Estou colocando a cabeça para fora, da janela. Só isso por enquanto,
mas mal consigo distinguir o delinear dos prédios, a intensidade das estrelas,
a chuva do vento. Digo, sou míope, caro leitor. Se tirar meus óculos de madame,
enxergo a formiga no parapeito da janela, mas confundo o avião com um pássaro
longe. Especialmente hoje senti que não enxergava nada e se via era tudo uma
confusão de formas e cores.As
lágrimas estão turvando minha visão. Vejo tudo se fechar os olhos e se abrir
não vejo nada.
Quando eu tinha uns 12 anos, procurava esconder meus óculos e mesmo com aqueles 0,25 graus eu ia de cabeça abaixada e não queria ser perturbada por usar um acessório que era visto com ridículo. Superei os palavreados e aceitei que deveria passar despercebida com óculos e isso facilitava minha vida. Os anos foram passando e meu grau só aumentava. Fala sério! Odiava ver outras meninas serem bonitas e eu a nerd da turma.
A armação dos meus óculos mudaram. A visão foi ficando mais nítida a medida que eu os usava ,claro. Fiz algumas escolhas e tomei algumas decisões. Amei com todo meu coração alguém. Mirei em mim também.
Agora, meus óculos estão na cabeceira da cama. Não quero ver o quão a vida está nítida e cinza hoje para mim. Não desejo isso para ninguém, mas sempre tem aqueles dias que a gente quer colocar os óculos pretos para que as pessoas não reparem no quanto nossos olhos permanecem vermelhos da noite anterior, que passou em claro e chorosa por algum problema.
Eu queria me proteger das minhas tristezas, das minhas decepções. Queria que alguém me protegesse e colocasse meus óculos novamente, pelos menos se eu visse o desastre , não estaria sozinha ali.
Desejo ser a menina de 15 anos, de óculos , com uma mochila rosa nas costas que sentava na segunda cadeira da 4 fileira e que quando tirava uma nota 10 parecia que tinha ganhado o mundo.
Eu quero tanto ter esse sentimento de volta. Da tranquila, da calmaria de viver uma adolescência. Mas, são nesses flashbacks que nós temos que aceitar que crescemos, que somos obrigados a entrar na vida adulta. Custe o que custar. Teremos que decidir nossos caminhos e viver nossas escolhas. E acreditar que no final, tudo ficará bem.
Quando eu tinha uns 12 anos, procurava esconder meus óculos e mesmo com aqueles 0,25 graus eu ia de cabeça abaixada e não queria ser perturbada por usar um acessório que era visto com ridículo. Superei os palavreados e aceitei que deveria passar despercebida com óculos e isso facilitava minha vida. Os anos foram passando e meu grau só aumentava. Fala sério! Odiava ver outras meninas serem bonitas e eu a nerd da turma.
A armação dos meus óculos mudaram. A visão foi ficando mais nítida a medida que eu os usava ,claro. Fiz algumas escolhas e tomei algumas decisões. Amei com todo meu coração alguém. Mirei em mim também.
Agora, meus óculos estão na cabeceira da cama. Não quero ver o quão a vida está nítida e cinza hoje para mim. Não desejo isso para ninguém, mas sempre tem aqueles dias que a gente quer colocar os óculos pretos para que as pessoas não reparem no quanto nossos olhos permanecem vermelhos da noite anterior, que passou em claro e chorosa por algum problema.
Eu queria me proteger das minhas tristezas, das minhas decepções. Queria que alguém me protegesse e colocasse meus óculos novamente, pelos menos se eu visse o desastre , não estaria sozinha ali.
Desejo ser a menina de 15 anos, de óculos , com uma mochila rosa nas costas que sentava na segunda cadeira da 4 fileira e que quando tirava uma nota 10 parecia que tinha ganhado o mundo.
Eu quero tanto ter esse sentimento de volta. Da tranquila, da calmaria de viver uma adolescência. Mas, são nesses flashbacks que nós temos que aceitar que crescemos, que somos obrigados a entrar na vida adulta. Custe o que custar. Teremos que decidir nossos caminhos e viver nossas escolhas. E acreditar que no final, tudo ficará bem.