“Aqui estamos na era de ouro da
medicina – fazendo grandes avanços contra a raiva, a febre tifóide, a difteria
– e uma gripe comum ou de jardim está nos deixando vazios”
Irlanda,
1918. Vários soldados voltando das guerras e uma gripe espanhola assolando a
Europa. A enfermeira Julia Powers é responsável pela Ala da Maternidade e da
Gripe. Em um certo momento, Bridie, uma jovem inexperiente aparece para ajudá-la,
e Dr. Lynn, uma médica rebelde, procurada pela policia, presta sua assistência.
Durante três dias, a vida dessas três mulheres irá mudar de
significado.
Algo parece familiar para você? Desde que
soube do lançamento de outra obra da Emma, fiquei animada para ler, por ser uma
ficção histórica sobre mulheres. A autora explora como a doença, a
maternidade e como o poder está envolvido.
Foi emocionante acompanhar a jornada da Julia em 1918 com uma pandemia
de gripe, uma Guerra Mundial, o abuso sexual das mulheres e pressão social.
Apesar
de se passar no início do século XX, é impossível não lembrar da última
pandemia: da escassez de medicamentos e suprimentos, hospitais lotados, o abuso
político e religioso de poder.
A
escrita da autora é bem detalhada, cenas de parto explicitas e pesadas, talvez.
O tipo de narração no começo me deu a impressão que poderia ser uma leitura
mais lenta e confusa. A sensação ao ler é como estar realmente dentro do
hospital, deve ser por isso que a história me atraiu, mas o romance foi um
ponto perdido no meio.
Talvez
essa leitura não seja para todos, mas quando paro para pensar na real história
por trás, agradeço por ter tantos trabalhadores corajosos atuando nos
hospitais, cuidando dos outros primeiro, lutando contra o invisível.
Brutal, profundo e que
traz impacto a humanidade.
Há menções a abuso físico e sexual , além
de sangue, já que há descrições dos procedimentos em gravidas.