Resenha: A Hipótese do Amor , Ali Hazelwood

 

Hoje a resenha é uma collab, de um livro muito hypado no momento que amamos ler juntas e tivemos nossas expectativas alcançadas. Por dias, eu desejei que alguma leitura me fizesse sorrir e definitivamente essa trouxe o sarcasmo, a nerdice e o espirito da vida acadêmica.

Olive Smith é uma estudante de doutorado em Biologia que passa muito tempo no laboratório, tudo para colocar sua pesquisa sobre câncer de pâncreas em evidência, buscando investimento necessário. Porém, ela é insegura sobre amor.

Ao terminar com seu ex-namorado, ela vê que sua melhor amiga, Anh, gosta dele e para provar que não gostava tanto assim e que seguiu a vida, ela beija o primeiro cara que passa no corredor, Adam Carlsen, um professor notório e conhecido no departamento por levar os alunos às lágrimas.

Concordando em fingir que são amantes para financiar suas próprias pesquisas, ambos estão dispostos a quase tudo. Porém, quanto mais tempo eles passam juntos, mais Olive percebe que pode se envolver nessa relação de mentira.

Começamos a ler esse livro depois do hype do booktok. Ali Hazelwood construiu uma protagonista que vive no meio acadêmico dominado por homens, toda hora se questionando quanto ao seu valor naquele lugar.

A química entre eles é divertida, sexy e tão inteligente que te deixa realmente querendo que existissem. O romance entre Olive e Adam cresce gradativamente, tem a diversão, a tensão e o namoro falso perfeito. Adam é aquele que segue o baile, meio incerto no começo, mas depois se rende as provocações de Olive.

Além de personagens carismáticos, temos uma secundária que ganhou nosso coração: Anh é vietnamita e bem representada. A amizade entre ela e Olive é algo inspirador.

Uma história doce, inteligente e extremamente engraçada. Impossível não sorrir em muitos momentos. Sem dúvida, estamos mais que prontas para os próximos livros de Ali Hazelwood.

Se você ainda não leu e gosta de uma boa dose de comédia romântica envolvente desde as primeiras páginas, te indicamos muito esse livro!

Avisos de conteúdo: doença terminal (câncer de pâncreas), morte de um ente querido, assédio sexual, abuso de poder, bullying em ambientes de trabalho.

"Eu gostaria que você pudesse se ver do jeito que eu vejo você."

💬 Qual seu nível de vontade de ler esse livro?

Não é sobre mim

No domingo de manhã, eu acordei com voce no pensamento. De novo, pela milésima vez nessa semana e me senti sufocada. Eu queria tanto esquecer, mas tem tanta coisa que me faz lembrar de voce.

Lembrar dos seus olhos verdes me observando, enquanto estava deitado em cima de mim. Daquele episodio de The Big Bang Theory que voce adora assistir, dos palavrões que voce solta quando está empolgado com algo. São os detalhes que me deixam com saudades dos seus beijos, dos seus braços em torno de mim e eu penso: porque voce ainda me deixa assim?

Porque me importo tanto com alguém que simplesmente me quis tanto por um momento e depois resolveu que eu nao era o suficiente? Eu sinto muito, mas por voce. Por voce que perdeu alguém tão rara por dentro, que não soube dar valor a todas as vezes que fiquei, quando poderia ter ido embora. A todos os momentos que voce mal podia esperar, mas resolveu desistir de tentar.

A todos os beijos que perdeu porque voce resolveu ignorar. O que há de tão errado nisso? Em admitir que sua mente está indo em direção a uma pessoa. 

Eu sinto muito, por mim, que ainda estou com o coração machucado. Que ainda penso nas promessas vazias, nas ações indecisas, no adeus que achou ter me dado quando pediu espaço. A luz que apagou em menos de um minuto, e que me deixou no escuro. A distância que colocou entre nós, mesmo quando nossas mãos estavam unidas.

Eu ainda sinto muito, porque eu nos vi algum tempo juntos. Pelas expectativas que criei, nas afirmações que me fez. Nos carinhos que te dei, quando estava com medo de me apegar demais a alguém que me trazia uma certa paz. 

É trágico o quanto me importo com voce. O quanto desejo teu bem e me preocupo mesmo que nosso contato tenha esfriado. O tanto que voce ocupa a minha mente quando nao a merece nem um pouco. Quando sei que pra voce, eu não sou tão importante. E assim eu me olho no espelho: fácil, frágil e vulnerável.

E agora, eu corro. Corro para longe para te deixar seguir, mesmo me perguntando: " E se "? Mas, se tem algo que aprendi é que a paixão vem e arrebata. Voce nao quer, mas ela insiste e maltrata. Te faz de escrava, te deixar a mercê de algo que poderia ter e toma. Mastiga, cospe e joga bem na sua cara.

 A partir de agora, não quero sentir nada. Quero que a bela e brutal vida me de um espaço, um tempo para respirar e nao para amar. Porque sei que vou demorar para me acostumar, a não sentir seu cheiro, a não pensar nos seus olhos, a não te respirar .

Vou precisar entender que alguns sentimentos são para serem sentidos e não vividos, são frações de tempo, pequenos momentos de alegria e momentaneidade.  Terei que aprender isso, não é sobre mim.  É sobre voce. 

A reciprocidade nao pode ser exigida, ela precisa acontecer na mesma intensidade. Porém, isso ainda preciso compreender. Aceitar e deixar ser.