Resenha: A ilha no fim de tudo,Kiran Millwood Hargrave



Ami mora na ilha Culion, o seu lugar de refúgio e tranquilidade, cheio de borboletas com sua mãe. Todavia a chegada do senhor Zamora muda a vida de todos. A ilha se torna uma colônia de leprosos, as crianças são banidas para um orfanato do outro lado do mar, longe de seus familiares.

Ami só deseja voltar para seu lar. Até que ela conhece uma garotinha com o nome de borboleta e juntas elas enfrentaram tudo para retornar as suas casas no fim de tudo , para os braços dos entes queridos.

"Existem alguns lugares que você não gostaria de visitar. Mesmo que eu lhe dissesse que temos mares límpidos e azuis como o céu de verão, repletos de tartarugas marinhas e golfinhos, ou colinas cobertas por florestas exuberantes, onde o som dos pássaros corta o ar denso de calor. Mesmo que você soubesse como é belo o silêncio aqui, claro e nítido como o ressoar de um sino de vidro. Mas ninguém vem para a Ilha no Fim de Tudo porque quer, não importa quem você seja ou de onde venha"

Com uma escrita poética, cheia de significados e reflexões sobre aceitação, perdas e amor, Kiran escreve de uma forma sensível uma fantasia tocante. A história é como a ilha da Ami: tranquila, quieta e mesmo com um desfecho previsível, nos leva a sentir muito. Não há nada que eu mudaria nessa leitura e sei que mesmo sendo uma leitura infantil, ela me toca com carinho.

As borboletas tem um papel fundamental nessa história e está ligada com o cuidado, a aceitação e a amizade. Afinal, colecionador as trata como objetos valiosos, mas que são apenas para amostra.

Eu pude sentir o coração partido á medida que compreendi essa relação. Como o ser humano facilmente descarta outro seja pela doença, pela raça, etnia ou algo que os torne diferente dos demais.

A autora traz um fato real, a Ilha Culion, a maior colônia do mundo de leprosos existiu de verdade no século 19. Conhecida como ilha dos mortos-vivos. Essa migração forçada é retratada na história, porém com um toque de imaginação como a mente de uma criança. Cheia de esperança, coisas bonitas e a aceitação, além de aventuras.

Ami é a inocência de uma criança, a saudade da sua mãe, a bondade do coração e o desejo mais puro de lar. “A ilha no fim de tudo” é uma história linda, graciosa e comovente como uma borboleta.

O Caderninho de Desafios de Dash e Lily, David Levithan e Rachel Cohn

Editora: Galera Record .

"...a família, assim como o arsênico, funciona melhor em pequenas doses.."

Lily ama o Natal e sente que chegou o momento de fazer seu coração vibrar e para isso vai tentar encontrar alguém disposto a embarcar em uma missão. Ela deixa um caderninho vermelho com tarefas na sua livraria preferida, esperando pelo cara certo. Dash odeia o natal e quando encontra o caderninho, não vê motivos para não topar a missão. Através dele, ambos começam a conversar, lançando desafios.

Mas, será que essa relação vai sair do papel algum dia ou isso seria um desastre?

Com uma vibe espirituosa, Nova York na melhor época do ano, biscoitos para acompanhar e livrarias, tem como não ficar curioso sobre esse livro ? Sentindo o o vislumbre da magia natalina pela terceira vez. A escrita do David Levithan e a Rachel Cohn é sincronizada, cheia de diálogos e consegue transmitir muitas sensações.

Mesmo Dash e Lily caminhando para um belo clichê romântico, sinto que a excentricidade de ambos trouxe uma magia diferente para a história. Dois personagens opostos que terão a melhor/pior época do ano mudadas pela troca de mensagens em um caderno.

Dash não lidou bem com o divorcio dos pais, finalmente esta sozinho e é engenhoso. Enquanto Lily lida com a sua família separada no Natal, não sabe ficar sozinha e nem ser tão social. O que eles tem em comum? Amam ler

Isso os liga de uma maneira interessante. Confesso que eu tinha um carinho especial pelo Dash charmoso, mesmo com as falhas. Ao longo da história, percebe a mudança em seu jeitinho com relação ao natal e suas cenas são bem divertidas.

