Resenha: A DANÇA DA AGUA , Ta-Nehisi Coates

 

Hiram Walker é um escravo e filho de Howell Walker, proprietário de uma plantação na Virgínia. Sua mãe foi vendida pelo seu pai. Todavia, o garoto tem memória fotografia, se lembra de tudo, menos de sua mãe e possui o poder de condução, que ainda é um mistério.Os escravos estão em busca da liberdade, que os leva a uma estrada de ferro subterrânea e os alimenta com um futuro melhor.

Ta-Nehisi Coates tem uma escrita poética, fluida e interessante. Essa obra não é um romance. Ela é ficcional, assim como não é. Tem um ritmo mais lento e por isso, pede calma para compreende-la. O autor aborda a escravidão sob o ponto de vista escravocrata, afinal para contar a história dos proprietários de escravos, não lhe faltam narradores. E aos poucos, algumas coisas são contadas e tudo tem relevância, mesmo no primeiro momento sendo menos interessantes.

A história de Hiram Walker, um jovem com um poder misterioso, cuja mãe foi vendida. E deseja fugir desse mundo de escravidão. Ao longo das páginas, acompanhamos de forma introspectiva a vida do protagonista, porém senti que o autor se perdeu em tantas páginas, quando discorria a pensamentos e detalhamento. Assim, como notei que houve pouco detalhamento dos personagens secundários, o que não me permitiu sentir empatia por eles. A falta de foco e o final me incomodaram.

Através de um personagem traumatizado pelo que perdeu e não consegue mais recuperar, pela assombração das ações sofridas e as repercussões da falta de compaixão e humanidade. A escravidão, a desumanidade em separar famílias e relacionamentos, além dos traumas causados por esses atos perversos serão abordados.

"Não havia paz na escravidão,porque cada dia sob o poder de outrem era um dia de guerra".

Mesmo que tenha uma leitura ruminante e cansativa, a experiencia dessa ficção com elementos líricos ainda foi interessante. Apesar das ressalvas, a obra tem uma linguagem lírica, provocante e até necessária, despertando reflexões acerca dos horrores da época, que continuam a persistir em pleno século XXI.


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Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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