Resenha: Miragem, Somaiya Daud

( Editora: Literalize / Nota: 3,5/5)

Amani é sequestrada de sua tibro, a Cádiz. Levada pelo Império, ela descobre que será substituta da princesa Maram e que deverá aparecer nos eventos públicos, assumindo todos os riscos. Para sobreviver e proteger sua família, Maram será o clone da princesa perfeita.

Miragem é um bom livro, apesar de calmo quando falamos de ação. Ele começa parado e segue sem grandes acontecimentos até a metade. Melhorando após isso. O universo criado de ficção cientifica e cultura árabe chama atenção com a premissa, mesmo não tendo tantos elementos reais do gênero de ficção cientifica.

Ademais, o livro trata do desaparecimento de culturas, trazendo a questão do colonialismo: o apagar dos nativos para Ascenção de uma sociedade superior. Atraves da protagonista vemos a discussão desse tema.

Amani é uma protagonista que tem tudo para crescer, mesmo nesse primeiro volume ela sendo “sem sal” e facilmente manipulada. Espero que ela seja melhor desenvolvida no próximo volume, visto o plot twist final.

Uma das minhas grandes ressalvas é o instalove: do nada, que não convence e parece totalmente superficial. A trama política é inexplorada, sendo tratada superficialmente, assim como a construção de alguns personagens secundários.

Apesar de não ter sentido tantas emoções ao ler a obra, Maram foi a minha personagem favorita e eu torço para que ela mostre para o que veio, saindo da princesa mimada e odiada para alguém poderosa.

 O relacionamento entre Amani e Maram foi algo que me prendeu, a dinamica entre as duas chama a atenção. E Maram é uma vilã com características complexas, trazendo pontos políticos interessantes para a obra.

Para quem quer começar a ler fantasia, essa é uma boa indicação. Ficarei na torcida para que o segundo volume seja lançado e venha com tudo.

QUOTES FAVORITOS:

"A coroa de Dihya foi arrancada de mim, meu rosto mudado, meu corpo quebrado. Mas eu não era uma escrava e não era uma substituta. Eu era a filha da minha mãe, e eu sobreviveria e persistiria. Encontraria meu caminho para casa." Pág:63.

"Voltei a ouvir a voz de Maram, as palavras que ela me disse em nosso primeiro encontro: sua vida depende disso. Ela não precisava ter dito para que eu compreendesse o que estava em jogo. Eu sabia como os vathekeses agiam; todos sabíamos. Falhar não era uma opção." Pág:106- 107.

"Não se ajoelhe nem se curve, disse a mim mesma. Diante de ninguém. Siga em frente." 
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Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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