pode existir e a coragem também. E quando decidiu ser falível era o mesmo que ser fraca, todos acreditam nisso. E isso, estava em toda parte. Do céu noturno ao cheiro do café, do calor suado, do mar salgado, do abraço quente ao sorriso mais doce. Existir também pode ressignificar solidão.


Estrelas são imutáveis. Nós podemos mudar tudo , mas nada as mudará. Maiores que todos nós e mesmo assim o Triângulo de Verão apontará na direção certa. E o alivio é saber que algum dia, por mais longe que esteja, algo vai melhorar. Senão o tempo, a história.


Se não for a minha, que seja a sua. Permanecemos mutáveis com os ventos; brilhamos esporadicamente como as estrelas e fervermos quando tocados. Na medida que estamos sozinhos, ainda podemos sermos admirados. De longe, deitados no chão da varanda vendo como o mundo é imenso , as estrelas continuam tão distante. Mas, a um toque podemos senti-las nas pontas dos dedos e assim, iluminamos a escuridão que antes esquecemos quando formos inteiros.

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Bia - mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão pela escrita e pela leitura.




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