E já não sou a mesma, não depois de você. Sempre deixei uma muralha se
formar ao meu redor, nada de paixões, nada de ilusões após erros
seguidos, nada poderia convencer meu coração a amar de novo. Eu disse
nada, nada até você chegar e me deixar com um arrepio na espinha.
Não sei porque baixei minha guarda, deixei você me ver além das muralhas
que me cercavam. Ou talvez, eu sei sim. A covinha do teu sorriso
consegue me deixar sem ar, teus olhos me trazem a luz que eu precisava e
tuas mãos, eu não quero solta-las nunca mais. Parece que somos um
molde, suas mãos se encaixam nas minhas pequenas e finas, seu riso
mistura-se com o meu como uma música, nossos olhares apaixonados se
encontram como se fosse sempre a primeira vez.
Quando ouço o telefone tocar, quando escuto a porta abrir, meu corpo
treme, meu coração dispara e corro desesperadamente para os teus braços.
Me misturo com quem eu não esperava e juntos , deitados no sofá, com
nossos corpos encaixados, me sinto em casa, seu cheiro já é familiar
demais e é como se o teu corpo pertencesse a mim desde sempre. Meus
muros já não existem mais, eu tenho a certeza que eu te amo, pois você
não imagina a felicidade que me traz.