Resenha: Jamais subestime os peões, Celina Moraes

                              

Raquel é uma jovem conhecida como galopeira, ama cavalos e joga xadrez. Nesse jogo, ela sabe conhecer seus adversários, pontos fortes e fracos. Enquanto isso, Daniel  é um jovem ambicioso, que certo dia deixa seus sonhos com Raquel para se casar com a filha de um usineiro de cana-de-açúcar.

Eles queriam ter seu próprio espaço, mas a pobreza os desilude. Raquel decide partir para São Paulo com o coração partido e sonhos despedaçados.

Na capital, ela encontrará novos desafios para uma garota do interior. No tabuleiro da vida, ela estará disposta a fazer as pazes com o amor para se encontrar ?

O segundo romance da Celina Moraes traz muitos personagens interessantes, mas foca na Raquel. Uma jovem, cuja desilusão leva a sair da sua zona de conforto e deixar um pouco sua paixão por cavalos de lado.

Com o coração fechado, ela percebe que há muito pelo que lutar para ser respeitada em um novo ambiente. 

Confesso que demorei a me conectar com o elenco principal, mas como um tabuleiro, as peças foram sendo colocadas , fazendo minha percepção mudar. A história começa em 1987 e vamos acompanhando a trama pelos próximos anos.

Com um conteúdo mais adulto, o linguajar é informal e regional. Mas, em uma escrita fluida e bem equilibrada, conseguimos ler e sentir as emoções dos personagens. Ver que ao longo do tempo, eles evoluem e suas mentes amadurecem.

Assim como a protagonista, somos levados a fazer escolhas o tempo todo. Muitas vezes, sacrificamos o que amamos para crescer, virar outro alguém. E mesmo que pareça ser a jogada final, temos muitas possibilidades para mudar o jogo. Afinal, o controle está na nossas mãos. Basta, refletirmos e termos um pouco de coragem para ser.

 Uma segunda experiência encantador, cheia de lições e belas interpretações da vida. Se você curte um bom romance com drama na medida certa , indico esse nacional.

Assista o booktrailer: 

Link para comprar: Amazon
Página da autora: Celina Moraes

 

Conheça a Angie Thomas e suas obras

 

"O ódio que você semeia" foi considerado um dos melhores livros do The New York Times em 2019. O romance foi adaptado para o cinema pela Fox com Amandla Stenberg e Russell Hornsby. A história gira em torno de uma garota que precisa aprender a usar sua voz para lutar pelo o que é certo, para defender seu povo.



"Na hora da virada" será adaptado e terá Angie Thomas como produtora, Amber Rasberry como a produtora executiva, Kay Oyegun como roteirista e Wanuri Kahiu como diretora.

O segundo livro da autora conta a história de uma garota que sonha em se tornar a maior rapper de todos os tempos e do seu caminho arduo. