Confusa, mas não boa ou ruim demais. Se piscar bem, o tempo passa e o que foi dito se torna passado, escrito a caneta fixando na mente. Preservando ou destruindo o que seria para ser lembrado ou esquecer. Tudo cai como folhas no outono, mas renasce na primavera e ela pensa que com um lapis na mão pode se reescrever. Se pergunta se é real ou se voce é real. Quem somos, afinal?
Aqui está mais um dia, ali está o próximo. Saboreando o segundo conquistado, agarrando-se no momento antes que ele se esvaia. Diz a si mesma que a tempestade vai passar, mas cansou de procurar onde se abrigar. Lá longe está: apenas outro nevoeiro para encobri-la por inteiro. Sempre a esperando, sem ela esperar.
Ela diz "Olá" e as pessoas dizem que não há o que lembrar. A história continua a ser escrita, quando a felicidade é tão breve. No fim dos tempos, não sabe se quer ser lembrada ou esquecida. Não sabe que construir seu caminho é tortuoso, mas destrui-lo foi tão facil quanto sua história.
Não sabe se quer deixar marcas para trás, como as sardas que tem aparecido na sua pele. Desenhando o lugar onde deveria estar seu coração. As ideias continuam, se perpetuando como corças selvagens, como raizes teimosas que procuram maneiras de viver.
Adiciona á caneta seu nome inteiro para lembra-la que ela é a marca que deixa nos outros e ser lembrada também é escolha. As vezes, escreve e o tempo apaga como quem se livra de um espinho na estrada. Raras sao as vezes que escreve e fixa, fica na mente e no coração como uma raiz apegada a sua lembrança, a melhor parte de si na mente.