"O agora não parece muito promissor quando o amanhã já está cheio de decisões que ela não pode mudar tomadas."
Esse já é o terceiro livro do Vitor Martins que eu leio e não
consigo não adora-lo.
Pela Casa 8 já se passaram muitas pessoas, mas vamos conhecer
os seus três últimos inquilinos. A Ana (2000) que vai se mudar para outra
cidade e precisa dizer adeus a sua namorada. O Greg (2010) que ajuda a tia na
locadora, mas fica a espera de um primeiro beijo. E o Beto (2020), que está de
quarentena em casa com sua mãe e irmã, sem esperanças para o futuro até que uma
conversa muda tudo.
⠀🌻 Com uma narração bem excêntrica, a própria casa vai nos
contando as histórias desses personagens e tudo isso se torna divertido.
Afinal, ela não poderia ter sentimentos também? Trazendo essa mudança de
tempos, o autor traz no cenário todas as referências a cada época.
Confesso que amei o do Beto, já que há um tempo estávamos
todos como ele: isolados de tudo e todas, sem saber o que esperar do futuro. A
forma como ele se abre para novas oportunidades e que provoca o desfecho final
fez meu coração pular de alegria e emoção.
Alternando os capítulos entre os três moradores,
a leitura é leve, fluida e bem-humorada. Abordando assuntos tensos de uma forma
delicada e cheia de compreensão. Um
livro curto, que foca na construção dos relacionamentos e que traz grandes
reflexões.
Cada vida que passou por aquela casa encontrou um lar. Um
abrigo para sua família, uma forma valiosa de mostrar que lar é onde podermos
ser nós mesmos, sem medo de sonhar.
Um livro aconchegante, honesto e LGBTQIA+ , que fala sobre
amor, família, empatia e carinho. Seria inevitável terminá-lo e não indica-lo
por aqui.