Resenha: Black Scarlet, Joselyta Alecrim


 Alice e Enryque se conhecem na casa de praia que ambos foram passar as férias. Mesmo sendo alvo de piadas, ele a defendeu e passaram a ter uma grande amizade. Aos poucos, os laços foram se entrelaçando, dando lugar a uma paixão. As primeiras vezes tornaram de ambos, todavia, como qualquer verão, os dias bons acabam. E nas últimas palavras, está a promessa de um encontro, de um amor correspondido e das frases não esquecidas.

"Eu nunca seria capaz de ter apenas um momento com Enryque Dellanney. Meu corpo e meu coração jamais esqueceriam essa noite, porque o homem pairando diante de mim, prestes a me arruinar um pouco mais, era simplesmente inesquecível, exatamente como sempre foi e sempre seria."

Eu não esperava que Black Scarlet fosse me deixar emocionada, com medo do futuro desse casal de adolescentes e apreensiva pelo que estaria por vir. Temos o pano de fundo em uma praia linda, um garoto e uma garota que acabam se conhecendo e percebem que existe uma afinidade, uma atração mutua e sorrisos compartilhados.

E depois disso, nada na vida de ambos é a mesma. O destino cuidou de os separar, mas Alice nao esperava o que deveria carregar:  a culpa, a desilusão e o coração partido. O amor que lhe foi prometido, aquele que parecia ser para sempre não continuo e tornou-se uma lembrança dolorida, uma ferida aberta e incompreendida.

Enquanto lia, percebi o quanto a autora se doou na sua história. Voce sente isso na narração crua, magoada e vívida de Alice. Uma personagem que eu torcia para que seu coração fosse curado e sua vida restaurada.

Mas, a vida é um caminho tortuoso de dores, perdas e luto. Quando ela vira uma mulher, eu senti que tudo o que ela passou, lhe marcou de uma forma inesquecível. E vamos combinar, o primeiro amor nós nunca esquecemos. Enryque desde o inicio  tinha me conquistado: diferente de muitos garotos e amoroso. Pronto para amar mesmo na tenra idade. Quando adulto, podemos conhecer mais das lacunas que não foram preenchidas e o que aconteceu com sua vida. 

A forma como os dois voltam a se encontrar é uma verdadeira surpresa e foi um casal que eu só sabia torcer, a química inegável, a conexão que ultrapassa detalhes.

Eu adorei ter conhecido essa história e por mais clichê que algumas cenas foram, ela traz a esperança para um coração partido, a cura para um passado inacabado e a força de dois corações.

Uma escrita apaixonante e vibrante. Black Scarlet tem muitos significados, mas o que você sente ao lê-lo te deixará aquecido por muito tempo.

* A obra esta disponivel no Kindle Unlimited.

Resenha: Um milhão de pequenas coisas , Jodi Picoult


Poderoso, impactante e destruidor.

Ruth Jefferson é enfermeira obstetra e já trabalha há mais de 20 anos em  um hospital. Até que precisa auxiliar o bebe de Turk e Brit , porém estes são supremacistas brancos e exigem que Ruth não toque no bebe, por ser negra.

Todavia, Ruth está sozinha no berçário quando Davis sofre uma parada cardíaca. Ela  obedece às ordens que recebeu da sua superior ou intervém ?

Jodi Picoult com muita sensibilidade escreve sobre um tema difícil: das diversas formas do racismo.“Um milhão de pequenas coisas” nos leva a questionar nosso comportamento sobre o tema e a maneira como o abordamos no nosso dia a dia.

Logo nas primeiras páginas, eu já estava presa.O ambiente é provocativo, duro e triste. Passamos a examinar a trama por todos os ângulos, até o ponto que estava fascinada e intrigada com o que viria a seguir.

As batalhas da protagonistas são diárias, seja no ambiente de trabalho, no tribunal ou na rua. Narrada por três diferentes perspectivas: uma enfermeira negra, sua advogada branca e um supremacista, dando o palco para que cada um se expresse sua história.

