Texto: Troféu




Não precisa me dizer. Eu já sei o que era para você.
Nada mais do que um mérito, nada mais do que um troféu na estante.
Ouro, prata ou bronze. Nada melhor do que ficar com um coração que não se quer.
Foi lhe entregado para cuidar e você só o fez guardar.
Mostrar que era dono de alguém, mas não a conhecia.

Não sabia das suas manias, de quantas vezes ela jogava tudo para o alto para te ver.
É engraçado, não é? Seu troféu caiu da estante depois de ficar muito tempo exposto.
Despedaçou-se. Meu coração também doeu. Minha raiva cresceu.
Nada melhor do que querer o impossível, que não era mais isso para você.

Na linha de chegada, você acabou sendo o ultimo. 
Eu larguei primeiro esse vício e deixei o cúmulo de avisos.
Você foi, eu fui e não voltamos mais.
Linhas separadas, vidas mudadas, não nos reconhecemos.

Depois de anos, me preparei para aqui estar e ficar.
Estou sozinha na largada, não te espero mais.
Não sinto sua falta e nem você a minha e tudo bem.
Estou correndo e não olho para trás.

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Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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