Estava
tão perto. Dois corpos em um mesmo espaço. Desafiando as leis da física. Dois
corpos suados em um pequeno cubículo imaginário.
Meus
cabelos estavam molhados. Meu corpo colava ao seu. Eu não conseguia abrir os
olhos, porque sentir era tudo e tudo me bastava. Só bastava estar perto. Tao
perto que espaço não existiria para nós.
Nem
espaço. Nem tempo. Só havia o calor, a vibração do seu sussurro no meu ouvido.
A sua constante e acelerada pulsação, que de tão perto, eu podia sentir, e até
mesmo, ressoar dentro de mim.
Alguma
descarga elétrica se apoderou de nós. Não sei se foi dos céus ou da loucura do
nosso amor. Eu quis mais. Desejei mais do que poderia querer.
Porém, sabia eu que toda aquela energia esvair-se-ia,
e não mais iria existir. Mais um motivo para manter-me perto; mais uma razão
para desejar que toda aquela tempestade de emoções e sensações não se
transformassem brevemente numa efemeridade.
Com o passar dos curtos segundos, sentia o
ascender da intensidade. Os seus lábios escorregando nos meus com mais
veemência, as mãos querendo tocar-me como um todo; e os nossos olhares,
procurando entender a essência de algo o qual não poderia ser descrito com
palavras, uma vez que estas se tornam insuficientes para tal.
Naquele pequeno espaço, no curto momento., na
intensidade da ação: a entrega de tudo para eternizar o fim.