De certa forma, considero uma leitura educacional, chocante e modesta. Temos uma série de acontecimentos da realidade que Ruth que podem impactar. É impossível não ficar tenso, não criar uma conexão e ser a mesma pessoa após essa leitura.

Com personagens complexos, em uma situação extrema que leva a refletir sobre questões morais e éticas, a autora nos deixa com as emoções a flor da pele. Em uma leitura dinâmica, agil e mesmo em um cenário jurídico, a narrativa seguiu interessante e cativante.

A mente vai refletir, suas ações serão repassadas e você se deparará que conversar sobre raça é algo necessário, quando não existe igualdade e equidade no sistema.

Um milhao de grandes e pequenas coisas que tornam a vida de alguém restrita por conta da cor da sua pele. Da frágil realidade que existe, a qual insistimos em ignorar na frente do espelho, dos preconceitos implícitos e da reafirmação que “ não é racismo”, não reconhecendo que há o privilegio branco.

Minha ressalva está no epilogo. Talvez fosse otimista demais, visto que poderia trazer todo um significado diferente para os acontecimentos. Mas, ainda sim considero uma das melhores leituras do ano e desejo conhecer outras obras da autora.

Ao final da obra, a autora explica suas motivações para escrever sobre o racismo como uma mulher branca. Logo, fez pesquisas, procurou conversar com o público e tentar passar a mensagem que conversar sobre um tema que é evitado se torna necessário, para dar voz e conscientizar sobre o respeit.

No final das contas, somos levados a uma história reveladora, que pode ser desconfortável e por isso precisa estar preparado. Muitas vezes, precisamos ver o mundo sob uma perspectiva diferente, não como uma chance de rever nossas vidas, mas de aprender algo sobre o outro e como o mundo o vê e vice-versa.

📝 | Citação: “É o som da sua voz, sem ninguém te abafando. É ter a graça de dizer sim e, mais importante, o direito de dizer não. No coração da liberdade, a esperança bate: um pulso de possibilidade. ”⁣

Resenha:UM DE NÓS É O PROXIMO, KAREN M.MCMANuS

 
Depois de um ano da morte de Simon, a vida seguiu em frente em Bayview . Mesmo assim, muitos aplicativos de fofoca surgiram para dar continuidade ao criado por Simon.

Até que uma mensagem de texto é enviada para toda a escola, convidando a participarem do jogo: Verdade ou Consequência. Qualquer um pode ser escolhido para responder e continuar jogando.

As verdades são cruéis: colocam amigos e família em jogo. Se for consequência, ele arriscam a vida de alguém.

Maeve,irmã mais nova de Bronwyn,quer tentar acabar com isso, já que sua amiga Phoebe, foi a primeira exposta pelo jogo. Em seguida, Maeve, não aceita participar. Porém, tudo pode se tornar perigoso demais para escapar.

Essa história traz a tensão certa, os dramas adolescentes e problemas familiares que a Karen McManus faz questão de enfatizar.

Um jogo aparentemente simples , mas o que de pior poderia acontecer? Bem, eu estava intrigada, atraída pelo toque de Gossip Girl e a volta de um mistério em Bayview High. Maeve,Phoebe e Knox decidem fazem uma investigação e descobrem mais segredos do que imaginavam.

O ritmo flui bem, mesmo o desfecho sendo acelerado. Infelizmente, não consegui curtir o final. Para mim, foi incompleto, estranho e sinto que faltou algo. Apesar disso, é um thriller instigante, que prende e traz varias mensagens a respeito de amor próprio, perdão e recomeços.

Gatilhos: luto, assédio sexual, concussão, morte, intimidação, leucemia, alcoolismo depressão.

Resenha: Um amor de inverno, Carrie Elks


Editora: Verus 

Nota: 3,5’

Kitty Shakespeare está buscando um estágio em Hollywood, como estudante de cinema. Depois de várias entrevistas, a ultima não acontece como o esperado, porém ela recebe uma ligação a chamando para ser babá, de um dos produtores de LA.

Para isso, ela iria para a casa dos pais do produtor na Virgínia Ocidental, para cuidar de seu filho. Ela so não esperava que nesse inverno, um cara misterioso daria o ar da graça e conquistaria sua atenção.