                     

Lily aos poucos vai saindo de sua zona de conforto, se aventurando além do normal, mesmo com seus draminhas. Ademais, os personagens secundários são hilários e eu só queria mais cenas com eles.

As incompatibilidades de Dash e Lily trazem uma premissa divertida de acompanhar em uma situação sonhadora: será que o amor poderia surgir apenas por trocas de mensagens? Haveria uma sintonia? .Mesmo sem aprofundar em temas específicos, o livro é o tipico clichê adolescente de sessão da tarde,

O Caderninho de Desafios de Dash & Lily é uma YA descontraído, esperançoso e que aquece o coração.



Resenha: Amor indomável, M. Leighton

 

Cami é a filha do famoso criador de puros-sangues: Jack Hines. Ela tem o namorado perfeito e seu futuro está a sua espera até que ela conhece Patrick Henley.

No primeiro momento, Cami não sabe que Trick começou a trabalhar para seu pai na fazenda. Mas, quando eles descobrem quem realmente são um para o outro, a atração vira algo proibido. Porém, Trick e Cami enfrentarão batalhas do coração por seus desejos inexplicáveis.

Uma série de revelações de família desencadeiam uma montanha-russa em Trick e logo alguns segredos serão desenterrados, colocando o passado de ambos á mostra.

Sabe aquele romance proibido que precisa passar pelas barreiras familiares e sociais para crescer?  Mas, que entre dramas, faíscas, muita tensão sexual e falhas narrativas, nos faz viver uma montanha russa?

Fazia tanto tempo que não lia algo da M. Leighton que bateu uma nostalgia quando comecei essa história. Uma leve inspiração em Romeu e Julieta com cowboys, cavalos e música country me deixou curiosa.

Por mais que a história fosse interessante no primeiro momento, alternando as narrativas entre Cami e Trisk, sinto que me deu uma sensação de monologo. E isso me incomodou, o modo como a história poderia ter sido melhor se não fosse tão repetitiva em algumas falas.

Não é preciso de muito para adivinhar os caminhos, mas confesso que esperava mais. Até as reviravoltas não foram impactantes como eu imaginava, mostrando que aceitei rápido demais essa paixão avassaladora dos personagens.

Algumas ressalvas me fizeram não favoritar essa obra, como: falta de explicações quanto ao passado dos personagens, que poderiam ter enriquecido o enredo; algumas descrições desnecessárias, o final apressado e poucas partes arrastadas.

A verdade é que terminei com muitas perguntas .Apesar de toda a previsibilidade, a leitura foi agradável, mesmo com minhas expectativas frustradas.

Resenha: O que Aconteceu com Annie, C.J.Tudor

 
"Gostamos de acreditar que nosso lugar está definido no futuro, mas a única coisa que temos é uma reserva. A vida pode ser cancelada a qualquer momento, sem aviso, sem reembolso, não importa o quanto tenhamos avançado em nossa jornada."

Joe Thorne sempre foi um garoto quieto, com amigos complicados. A única coisa que ele amava fazer era ficar com sua irmã mais nova. Até que Annie desaparece por 48h e volta, porem ela não é nada parecida com a irmã que conhecia.

Depois de 25 anos, Joe retorna a sua cidade natal, com um e-mail suspeito no qual sua irmã é mencionada. Sua vida está em fragalhos, regada a álcool e vícios, mas ele volta ao seu passado. Só não esperava que tudo o que aconteceu com Annie, acontecesse com outras crianças.

Continuando a minha jornada alucinante por suspense, mergulhei de cabeça nessa obra da C.J.Tudor e foi incrível. Não consegui parar de ler. Uma trama instigante, que enlaça passado e presente, trazendo vários questionamentos através da vida do protagonista.

A infância de Joe, seu presente está sendo moldado por tudo o que aconteceu no passado e ele precisa encerrar essa parte de sua vida. Essa autora me fez cair de cabeça nesse thriller macabro e intenso.

É aquele livro que assusta, provoca e te prende até o final. Abordando a faceta humana e seus demônios. Uma leitura que me surpreendeu por vários momentos,mesmo não sendo o meu preferido da autora.A ausência de algumas respostas me frustrou um pouco, mas indico a obra para quem deseja conhecer a autora.

Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




Facebook

Instagram

Busca

Seguidores

Arquivos

Populares

Parceiros

Tecnologia do Blogger.