O antes começa com o desejo. Os olhares incendiados, o coração saindo do peito, os beijos descompassados. O ar, o ar que começa a ser perdido entre tropeços, gemidos e segredos. Aos poucos, o tirar dá o inicio ao estopor do fim. A premonição do que pode vir por ai: as mãos passando nas curvas, os beijos sendo trilhas do outro, a cabeça puxada de lado, o encontro de duas bocas que se perdem.
Tranquem as janelas, fechem as cortinas, coloque a chave na porta, se preciso. Mas, continue. Continue até cair na cama, bagunça-la e deixa-la com seu cheiro. Deixe beijos no meu corpo, escute a minha voz se perder ao sentir voce. os suspiros começarem para que sinta o quanto estou aqui. Tudo se encaixa, da cabeça aos pés.
Deixe o tempo parar só para escutar nosso respirar e se voce se esquecer disso, eu falarei: calma, me deixa recuperar o folego. Se concentre para não deixar nada passar, nem suas palavras, nem ações. Pausa para sentir, para se apaixonar pelo ato em si.
Me deixa dominar, te ver abaixo de mim. Te assistir daqui o fechar dos seus olhos ao meu movimento. Depois disso, te deixo me fazer de refém nesse jogo. Puxe minhas mãos para cima, beije minha nuca e deixe seu corpo pesar.
Quando a respiração começar a ficar cortada, o suor nos colar e os gemidos começarem baixos demais para os outros, mas altos demais acima de mim. Saiba que estou aqui, enlouquecendo a cada minuto, sentindo um pouco de tudo.
Sorrisos no canto da boca, segundo as suas vontades. Dance comigo, se entregue aqui. Deixe ser embalado pelo ar ofegante, pelos lábios mordidos, pelo seu cheiro misturado ao meu. Leve suas mãos as minhas coxas nuas, pegue meu pulso e guie a ultima parte da música.
Sinta o poder no terceiro ato, a junção do ar compartilhado, do desejo aumentado. E quando eu escutar seu ultimo suspiro, vou esperar voce pedir bis. Sua cabeça encontrará minha nuca e um ultimo beijo dará.
Vem cá, fica do meu lado. Com safadeza ou com carinho. Brinque de novo, devagar ou rápido. Deixe o último arrepio ser o primeiro de novo.