Um Amor de Inverno é o segundo volume da série das Irmãs Shakespeare e foi um romance bem gostoso de ler. Clichê, previsível e descontraído.

Kitty é a caçula das irmãs e foi uma personagem divertida, porém algumas de suas atitudes me irritaram, em relação ao seu foco. Adam é o irmão do produtor, porém que está passando por momentos difíceis e tem um passado que o marca, afastando todos ao seu redor. Quando eles se encontram, entre farpas, a fagulha do amor surge.


Mesmo assim, foi um livro bom, mas acredito que algumas ações, do Adam e como a Kitty girou totalmente em torno dele e não do seu objetivo, me frustraram um pouco. Todavia, a escrita da autora é fácil, fluida e gostosa. Contando com cenas calientes além do esperado, fato que também me incomodou um pouco, já que parecia que estavam ali para acrescentar, sem de fato influenciar no desenvolvimento dos personagens e seus problemas.

Todavia, se você curte a escrita da Carrie Elks e histórias românticas em clima natalino, eu indico. Às vezes, o que precisamos em tempos como estes é um pouco histórias clichês para nos aquecer.

“O lar não é onde está seu sangue. Nem mesmo onde está seu coração. O lar é onde você se sente aceito, amado, em paz.”

Resenha: As inseparáveis ,Simone de Beauvoir


A obra foi escrita em 1954, como romance autobiográfico, já que conta sobre a amizade de Simone e Zaza (Sylvie e Andrée).

Sylvie e Andrée se conhecem na infância. Em uma Paris no meio da Primeira Guerra Mundial. Enquanto a Andrée é desinibida, corajosa, Sylvie é quieta, tímida. Mas, ainda sim, essa amizade floresce.

A família católica de Andrée é muito rígida e opressora, esmagando o jeito divertido e ousado da menina. No entanto, ambas procuram explorar sua rebeldia e sair da prisão famíliar. Mas, a liberdade tem um custo alto. Será que elas estão dispostas a pagar?


As inseparáveis é um livro curtinho e assim podemos conhecer mais sobre a Simone Beauvoir e como se tornou uma grande filósofa francesa. Conseguindo a liberdade intelectual para defender o que acreditava. Seja sua visão sobre o sexismo, as desigualdades de gênero e concepção sobre a vida.

Ainda sim, a obra conta com fotos pessoais e cartas trocadas entre as amigas. Além de uma introdução da Sylvie Le Bon de Beauvoir. Intimista, reflexiva e trágica. Para conhecer mais da Simone e mergulhar em sua mente.

O que a vida espera de duas jovens mulheres rebeldes?



Resenha: A descoberta final, Alexandra Monir

 

A Terra estava morrendo, uma missão em busca de um planeta habitável com adolescentes.

 Uma perspectiva sobre perdas e encontros, onde os personagens estão enfrentando o que há de oculto no espaço. Com conflitos internos e muitos segredos em um espaço tão fechado.

Após os acontecimentos do primeiro livro, temos a Naomi, uma brilhante cientista que foi escolhida, mas que lida com a saudade de sua família e seu coração que ainda bate por Leo. Enquanto Leo está em uma missão secreta e fará de tudo para conquistar esse objetivo, até chegar a Naomi.

O primeiro livro me deixou instigada por essa ficção científica, com muita ação, mistérios e um toque de romance.

Nesse volume, passamos a acompanhar de perto o dia a dia dos adolescentes a bordo da nave.  A narrativa alterna entre Leo e Naomi, porem os da Naomi se tornavam mais interessantes, visto o estresse psicológico e o suspense que ela estava vivenciando.

Mesmo com uma trama interessante, muitas perguntas ficaram sem resposta. A obra poderia ter sido melhor explorada, até mais completa quanto as suas descrições e a toda a ambientação. Os últimos capítulos foram apressados e o epilogo confuso.


O livro tem uma adição de um terror leve no espaço. Apesar da sequência ter sido razoável, poderia ter dado mais respostas. Segundo a autora essa é uma duologia,por isso o final me fez desgostar um pouco.

Afinal, por que tantas questões sem resposta?

Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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