Ami
mora na ilha Culion, o seu lugar de refúgio e tranquilidade, cheio de
borboletas com sua mãe. Todavia a chegada do senhor Zamora muda a vida de
todos. A ilha se torna uma colônia de leprosos, as crianças são banidas para um
orfanato do outro lado do mar, longe de seus familiares.
Ami
só deseja voltar para seu lar. Até que ela conhece uma garotinha com o nome de
borboleta e juntas elas enfrentaram tudo para retornar as suas casas no fim de
tudo , para os braços dos entes queridos.
"Existem
alguns lugares que você não gostaria de visitar. Mesmo que eu lhe dissesse que
temos mares límpidos e azuis como o céu de verão, repletos de tartarugas
marinhas e golfinhos, ou colinas cobertas por florestas exuberantes, onde o som
dos pássaros corta o ar denso de calor. Mesmo que você soubesse como é belo o
silêncio aqui, claro e nítido como o ressoar de um sino de vidro. Mas ninguém
vem para a Ilha no Fim de Tudo porque quer, não importa quem você seja ou de
onde venha"
Com uma escrita poética, cheia
de significados e reflexões sobre aceitação, perdas e amor, Kiran escreve de
uma forma sensível uma fantasia tocante. A história é como a ilha da Ami:
tranquila, quieta e mesmo com um desfecho previsível, nos leva a sentir muito. Não
há nada que eu mudaria nessa leitura e sei que mesmo sendo uma leitura
infantil, ela me toca com carinho.
As borboletas tem um papel
fundamental nessa história e está ligada com o cuidado, a aceitação e a
amizade. Afinal, colecionador as trata como objetos valiosos, mas que são
apenas para amostra.
Eu pude sentir o coração
partido á medida que compreendi essa relação. Como o ser humano facilmente
descarta outro seja pela doença, pela raça, etnia ou algo que os torne
diferente dos demais.
A autora traz um fato real, a
Ilha Culion, a maior colônia do mundo de leprosos existiu de verdade no século
19. Conhecida como ilha dos mortos-vivos. Essa migração forçada é retratada na
história, porém com um toque de imaginação como a mente de uma criança. Cheia
de esperança, coisas bonitas e a aceitação, além de aventuras.
Ami é a inocência de uma
criança, a saudade da sua mãe, a bondade do coração e o desejo mais puro de
lar. “A ilha no fim de tudo” é uma história linda, graciosa e comovente como
uma borboleta.