Nota: 4'
Dorâ Doralina é uma jovem oriunda do interior. Mora com sua mãe, a qual a chama de Senhora. Mas, recentemente perdeu seu marido,vivendo para as ordens da mãe até que decide se mudar para Fortaleza. Trabalhando em uma pensão, Dôra conhece o mundo através das peças , comédias e espetáculos do Teatro José de Alencar. A partir de uma oportunidade de substituir uma atriz em uma das peças, Doralina descobre que é preciso ter mais do que coragem para enfrentar o desconhecido e suas paixões.
Uma obra brasileira que aborda o feminismo, o grito de
liberdade de uma garota e mulher , os relacionamentos amorosos em uma jornada
dividida em três partes: Livro de Senhora,
Livro de Companhia e Livro do Comandante.De certa forma, Doralina chama atenção tamanha as
discussões que possa trazer através da sua vida: presa a mãe, posteriormente,
“livre”, mas ainda dependente das situações da vida.
Comecei a leitura aos poucos, tanto para me situar quanto a linguagem, como ao contexto social e escrita da Rachel de Queiroz. Cuja publicação original em 1975, tem uma escrita focada na insubordinação da mulher em uma época em que sua independência era vista como afronta.
“Já agora o corpo era meu, pra guardar ou pra dar, se eu quisesse ia, se não quisesse não ia, acabou-se. Era uma grande diferença, para mim enorme."
Dôra parte de seu interior, mas por mais que os anos passem, ele não sai dela. Nunca esquecendo quem é e de onde veio. A partir de flashbacks, Dora passeia entre o passado e o presente. E podemos conhece-la pelas suas memórias. Desde criança, sua mãe ou Senhora dizia que ela seria destinada a dor, seria algo intrínseco de sua vida. Perde o pai na infância e sofre de amor durante a juventude.
O retrato nordestino, real e reflexivo sobre o imigrante,
suas dificuldades e conflitos sociais. Um clássico da literatura brasileira que
fortalece a mulher frente a uma sociedade machista, que a submete a crueldade.