Editora: Globo Livros
Tradução: Claudio Carina
Nota: 4,5’
Doris já viveu muito e passou por muitas dificuldades. Atualmente, mora em Estocolmo, sozinha e Jenny é a unica que lhe faz companhia, mesmo via skype. Ela carrega consigo uma caderneta de endereços vermelha, que tem desde crianças, no qual escreve sobre todas as pessoas importantes que conheceu durante sua vida. Além de contar sobre seu amor. Assim, ela passa a contar a Jenny, sua sobrinha-neta tudo sobre si.
O que Doris só não esperava é que um
acontecimento marcante estava por vir e ela poderia viver o inimaginável.
Sofia Lundberg constrói uma narrativa
que se alterna entre passado e presente da protagonista, trazendo uma visão difícil,
mas ao mesmo tempo sensível e dura da vida. Doris escreve em seu caderno sobre
todas as pessoas que conheceu e amou na sua vida.
Doris é tão amável, nossa, impossível
não se sensibilizar com sua trajetória e seu carinho imensurável pela Jenny. E
através dela, a autora aborda a consequências de suas escolhas. Só senti que
faltou um desenvolvimento melhor com relação a Segunda Guerra Mundial, já que
esse foi o cenário da personagem que migrava entre diferentes países.
Confesso que não esperava as
sensações durante a leitura: torci, me emocionei demais e chorei com essa
história. Ela enfatiza o quanto as histórias podem transcender gerações, além
de trazer uma perspectiva humanizada da terceira idade. Mostrando que devemos
sempre ter um olhar diferente para a velhice, suas transformações físicas e
psicológicas.
“A Caderneta de endereços vermelha” é um
romance lindo, triste e envolvente. Um livro para refletir, sentir e amar. Ele
vai te tocar de uma maneira única e te fará ver a velhice com outro olhar e
encarar nossa jornada de vida como um aprendizado.
"- Eu desejo tudo de bom para você - murmurou no meu ouvido. - Muito sol para iluminar os seus dias, com chuva suficiente para poder apreciar o sol. Muita alegria para expandir a sua alma, dores suficientes para conseguir apreciar os pequenos momentos de felicidade da vida. E muitos amigos para dizer adeus de tempos em tempos."