Sobre hoje

 

 

Hoje foi um dos dias mais difíceis. Eu já sabia que ia desabar, so não esperava que seria tao cedo. Ao acordar, ao me levantar, ao me arrumar. A sequencia que me fez parar três vezes e pensar se eu ia fazer isso mesmo. Se eu iria viver fingindo que estava bem.

Ai que está meu bem: não sei fingir felicidade quando sinto tristeza. Não sei ignorar a raiva, o medo, a confusão e a gritaria dentro de mim. As lagrimas caíram mais vezes do que esperava, seja por uma musica tocada, seja pela pergunta de alguém: voce esta bem?

E como poderia responder? Não, não estou. Estou em pedaços, me sinto um fracasso,  sinto que cada parte de mim quer ir embora pra longe. Fugir do que sinto.

 Voce tambem viveu esse dia assim? Tentando fingir normalidade, com o mundo te perguntando se voce estava bem? Eu repeti que estava bem para ver se eu acreditava, mas convenhamos, ninguem acreditou porque meu olhar denunciou.

Denunciou a tristeza dentro do peito, a falta de animo, a volta do medo,da angustia e da insegurança. Fingi estar doente para respirar por 50 minutos. A porta se fechou e o choro desandou.

O que eu segurei por horas veio como um rio, incessante, pausado por respirações e por preocupação. Eu pedi desculpa, repeti isso a mim. Desculpa por estar aqui e não estar bem, desculpa por não conseguir ser a melhor, desculpa por não entender.

me disseram para viver o luto, mas eu esqueci desde a morte da minha avó como ele era em mim. A faca que atravessa minha mente, que corta meu coração ao respirar e me leva a querer me distanciar de mim mesma.

O dia se passou como um borrão. Senti tudo em nível dobrado. Chorei pela manha, lagrimas vieram a tarde e eu segurei por um momento, ate que transbordei de novo. As pessoas não sabiam que me abraçavam no meu dia mais dolorido. Não perceberam que aquele abraço era meu ponto fraco.

Não foi uma, não foi duas, foram algumas  e muitas. Da palavra despercebida ao gesto carinhoso. Do obrigada mais sincero, Do boa tarde caloroso ao sorriso por eu te ajudado, a brincadeira mais genuína que me levou a sorrir pela primeira vez ao dia.

Agora, ele termina comigo: escrevendo para chorar menos. Expressando o que eu não consigo te dizer mais,aqui, para mim. Das quase 23 horas , eu deito , fecho os olhos e tento dormir desejando que o amanha eu sobreviva de novo a tudo o que eu sinto agora.

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bia, 30 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




Facebook

Busca

Seguidores

Arquivos

Populares

Parceiros

Tecnologia do Blogger.