Autor: Jasmine
Warga
Editora: Rocco
Páginas: 312
Ano: 2016
Sinopse: Um tema amargo, mas necessário. Em Meu coração e
outros buracos negros, a estreante Jasmine Warga apresenta aos leitores um
romance adolescente que aborda, de forma aberta, honesta e emocionante, o
suicídio. Aysel, a protagonista, enfrenta problemas com a família e os colegas
de escola, como tantos jovens por aí, e, aos 16 anos, planeja acabar com a
própria vida. Mas quando ela conhece Roman num site de suicídio, em busca de um
cúmplice que a ajude a planejar a própria morte, num pacto desesperado, a vida
dos dois literalmente vira de cabeça para baixo. Aos poucos, Aysel percebe que
seu coração ainda é capaz de bater alegremente. E ela precisará lutar por sua
vida, pela vida de Roman e pelo amor que os une, antes que seja tarde.
Depois
de ter visto muitas recomendações desse mês em Setembro, resolvi lê-lo. E posso
afirmar, que ele vai além de uma capa simples e metafórica. A escrita da autora é adorável, a narrativa tem um tom de “dark”
que ultrapassa o clichê e que casa perfeitamente com a história e com o assunto
a ser retratado, com sinceridade e seriedade.
Meu coração & outros buracos
negros, da Jasmine Warga , nos contará a
história de Aysel, uma garota de 16 anos, que está por vários problemas em
sua vida desde que seu pai foi condenado por um crime horrendo..
Aysel se sente triste o tempo todo,
a ponto de imaginar como seria morrer.
Enquanto trabalha em uma empresa de telemarketing,ela navegava em um site chamado Passagens
Tranquilas para ler os planejamentos dos
suicídios. Através do site, Aysel conhece Roman, um garoto bonito, que já foi
popular, que está em busca de uma parceira de suicídio.
"Aposto que, se cortassem minha barriga, a grande lesma preta da depressão sairia rastejando. Orientadores pedagógicos amam dizer: "Pensamento positivo!", mas é impossível quando se tem essa coisa lá dentro, sufocando cada centímetro de felicidade que se pode juntar. Meu corpo é uma máquina eficiente de matar pensamentos felizes."
Entre vários planos para se
conhecerem antes da morte acontecer, Aysel se pergunta porque Ronan escolheu
apenas uma data: 7 de Abril. Então, ela teria 26 dias até o dia que ambos cometeriam
suicídio.
Assim, começa uma contagem
regressiva para esse dia. Já que Aysel não ve a hora dessa tristeza, que a
consome sumir. Mas, antes de partir ela precisa resolver algumas pendencias.
Mas, esses encontros entre Aysel e Roman acabam transformando aos poucos seus
sentimentos de solidão. Será que eles conseguiram colocar o plano de suicídio em
pratica?
Aysel e Roman são personagens memoráveis,
com um humor acido,proporcionando diálogos inteligentes e reflexivos. Os capítulos
são narrados pela contagem regressiva de quantos dias faltam para o suicídio.
"(...) Se eu tivesse um namorado, seu nome seria Suicídio. E tenho certeza de que Roman também está apaixonado por ele. É como um triângulo amoroso que dá errado. Ou talvez seja um triângulo amoroso que vai dar certo: nós dois vamos ficar com o cara em sete de abril."
O desfecho foi algo que me
surpreendeu. A escrita da autora é fluida, cheia de sensibilidade e intensidade
nos momentos certos. Jasmine Warga atribui um peso a cada palavras nas páginas
, carregada de uma tristeza real, forte e palpável, que consegue transmitir
para o leitor a falta de esperança de duas pessoas que desistiram de viver.
(...) Será que é assim que a escuridão vence, convencendo-nos a prendê-la dentro de nós, em vez de jogá-la fora?
Um livro sincero, real , que vai te
conectar com a história de primeira e com seus personagens. A dor que eles
sentem , será sentida por você. O desespero e a tristeza será passada para seu
coração. O final foi algo que me deixou receosa, já que senti pressa no termino,
mas não posso falar porque seria spoilers. Outro ponto negativo, foi que não consegui
me cativar o suficiente pelos personagens, já que eu queria algumas explicações
a umas ações que ficaram incompletas. Mas, o mais importante é que esse livro
trata de um tema que não deveria ser mais tabu. Uma historia que precisa ser
lida, por mais difícil e dura que seja de se ler.
A autora mostra como traumas e
cicatrizes profundas tem a possibilidade de serem transformadas em luz, que não
existe nada irreversível, todos temos um lugar no mundo, só precisamos
enfrentar o desafio de encontra-lo. Eu recomendo esse livro de olhos fechados
para refletir e insistir na vida.