Lá
estava eu, sentadinha e em silêncio. Com os fones de ouvido e a rádio querendo
deixar meu dia mais " suportável". Ora, tinha que dar uma animada.
Agita, me anima, me contagia. Ops, quem eu estava tentando esquecer? A quem eu
queria convencer que uma música ia dar um up naquele momento. Não custava
tentar ou talvez fingir. Talvez.
Em
pedaços seria a palavra incorreta para me descrever. Olhei para o céu a procura
de algo que me fizesse voar, alçar meu voo e me libertar de certas coisas que
ainda me prendiam. Por isso, minha cor preferida é azul. Dá aquela sensação de
esperança e infinidade.
Vontade
de acreditar e esperar acontecer. Voltei para casa, querendo descansar, senão a
mente, o corpo. E ai tocou a nossa música. Aquela que me fazia lembrar e rir de
você, porque era sua cara demais. Não é justo. Sério. Quando você mais quer
esquecer, é forçado a lembrar.
Deus
sabe o quanto eu odeio chorar e odeio mais ainda que tenha uma pessoa como
motivo. Cheguei em casa o mais alerta que pude, para não fechar os olhos e
viajar. Fechei a porta do carro, ergui minha cabeça e fui passando. Escada ou
elevador? Falar com o porteiro ou com a vizinha? Melhor seguir em silêncio.
Desliguei
a música da minha cabeça, arrumei os cabelos, para que não sei, já que não
teria ninguém me esperando. Fui de elevador mesmo, mais rápido para entrar em
casa, jogar as chaves na mesa e tomar um banho frio, para gelar minha cabeça e
meu coração, se puder.
Uma
menininha entrou também junto comigo, devia ter uns 10 anos por ai e falou:
" Oi, tudo bem contigo moça bonita?". E eu pensei se deveria mentir,
exagerar ou apenas ser o mais sincera possível. Respondi: "Estou muito bem
e você ? Tendo um bom dia? ". Ela respondeu: " Meu dia só começará
quando meu pai me levar para passear." Dessa vez me calei, sorri e rezei
para que meus dias felizes voltassem para mim e dependessem de brincadeiras
assim.