Clarice não teve pai e sim, uma mãe ausente.
Desde criança sobreviveu a situações complicadas em uma cidade grande demais para entender. Quando Clarice encontra o mundo, ela se depara
com o curioso, descobrindo ideologias, facetas e grandes historias por toda a
parte. Se acompanhando de pessoas boas e ruins. Mesmo assim, isso ainda a deixa se perguntando: se apesar de tudo, um
dia ela existirá de verdade?
Fabrício
Rodrigues brinca com nossa mente, trazendo uma personagem sofrida, cheia de
dúvidas e inocente frente ao mundo. Atribuindo a metáforas, ele aborda sobre o
amadurecimento da vida, as perdas, recomeços, amor, amizade e depressão. Como o autor falou recentemente: " um livro de esquina", comum a qualquer vida, mas que diz tanto.
Clarice é uma personagem por quem me apeguei logo: amante de um bom café, está disposta a aprender e lutar por outras pessoas. Porém, sua vida é marcada não só de alegrias, mas de desilusões amorosas, amizades toxicas e más influencias. Aos poucos, essa garota que antes era tão inocente, muda, evolui e aprende que com os cacos quebrados pode fazer retalhos.
A
escrita é fluida, segue o ritmo da mente da protagonista e deixou isso mais
intimista. Para cada leitor, a obra pode ter um significado diferente, visto
que o final me deixou surpresa e ainda questionando sobre a personagem. Afinal, temos uma Clarice em algum momento de nossas vidas, podemos ser ela ou encontra-la pelo caminho.
Mesmo
assim, foi interessante conhecer ideologias
e ver como a protagonista está
inserida nesse meio. Como ela desperta para o outro lado humano. Ademais, ele aborda a luta LGBTQIA+, um ponto
muito positivo , tendo em vista o preconceito que essa comunidade sofre.
".. de agora em diante , meu desejo é lei, e faço de mim o que bem quiser."
❤ O final foi muito satisfatório, até me surpreendeu. Se você quer
uma leitura curta e identificável, “Clarice não volta” é um nacional que vai te
proporcionar inúmeras reflexões.