Resenha: A Teoria das Janelas Quebradas, Drauzio Varella



Titulo: A Teoria das Janelas Quebradas
Autor: Drauzio Varella
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 227
Ano: 2010
Sinopse : O livro reúne as crônicas publicadas na Folha ao longo de dez anos. O cardápio é variado, incluindo desde histórias engraçadas de adultério, reflexões sobre o crime, temas atuais de ciência e medicina, até questões sociais, sempre abordadas pelo autor com seu olhar atento para os dramas humanos. Em vários textos, assume uma postura fortemente crítica, ou busca desmitificar ideias falsas, como a de que o pensamento cura ou provoca doenças, ou que precisamos normalmente de suplementos de vitaminas, ou ainda que a dor purifica. Em outros, procura transmitir informações científicas novas, e o faz na linguagem simples que todo médico deveria utilizar ao falar com seus pacientes. 

A Teoria das Janelas Quebradas é uma coletânea de crônicas escritas pelo famoso médico brasileiro Drauzio Varella para a Folha de São Paulo durante 10 anos. Desde de temas cotidianos, questões médicas e sociais, atribuindo também sua experiência como médico no presídio Carandiru. 

As crônicas estão entre situações vividas pelo doutor, como também pelos colegas de trabalho, ligados a temas cotidianos, á medicina ou á sociedade. Texto curtos que não passam de três páginas, interessantes, informativos e críticos. Da superlotação dos aeroportos a casos de bigamia, convivência de presos no Carandiru, drogas, a relação do crime com a classe social e medicina.

O nome do livro: A Teoria das Janelas Quebradas dar-se pela relação do comportamento humano e as questões sociais estão ligadas. Este é o primeiro livro do Drauzio que leio e surpreendi-me ao gostar tanto das suas crônicas, já que o conheço como médico pela televisão. De forma simples e acessível ao público, podemos nos identificar com algumas crônicas ou com a linha de pensamento. Conhecimento, humor são perceptíveis nas suas narrativas.

Drauzio desmistifica algumas crenças que a sociedade impõe á saúde, explica a nossa proximidade com os primatas, o instinto maternal das mulheres, " o sexo frágil". Sendo assim, conhecer o Drauzio através do seu livro foi uma ótima experiência. Suas crônicas são bem humoradas e tão boas de ler, que o tempo passa e você nem nota. 

Uma boa fonte de reflexão de alguns problemas da nossa sociedade, nosso comportamento ás vezes ditado e com relação a medicina. Para quem não conhece o Dr. Drauzio Varella fora da TV, esta é uma boa forma de gastar seu tempo lendo seus textos.

NOTA: 

Resenha: Quarenta Dias, Maria Valéria Rezende

Quarenta dias
Titulo: Quarenta dias
Autora :Maria Valéria Rezende
Ano: 2014
Páginas: 248
Editora: Alfaguara
Sinopse : “Quarenta dias no deserto, quarenta anos.” É o que diz (ou escreve) Alice, a narradora de Quarenta dias, romance magistral de Maria Valéria Rezende, ao anotar num caderno escolar pautado, com a imagem da boneca Barbie na capa, seu mergulho gradual em dias de desespero, perdida numa periferia empobrecida que ela não conhece, à procura de um rapaz que ela não sabe ao certo se existe. Alice é uma professora aposentada, que mantinha uma vida pacata em João Pessoa até ser obrigada pela filha a deixar tudo para trás e se mudar a Porto Alegre. Mas uma reviravolta familiar a deixa abandonada à própria sorte, numa cidade que lhe é estranha, e impossibilitada de voltar ao antigo lar. Ao saber que Cícero Araújo, filho de uma conhecida da Paraíba, desapareceu em algum lugar dali, ela se lança numa busca frenética, que a levará às raias da insanidade. “Eu não contava mais horas nem dias”, escreve Alice em Quarenta dias, um relato emocional e profundo. “Guiavam-me o amanhecer e o entardecer, a chuva, o frio, o sol, a fome que se resolvia com qualquer coisa, não mais de dez reais por dia (...) Onde andaria o filho de Socorro?, a que bando estranho se havia juntado, em que praça ficara esquecido?”

Quarenta Dias é um "diário", onde desabafos de uma mulher comum que tem sua vida virada de cabeça para baixo por acontecimentos e é pegando um lápis e escrevendo na "Barbie" que ela consegue entender o que se passa na sua vida.

 Maria Valéria diz: “O texto foi escrito de maneira cuidadosamente descuidada. “Inventei” a história, que não tem nada de autobiográfico, e fui para Porto Alegre “testá-la”, fazendo em parte o que a personagem faria. Escrevi tudo depois que voltei pra casa” .

Não pergunte por que lhe escrevo. Escrevo porque as palavras estão aí, como a cidade, a noite, a chuva, o rio, diante de mim, dentro de mim, uma torrente de palavras que não me cumprem.
Marília Arnaud

Quarenta dias conta a história da paraibana Alice, professora, que após muita insistência da sua filha, troca João Pessoa por Porto Alegre, para ajudar a filha na futura gravidez. Alice depara-se com uma cidade com costumes diferentes e diferente linguajar, onde os nordestinos parecem restritos á periferia da cidade. 

