Eu vim falar do tamanho sentimento
que estou sentindo. Do meu peito que por vezes dói e vive pulsando sem ritmo,
buscando o batimento certo. Eu vim falar da minha risada que aparece poucas
vezes, mas que chega de mansinho quando você fala comigo. Dos meus dedos que
procuram o conforto no encaixo do teu corpo com o meu. Vim te dizer que há
tanta coisa errada que eu só quero dias de paz, no inverno seco do meu coração.
Vim procurar nos teus olhos aconchego,
entendimento, que antes era mútuo e agora é perdido. Eu vim pra tanta coisa e
agora não sei mais o sentido de nada , nem para mim, nem para nós.
Eu vim te olhar , mas você olhou para os lados e me
deixou vagando sem ter para onde ir. Já sentiu alguma solidão como a minha? Sem
caminhos, sem alternativas, pendendo entre a dor e o sofrimento, sem
inexistência de calmaria?
Estendo minhas mãos, te convido para segurá-las,
sentir meu toque e o calafrio que percorre meu corpo e corrompe meus desejos. A
música continua, meus olhos se prendem e você precisa decidir:se vai me
segurar e dançar comigo, na agitação e na calmaria. Não faça promessas que não
pode cumprir, se quiser segurar , aperte e puxe para você. Me olhe e permita
que o poema seja escrito, que essa melodia dance ao nosso redor e nos ajude a
não parar de amar.