Depois de viver um relacionamento toxico, o protagonista começa a escrever várias cartas para seu ex, colocando toda a raiva, os medos, frustações para fora. Contando tudo o que viveu no relacionamento e como ficou após ele, o Querido Ex talvez não seja tão querido por todos assim. Mas, da noite para o dia ele vira uma subcelebridade, atraindo a atenção de todos para si.
Tamanhos
desabafos me fizeram sentir empatia por situações em que o personagem é
incompreendido, humilhado e diminuído para estar ao lado do seu parceiro. E
realmente são cenas fortes. Ademais, além de ser um jovem, negro e gay, o
preconceito está presente ao seu redor, acrescentando ainda mais para os
sentimentos ruins sobre si.
São
situações comuns, identificáveis e por mais que eu desejasse que o personagem
superasse, visse que se livrou de um embuste, tive a sensação que ele estava se
depreciando mais do que o necessário. E que seu ex continua ali, tão presente
quanto antes, mesmo na sua mente.
A forma como o
livro termina me frustou um pouco, mas é compreensível. Nas entrelinhas desse
LGBT nacional, o “Querido ex” traz em uma história dura, com nuances fortes, o
que um relacionamento pode tirar de quem o viveu, seja o amor próprio, as
amizades e as esperanças para o futuro. Mas, todos nós podemos viver de novo,
só precisamos passar pelas fases do fim para recomeçar.