Resenha: Meninas Selvagens , Rory Power

                                   

Editora: Galera Record

Tradução: Marcela Filizola

Nota: 3,5'

Imagina se uma escola só para meninas fosse atingida por uma doença chamada Tox. Todas as garotas, foram transformadas em selvagens. Deformadas de uma maneira horrível, seja uma mão com guelras, duas colunas...

 Em cada uma, ela se manifesta de uma forma diferente. Enquanto isso, Hetty, Byatt e Reese, melhores amigas, estão esperando pelo dia em que a quarentena acabará e tudo estará bem. Até que Byatt desaparece e as garotas procuram respostas, mesmo que isso signifique sair da quarentena e enfrentar os horrores. Porém, há verdades mais sombrias do que ela imaginavam em Raxter.

A história é dura, progressiva até certo ponto, desafiadora, violenta e talvez te provoque algum desconforto.  As mulheres são selvagens, complexas, não possuem remorso algum. A doença as perturba e transforma no instinto. E você perceberá o quanto isso te fisgará, sendo assustador. Um verdadeiro teste de sobrevivência, lealdade e humanidade.

Uma Ya distópico feminista? Eu mal podia esperar por essa premissa. Todavia, enquanto o enredo tinha ação, mistérios a respeito da Tox e personagens com representatividade LGBT+, que não foram totalmente explorados como deveriam. Por isso, senti que ela poderia ter explorado mais o relacionamento sáfico. Ademais, muitas perguntas não foram respondidas e isso me deixou desgostosa. Sim, eu precisava de respostas sobre Raxter.

 A escrita da Rory Power foi fluida, poética e selvagem, literalmente. Ela alterna entre metáforas e um toque de terror, tornando a experiência compulsiva. Porém, o final não me agradou nada. Na verdade, acabou me decepcionando.

Não escolhemos o que vai nos machucar.

Mesmo assim, a autora passou uma mensagem inteligente com a obra, principalmente a respeito da luta feminina, dando uma atenção única e com uma premissa tão instigante quanto. As meninas selvagens de Raxter te atrairão, e é impossível sair de lá.

Por trás da capa bela, há uma história estranha, moderna e feminista. Um cenário de morte para meninas sobreviventes

ATENÇÂO: violência, suicídio, automutilação e deformações corporais.

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




Facebook

Instagram

Busca

Seguidores

Arquivos

Populares

Parceiros

Tecnologia do Blogger.