Adarpark
é filho de um deus que criou a vida no mundo. Ele não possui os poderes como os
filhos dos deuses. Ele é jovem, mas diferente dos humanos, até incomum: sua
pele negra é como carvão, não tem nariz e tem olhos brancos. Seu lar foi
ameaçado e ele está fugindo, mas não sabe de quem. Mas, é exatamente isso que
ele quer descobrir: quem o está perseguindo? O que querem?
As aventuras de Adapak foram aos poucos me conquistando e
me fazendo conhecer esse novo universo fantástico. Por ter uma aparência única,
é impossível passar despercebido enquanto foge. E é isso que acompanhamos: sua
fuga, sua busca pela verdade e pela paz.
A trama começa
lenta, mas os detalhes vão sendo entregues gradualmente, conduzindo nossa
jornada nesse cenário.
A
sociedade em Kurgala mesmo com distinções, não se difere de nós. Um tema bem
retratado foi o preconceito, exemplificado na cor de Adapak . O autor construiu
um mundo único, diferente de tudo o que li antes. Dotado de seres excêntricos
convivendo entre si. A história é permeada de uma mitologia que rege os
acontecimentos. Tudo ocorre freneticamente, além de contar com personagens
carismáticos e característicos.
“Eles invadiram o depósito com uma intensidade ensurdecedora, ecoando pelas paredes e agulhando os tímpanos do espadachim. Ele tapou os ouvidos e estimou no mínimo cinco deles lá fora, emitindo o som insuportável para que pudessem enxergá-lo.”
Apesar de ter demorado a me situar na trama, a leitura ainda sim me impressionou.O que me levou a valorizar o que temos aqui: uma fantasia nacional com grande potencial de adaptação, ao meu ver.
Autor: Afonso Solano
Editora:Leya
Nota:| 4’