… somos sempre diferentes todos os dias, estamos sempre a crescer e a saber cada vez mais, mesmo quando percebemos que aquilo em que acreditávamos não era certo e nos parece que voltámos atrás. Nunca voltamos atrás. Não se pode voltar atrás…
José Luís Peixoto

O nome do título refere-se aos 40 dias que Alice passará em Porto Alegre, migrando de uma vida nordestina para um ambiente sem conhecidos e amigos, no qual o consumismo, o comodismo tentam sua vida vazia, uma antitese aos 40 dias que Jesus passa no deserte, tentado pelo Diabo com coisas materiais. 

Alice, sozinha em Porto Alegre lança-se sem rumo pela cidade a fim de descobrir o paradeiro de Cícero Araújo, filho de uma conhecida da Paraíba. Dormindo em parques, em hospitais, rodoviarias com um motivo( ou não) para encontrar o filho de uma amiga pernambucana. Os encontros e aprendizados com as pessoas do lugar é o que impulsiona Alice a viver essa provação. 

A solidão, falta de ação, solidariedade, angustia. Um denuncia ambulante quanto ao racismo e ao preconceito. "Barbie" é o ponto de desabafos de Alice, em seu caderninho infantil de anotações, ela luta com a relação com a filha, o genro e sua vida de "cinza" em que foi forçada a viver devido a tanta pressão dos familiares. Quando Alice abre a porta e sai sem destino por uma cidade até entao desconhecida, suas vivências permitem uma aventura nas ruas frias e desertas de Porto Alegre.

NOTA: 

Resenha: Atrás do Espelho, A.G.Howard



Título: Atrás do Espelho
Splintered - Livro 02
Páginas: 400
Ano: 2014
Editora: Novo Conceito
Sinopse: Em O Lado mais Sombrio , a releitura dark de Alice no País das Maravilhas , Alyssa Gardner foi coroada Rainha, mas acabou preferindo deixar seus afazeres reais para trás e viver no mundo dos humanos. Durante um ano ela tentou voltar a ser a Alyssa de antes, com seu namorado, Jeb, sua mãe, que voltou para casa, seus amigos, o baile de formatura e a promessa de ter um futuro em Londres. No entanto, Morfeu, o intraterreno sedutor e manipulador que povoa os sonhos de Alyssa, não permitirá que ela despreze o seu legado. O mesmo vale para o País das Maravilhas, que parece não ter superado o abandono. Alyssa se vê dividida entre dois mundos: Jeb e sua vida como humana... e a loucura inebriante do mundo de Morfeu. Quando o reino delirante começa a invadir sua vida real , Alyssa precisa encontrar uma forma de manter o equilíbrio entre as duas dimensões ou perder tudo aquilo que mais ama.

Não tenho o porquê negar meu amor pela originalidade da autora e por ela ter trazido o Pais das Maravilhas do Lewis Carroll. Quando terminei O Lado Mais Sombrio fiquei sem chão e precisava mesmo da continuação, ainda bem que a Editora Novo Conceito lançou rapido. O ápice desse livro é Morfeu e suas atitudes dirigem este livro.

Ps: Pode conter spoilers de "O lado mais sombrio " .

 Há cerca de um ano Alyssa retomou sua vida quase normalmente, o País das Maravilhas deixou algumas marcas nela, principalmente a transformando. O ultimo ano do Ensino Médio, ir para Londes com Jeb e sua relação mudada com Jeb é tudo que a preocupa. 

Sua mecha de cabelo vermelho continua na sua cabeça, pertubações nos seus quadros e sonhos violentos a pertubam. Ai apareceu, seu fiel Morfeu. Morfeu quer que Alyssa volte ao Pais das Maravilhas para encerrar essa guerra com a Rainha Vermelha que está destruindo o lugar, mas Alyssa escolheu ser humana, então vai ter que lidar com os jogos de Morfeu em seu mundo
.
"Para obter dele a verdade sobre tudo, tenho que assumir o controle. Morfeu floresce com atenção, seja ela positiva ou negativa. Ele se diverte com a raiva que tenho dele, assim como se diverte com meus atípicos acessos de adoração. O quem ele não consegue suportar é a indiferença. Ela o deixa carente e, por sua vez, vulnerável.Então é exatamente isso que ele terá de mim. Completo e total desinteresse."

Morfeu demonstra muito mais sua personalidade para ter o que quer e conseguimos enxergar um lado "humano" no mariposo. Seu amor por Alyssa continua. Jeb nao tem nenhuma memória do que viveu no País das Maravilhas com Alyssa, mas sua arte reflete algo diferente. 

Consegui me apaixonar por Morfeu nesse livro, provando que ele também merece um final feliz, com ou sem Alyssa. Alyson, a mae de Alyssa tem um grande destaque nesse livro. Vários segredos são revelados, mudando várias vezes o rumo da sua história. E não seria para menos eu querer o Ensnared logo, o terceiro e ultimo livro da trilogia.

É uma série que indico( muito, muito, muito) para quem curte esse tipo de gênero. Magia, personagens loucos e um mundo surreal.

NOTA: 


Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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