Gaiola

 

Todos os dias a saudade aperta. Diz oi no raiar do sol e diz até logo no cair da noite. Cada vez que ela fala, eu quero chorar. Chorar porque sinto falta e tudo o que eu desejo nesse momento, e nos outros ao longo do dia é ouvir sua voz. É te ver de alguma forma e também te ter perto.

A saudade me disse que vai demorar a ir embora. Vai estar do meu lado nos primeiros dias, meses e conforme o tempo passa, ela vai virando um fantasma. Vindo de vez em quando, mas nao sempre. Me cumprimentar, dizer olá e ir novamente.


Ela sabe o que faz no meu coração: aperta até machucar. Me faz chorar até doer , fazendo dormir pelo silencio da noite ao lembrar de voce. Saudade nao tem tradução, mas para mim ela tem em voce. Tem quando lembro que poderíamos estarmos juntos; quando sinto seu cheiro na camiseta que voce me deu; quando olho para meu dedo da mão direita e sinto que falta algo.


Quando vejo nossas fotos e lembro o quanto queria ser a dona do seu sorriso de novo; dos seus beijos carinhosos, do seu cheiro e do seu aperto. A saudade disse que isso iria piorar se eu fizesse esses tipos de coisas: ver fotos, te procurar de alguma forma. Sabe, eu nao preciso de celular qunado minha memoria está tão viva.


Como um pássaro preso em uma gaiola, a dona da saudade disse que a fechadura está aberta, mas voce me prende lá. Ainda como minha casa, meu lar. E isso, isso tem sido dificil me curar.

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Bia, 30 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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