Eu
nunca fui perfeita, mas nem tentaria acertar os erros que cometi. Não apagaria
aquelas suas mensagens ou os bilhetes escritos nos dias de inverno. Deixo o
silêncio pairar na minha frente, quero que assim fique e retifique o que ainda
tenho para falar.
Eu não sou tão diferente quanto tu pensas. Isso foi uma
mentira, não adianta me falar que quer voltar e não saber se ficar ou se vai de
vez. Talvez o lugar perfeito esteja onde o vento sopra na minha pele e a brisa
banha minha calma. Voltando ao amor esquecido dentro de casa, não adianta ficar
com raiva, perdoar é além do humano, é do divino.
Esses barulhos são as
incertezas que temo em te dizer, que esse amor não é tão platônico quanto
pensas. Talvez eu não tenha conseguido ser quem você queria que eu fosse, evoluir
e mudar de uma forma a te agradar. Pela verdade, te perdoar e te amar, mesmo
com a dor instalada no peito e ai que lembro dos dias de verão. Da noite que
nos conhecemos e éramos tão jovens.
Sorrisos e brincadeiras á parte,
sinceridades eram antes de crescermos. Bobagens e promessas que não diríamos
adeus nunca. Parecia uma vida perfeita, sem grandes estilhaços. Mais que um
amigo, um irmão e tudo tinha mudado. Naquela hora, consagrou-se o que hoje é
uma triste historinha de amor.
Perdoa-me pelos ciúmes, pelas brigas, pelos
silêncios que significavam tudo, pelos empurrões, pela frieza e insensibilidade.
Da mágoa á cicatriz, perdoa-me por não ter voltado. É um último adeus, depois
de tudo. Tudo e nada. Na lembrança o sorriso está guardado como um amor que
quase não ia. De final feliz, não é todo casal que vive. Dessa vez, só não foi
o nosso.