Queria por um dia conseguir pegar no sono sem antes pensar demais, me afogando em milhares de pensamentos só para me torturar. O silêncio da noite segue pela madrugada e se ela falasse provavelmente iria até sua casa te contar algumas verdades. Eu sei que isso acabaria falando sobre a saudade que sinto, onde ela dói sem lugar e no vazio se encontra.
E talvez seja por isso, que nas noites de chuva, relâmpagos e trovoes, meus olhos continuam abertos. Minha mente te procura, alisando o outro lado da cama, procurando quem me protegeria dos sons estrondosos dos trovoes, dos raios e relâmpagos que me arrepiam e do frio que se faz presente.
Me enrolo nos cobertores para proteção, mas todos sabemos que isso não protege ninguem. Blinda o coração para não sentir sua falta, quando voce se faz necessário para que eu seja de alguma forma eu mesma.
O silêncio não embaça mais minha vista, mas clareia como o céu marcado pela intensidade de ser tudo. Ele brilha, ele queima, ele chove, ele para e reinicia. Reinicia até tirar as cobertas, me fazendo ver que é também no medo que encontro coragem para enxergar o que mais receio.
O som forte que faz meus pelos arrepiarem, a saudade pela dor e intensidade, o pensamento que no escuro me encontro, mas já já amanhecerá . A chuva passará e o céu continuará cinzento, respirando para voltar a ser azul e iluminar.
E por um momento me enxergo na chuva fina que molha a terra seca. O trovão que grita e amedronta; o relâmpago que assusta e energiza; mas também posso ser o sol que ilumina e queima quem estiver disposto a ficar comigo.
Efêmera se deixar ser, permanente se deixar ficar e reciproca se vier com alma.