Entre emoções.

Por Bia L.

Não sei qual possa vir a ser o comprimento das palavras.
Tão pouco o seu verdadeiro peso.
Isso varia. Tudo varia.
Nossa vida é uma constante variável. Não podemos defini-las , nem existirá fórmulas concretas de matemática e nem leis da física.
Palavras são pedras. Pequenas, grandes , mas sempre duras.
Provocam dor, medo e angústia.
Sensações extremas,fugazes.
Pedem respostas e fazemos outras perguntas.

Não sei o que pensar .
Sinto-me um milagre por sorrir e respirar , quando devia está a chorar.
Não penso mais, faço.

A audácia sempre foi minha.
Deixar o céu cair.
As nuvens começam a avisar o temporal e eu continuo parada.
Se choro, você não pode me ver.
Minhas lágrimas estão misturadas com a chuva .
Nem mesmo eu posso perceber.

Devo agradecer aos céus por ser assim?
Dura como uma pedra e polida como tal?
Posso ou não se desfazer de mim.
Simples pedra ou precioso diamante?
Eu não sei de nada. Só vivo o dia, ou tento.

Não lamento. Não grito. O silêncio por dentro rasga-me.
Sou um bom suspense.
Autônoma nos meus passos.
Decidida de se já perdi ou ganhei.

Suspiro . Olhe só, eu respiro.
Tenho veias pulsantes. Sinto meu coração bater, meus pulmões inflarem.
Sou um milagre, deu para perceber?
Tenho função anfótera. Nem ácida, nem básica.
Uma coexistência dos dois no mesmo corpo , na mesma alma.

Sinto- me viva e fecho os olhos.
Depende de mim para existir?
O fato de ser real, feita de carne e ossos não deveria me fazer sentir assim.
Talvez eu não exista em mim.
Estou pronta para o descaso, para o acaso .

Poucas coisas valem minha alegria.
Sou incomodada.
Frágil.
Esguia.
O que fui e o que já passei não me importa mais.
Sou oca, vibrante e energética.
Durmo, porém não sonho. Não vivo de imaginação.

Experimento meus momentos lúcidos e loucos.
Sem um presente, passado e futuro.
Estou livre para viver e sentir.
Grande liberdade.
Não quero que me entenda.
Cada palavra que sai de mim é sangue, pus de uma ferida fragmentos de um coração de pedra e restos de sinopses inacabadas.

Escorrendo como larva de um vulcão.
Brilhando como o sol em dias de verão.
Confusão.
Devaneio.
Brisa forte.
Não sei que clima ao certo tenho.
Inconsequente. Volátil. Estável.

Esgotou minhas energias. Adeus, adeus.
Amanhã arrancarei mais pedaços de mim e te darei.
Guardarei minhas linhas para o dia seguinte para salvar o meu próprio coração.
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Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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