Resenha: A lista (quase) definitiva de piores medos , Kristal Sutherland

                                        

* Livro cedido em parceria com a Editora Alt 

GENUINO, SINCERO E DIVERTIDO

me·do

1  Estado psíquico provocado pela consciência do perigo, real ou apenas imaginário, ou por ameaça.

2 Receio de ofensividade irracional; temor.

3 Receio de ofender, de causar mal ou de que ocorra algo desagradável.

A família Solar é conhecida por suas peculiaridades. Eles acreditam que a maldição voltou e cada membro será morto pelo que mais teme. Isso acontece com cada membro da sua família, por exemplo: seu irmão morre de medo do escuro; Sua mãe, do azar, seu pai tem agorofobia ( medo de lugares públicos) e seu avó, da água.

Logo, cabe a Esther encontrar meios para salva-los da maldição e descobrir qual será seu maior medo. Porém, ela só não esperava que um colega da infância, Jonah, vai ajudá-la a descobrir qual é o seu maior medo.

Avisos: gatilho para ansiedade, doenças mentais, violência doméstica, automutilação e suicídio.

A escrita da Krystal Sutterland é engraçada, vívida, mágica e tão divertida. Mesmo nos momentos mais sombrios, ela te encanta e não te deixa largar a história. A trama vai além da lista dos piores medos, também conta com o mistério do assassinato, que anda lado a lado com a maldição da família Solar. E que laço mais FANTÁSTICO!

Os personagens são complicados e amáveis. Logo no primeiro capitulo eu já estava apaixonada na Esther e foi lindo ver seu desenvolvimento. Jonah mudou ao longo da história e seu brilho também é perceptível. Os personagens secundários também são maravilhosos. Todos tinham falhas, peculiaridades, personalidade e muito charme.

Além do toque mágico, Suttherland me fez sorrir com insultos shakespearianos, referências à cultura pop e desejar conhecer a família Solar, Jonah e Heph. Fora que Esther e Jonah tem um desenvolvimento tão gostoso de acompanhar e isso me fez torcer a cada página e amar seu desenrolar.

Senti que as emoções e pensamentos da Esther foram bem passados ao leitor. Tive momentos em que compadeci dela, que lutava tanto pela sua família, cuidava de todos, mas nunca de si. Ai, Esther , você é corajosa sim, por mais que diga o contrário. A autora soube fazer um retrato verdadeiro da ansiedade, cru e triste, mas necessário.

Apesar de ser uma história original, divertida e complexa, ela aborda com seriedade a ansiedade, depressão, ataques de pânico e medos. Ela trabalha tão bem a questão do medo, do significado da vida e da morte. Sinceramente, mesmo que você não tenha medo de algo, ainda sim é um livro tão importante, pois com sutileza e sinceridade a autora revela o lado dolorido de sentir medo ao ponto de torna-se uma obsessão.

E lembre-se (eu sei que às vezes preciso): é difícil amar alguém com uma doença mental, mas isso não significa que não deva ser amado. Eles merecem ser amados. E só porque o amor te assusta, não significa que seja uma coisa ruim. Você merece amar e ser amado também.

Eu falaria sobre esse livro o dia inteiro se deixasse, mas me contatarei em espalha-lo por aqui. Estarei na torcida para que ele alcance muitas pessoas e que você entenda que está tudo bem sentir medo e por mais que não acredite, você tem coragem para enfrenta-lo.

O final foi um pouco apressado, mas diferente do que eu esperava, terminei sorrindo e refletindo sobre todas as nuances que a Krystal Suttherland construiu. Sua profundidade nesse YA é imensurável e espero que sua mensagem se espalhe, sendo compreendida e guardada no coração daqueles que tiverem a chance de conhecer essa história.

Uma obra sobre como enfrentar seus medos, ter alguém ao teu lado e aceitar ajuda. E posso lhe dizer que virou um dos meus livros favoritos: triste, doce , engraçado e inspirador.

Espero que você se apaixone pela Esther, Jonas e sua família como eu. E talvez você se sinta encorajado pela bravura de Esther e enfrente seus próprios medos e demônios.

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Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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