“O silêncio me deprimia. Eu odiava ouvir meu sangue murmurar no travesseiro e
ficar deitado no escuro como uma múmia preparada para a eternidade. Sentia
saudade dos gritos, da gritaria tranquilizadora dos doentes.”
Jocki narra a forma como vÊ o mundo e a
estranheza do momento. Ele mora junto com a família em um hospital psiquiátrico
na Alemanha. Como seu pai é o diretor do local, ele acaba convivendo com os
pacientes, conhecendo suas histórias peculiares.
Apresentando um drama psicológico sob a narração de um personagem intrigante,
ora crianças e depois adulto. A leitura promove reflexões sobre o que seria
normal, onde está a loucura.
Há tantos fatos interessantes e excêntricos sobre o protagonista, que valem a
pena descobrir por si só. O ambiente é curioso e somado com uma reflexão sobre
relações familiares, somos levados pela trama.
A capa é tao estranha, misteriosa e
intrigante. E a leitura foi muito
diferente do que imaginava.O início pode ser um pouco confuso e até lento, mas
aos poucos vamos acompanhando o crescimento do personagem nesse meio.
Creio que poderia ter tido uma
profundidade maior no Jocki, já que muitas de suas atitudes podem ser
consideradas insanas e sua família negligencia. Tratando de temas sérios ligados a psicologia
através das histórias dos mais variados personagens nos capítulos, também
existem cenas bem-humoradas, que passam uma leveza da obra.
"Cada vez mais tenho a impressão de
que o passado é um lugar ainda mais inseguro e instável que o futuro. O que
deixei para trás deveria ser algo seguro, concluído, que já fora e só esperava
para ser narrado, e o que tenho pela frente não deve ser o chamado futuro a ser
moldado?"