Sinopse: Jule West Williams é uma garota capaz de
se adaptar a qualquer lugar ou situação. Imogen Sokoloff é uma herdeira
milionária fugindo de suas responsabilidades. Além do fato de serem órfãs, as
duas garotas têm pouco em comum, mas isso não as impede de desenvolver uma
amizade intensa quando se reencontram anos depois de terem se conhecido no
colégio. Elas passam os dias em meio a luxo e privilégios, até que uma série de
eventos estranhos começa a tomar curso, culminando no trágico suicídio de
Imogen e forçando Jule a descobrir como viver sem sua melhor amiga. Mas,
talvez, as histórias das duas garotas tenham se unido de maneira inexorável — e
seja tarde demais para voltar atrás.
Para mim, a grande surpresa em Fraude Legítima foi ler no escuro: sem saber de nada, sem ver resenhas ou sinopse. Então, o mesmo recomendo a você, querido leitor, que já leu ou quer ler algo de E.Lockhart. Por isso, não teremos uma resenha comum em que introduzo você a história. Só irei comentar a minha opinião e veremos a seguir.
“Se pelo menos pudesse voltar no tempo, poderia ser
uma pessoa melhor. Ou uma pessoa diferente. Seria mais ela mesma. Ou menos.”
O livro é narrado a partir de duas linhas de tempo: o primeiro capítulo é, na realidade , o penúltimo. Este nos mostra o que acontecerá a partir de uma situação e vamos voltando no tempo, assim você conhecerá a Jule West e a Imogen Sokoloff. Você se deparará com personagens duvidosas: será que é verdade tudo o que diz? Voce poderá confiar na sua história? Quem são elas?
Não tinha mais certeza de onde traçar a linha entre elas. [...] Jule era órfã como Immie, uma pessoa que se inventou sozinha, com um passado misterioso. Havia tanto de Imogen em Jule, e tanto de Jule em Imogen.
Inicialmente, foi confuso acompanhar a
narrativa, já que a intenção da autora é que o que você está lendo pode ou não ser
verdade. As brigas, conversas, os detalhes extras serão contados aos poucos,
pois cada capitulo retrocede alguns dias, semanas ou meses na história. Ou
seja, é uma loucura e você precisa estar atento a tudo.
“Ela sabia que mulheres raramente eram o centro desse tipo de história. Não passavam de um refresco para os olhos, companheiras, vítimas ou interesses amores. Em geral, existam para ajudar o grandioso herói branco e heterossexual em sua jornada épica e muito foda. Quando havia uma heroína, ela era muito magra, usava quase nenhuma roupa e tinha dentes perfeitos.
Jule sabia que não não parecia com aquelas mulheres. Nunca ia parecer. Mas ela era tudo o que aqueles heróis eram - e, em certos aspectos, mais ainda.”
Para ser sincera, eu já suspeitava
de muitas coisas que aconteceriam na história. O mistério, nos detalhes era
revelado. Fraude Legitima é uma colcha de retalhos bem construídos e talvez,
para os Sherlock Holmes’s da vida, seja previsível. Não sei dizer se o desfecho
da história me agradou, mas que o final trará muita discórdia e dividirá opiniões,
isso é certo.
Fraude legitima é uma narrativa fragmentada, cheia
de flashbacks, contada de trás para
frente e com muitas referencias literárias e cinematográficas. Terminei o livro
com um misto de emoções: indignação, revolta, querendo conversar com alguém
sobre ele e uma relação de amor e ódio pela história.
"Não é uma amizade de verdade, Jule. Não é uma
amizade de verdade se eu pago tudo, você pega tudo emprestado e ainda assim não
é o suficiente. Você quer todos os meus segredos, depois dos usa contra mim.
Tenho pena de você, de verdade. Gosto de você, mas na maior parte do tempo você
é, tipo, uma imitação de mim."
Nota:★★★★(4/5)