Ela é uma garota.
Jeito de mulher. E
às vezes, menina.
Tudo o que ela é.
Não é comum. É excêntrica.
Chamam-na de solitária, mas ela não acha que solidão quer
dizer algo ou quer dizer tudo. É ela que quer ter o mundo em suas mãos.E eu só quero minhas mãos nela.
Ela odeia quando tocam no cabelo dela,mas gosta quando eu
passo meus dedos entre seus fios e a puxo para mim. Odeia seu sobrenome. Ser
julgada a deixa irritada. Ser alvo de olhares me deixa irritado. E eu faço o
que posso para chamá-la de minha senhora, dando o meu sobrenome.
Toco seu pescoço e dou um beijo, você se desmancha por
inteiro. Te desarmo com meus segredos e você me conta teus desejos. Ela sabe o
que eu penso. E eu sei o que ela quer: uma casa grande, um futuro brilhante e
dois corpos como um só. Só nos.
Segure minha mão, querida. Aperte-me mais, esta frio demais.
Permita-me prender seu fôlego. Deixe nossas mentes viajarem e se encontrarem de
novo. E eu continuo tentando descrever.
Ela dança ao som
de uma melodia qualquer. Vira e roda diferente de toda mulher. Joga o cabelo
como se estivesse pronta para outra diversão. Olha como um gavião prendendo sua
presa me fazendo perder a respiraçao. Sorrir como se visse as coisas mais
lindas do mundo. Contas suas histórias como se fosse música. Segura minha mão
como se tudo fosse acabar ali mesmo.
Uma casa. Dois corpos. Um admirador. Uma deusa. Duas bocas. Um
amor maior que todos.