Resenha: Subterrâneo Ascenção , Aline Beker

 
E se o seu destino fosse pré-determinado ?

A Terra não é mais habitavel. Todos os seres humanos sobreviventes vivem em uma cidade subterrânea, impedidos de ver a luz do sol. Agora, sua genética determina o que vão ser para a sociedade. Aqueles que sao considerados inuteis para trabalhar são conduzidos de volta a Terra para morrer.

 Carolina é uma jovem que nao consegue aceitar as regras impostas. Questiona, discute e chama a atenção para o que os olhos nao conseguem enxergar. Testes genéticos, omissões e poucas explicações são feitas para a nova geração que nasce.

 Até que a vida Carolina muda com a possibilidade de sua mãe ser “descartada” da sociedade por se tornar incapaz. Assim, uma rebelião começa a nascer em seu coração para defender a pessoa que mais ama .

É isso que eu quero, um mundo onde todos tenham chances, em que as informações sejam transparentes e que não haja castigos e punições sem motivos verdadeiros.

 “Ascenção subterrâneo” é um nacional interessante, mas que passa ao mesmo tempo a tensão, o medo e a claustrofobia de vive debaixo da terra: a nova forma de sobreviver dos seres humanos. Até me lembrou um pouco a série “The 100”.


Com representatividade, uma trama instigante e turbulenta, a história cresce .Trazendo criticas construtivas a politica, a imposição de deveres e a privação de suas próprias escolhas. A manipulação do poder, a submissão e a opressão de liberdade.

A narrativa em terceira pessoa é frenética. Com muitas informações, segredos sendo revelados e bons plot twist. Personagens cativantes em um cenário desafiador. Mesmo acreditando que talvez uma narração em primeira pessoa tivesse acrescentado mais, uma coisa não posso negar: a escrita da autora é viciante mesmo. Em poucas horas, já finalizava a obra e queria mais.

A distopia finaliza com uma descoberta de tirar o folego e confirma que terá uma continuação para responder as ultimas perguntas da historia. Então, se você curte distopias nacionais com uma premissa interessante e muitas surpresas, essa história merece sua atenção.

 Se alguém não buscar pela mudança, por melhorar o mundo, se todos fizermos sempre as mesmas coisas, sem questionar, o mundo não evolui.

*LIVRO DISPONIVEL NA Amazon;

* Página da autor Anne C Beker ;



Resenha: Binti,Nnedi Okorafor


 

Binti é a primeira jovem de seu povo, os Himbas, a partir da sua terra natal. Para a prestigiosa Universidade Oomza, em outro planeta por uma bolsa de matemática. Indo contra a vontade de seus pais, ela sabe que essa é sua única chance de realizar seus sonhos. BInti foge e embarca em uma nave rumo a Oomza Uni. Mas, no caminho a nave é atacada por uma raça chamada Medusa: terroristas alienígenas.

Essa é uma aventura espacial que eu estava ansiosa para ler. Da mesma autora de Bruxa Akata, esse YA começou fascinante desde as primeiras páginas com uma protagonista simples, mas interessante.

Durante as primeiras páginas, ela duvida de sua capacidade e se sente apreensiva pois pode ser rejeitada na universidade. A jornada de Binti é a maior revolução da obra. Ela ignora as tradições para seguir seu coração, partindo para um mundo estranho.

Ela é inteligente, geniosa e corajosa para arriscar tudo no futuro desconhecido. Renunciando sua identidade como harmonizadora e tornando-se alguém mais forte, sem perder os vínculos familiares.

Por ser uma novela de poucas páginas, a falta de descrição das naves, do mundo, dos personagens e alguns buracos no enredo tornaram a ficção cientifica rasa. Com a chegada de uma ameaça alienígena, a narrativa de reconhecimento pessoal de Binti é interrompida, focando em um conflito singular com os Medusas.

Eu amei conhecer os costumes a respeito dos Himbas, considerados por outros povos como primitivos: eles untam seus corpos com a terra, seus cabelos e sua pele. A família, a tecnologia e a terra tem uma forte conexão para eles.

Resenha:Positiva, Camryn Garrett

 
Simone é uma adolescente com HIV positivo. Enquanto ela quer saber mais sobre sua sexualidade, seus pais a tentam protegê-la. E logo agora que ela está de olho em um garoto na escola. Mas, será que se ela contar sobre sua doença, ele ainda ficará?

À medida que esse relacionamento cresce, ela se depara que a sua verdade está mais perto, até que começa a receber mensagens ameaçadoras na escola. De alguém que ameaça que seu segredo será revelado, se ela não largar Miles.

A falta de informação leva o ser humano a ignorância. E essa obra nos leva a abrir nossa mente, aprender sobre aquilo que, muitas vezes, não é ensinado corretamente nas escolas. “Positiva” merece estar nas prateleiras escolares, ter sua temática discutida e compreendida. Ele também merece ter um filme e eu aposto que teria impacto a comunidade negra e queer.

Explorar o HIV e como isso pode mudar a vida de uma pessoa foi uma experiencia que me fez sair da zona de conforto e entender como as vivencias moldam o ser humano.

Simone é uma representação de muitas pessoas com HIV, cuja força, luz e  perseverança de viver fizeram esse livro ser MARAVILHOSO, REAL E EMOCIONANTE.É tão fácil se apaixonar por Simone: sua voz, seu bom humor e sua perspicácia. Eu também amei demais Miles, seu carinho por Simone, suas provocações e companheirismo levaram esse romance a outro nível, marcando com várias cenas fofas.

Além da relação com as melhores amigas, Lydia e Claudia. A sua rede de apoio, assim como seus pais, que são simplesmente fofos, genuínos e protetores.Bravo, inclusivo e apaixonante. O retrato de pessoas que não são vistas na sociedade, mas que precisam serem ouvidas e sentidas. Com muito bom humor, positivismo para dez estigmatizar o HIV.

Garrett faz sua estreia com muita vulnerabilidade, sensibilidade e inspiração.

Ele aborda muitos tópicos, mas fala abertamente sobre sexo de uma maneira positiva., da sua sexualidade, do rotulo de ser bi ou não. E isso foi algo que pouco se vê em livros YA.

Embora a medicina tenha evoluído, as mentalidades não evoluíram e essas pessoas ainda são condenadas ao ostracismo, ignorância e jogadas à margem das sociedades, e por que motivo? E isso ficou muito bem demonstrado na maneira como Simone NUNCA luta contra o fato de ser positiva, ela só luta contra o medo da maneira como as outras pessoas a verão e tratarão quando souberem.

Um dos focos é Simone e o fato dela ser soropositiva. Desconstruindo o estigma em torno dessas pessoas, em relação ao sexo, ao futuro. De uma forma divertida, sensível trata muito mais do que em qualquer aula de educação sexual.

Com equilíbrio o tema que tinha tudo para ser pesado, mas foi tratado com bom humor e sensibilidade. E se você ainda não sentiu vontade de ler esse livro? Bem, vou procurar outras formas de convencê-lo e talvez você reconsidere essa escolha.

Gatilhos: chantagem, preconceito e estigma do HIV +, agressões racistas e fetichização

 

 

Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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