Chego e me jogo no sofá, pego um caderno e uma caneta. Ai se eles falassem, contariam todos os meus problemas.
Fico pensando no que adianta escrever sobre a vida, sobre o que sentimos, nossos problemas e frustações? Afinal não basta só vomitar no papel e não levantar um dedo para se decidir.
Decisão, ai como você incomoda. Uma pedrinha no sapato. Deveria ser mais fácil, fazer o que quero. O que mais pesa é que sempre alguém se magoa e geralmente eu sofro juntou e acabo me entupindo de sorvete e chocolate.
Preciso entender que nada me amarra, ninguém pode mudar o que penso a não ser eu. Tenho que gritar, deixar meu ponto de vista mais claro. Me sinto sufocar, é tanta pressão.
As pessoas me dizem- Ah! deixa para lá- ou então- você se importa demais. E como não posso me importar quando magoo quem amo? Pior que um dos lados vai sair queimado e eu vou queimar junto.
Ai, ai, eu e esse meu coração mole demais. Acabo sentindo tudo tão intensamente, para mim não existe meio termo em nada. Mas como uma boba sempre me deixo levar outra vez. Há gritos de um lado e do outro, mas todos eles têm o mesmo som: SE DICIDA E FAÇA O QUE QUERO.
Sinceramente, não sei como aguento. Como posso suportar se ninguém faz o mesmo por mim? Preciso de coragem para dizer o que QUERO sem que ninguém ouse me contestar. Preciso tomar uma decisão pensando só em mim, pelo menos uma vez.
Com esse pensamento acabo adormecendo no sofá e me deixo levar para o mundo dos sonhos. O que muitas vezes pode ser o mais sensato.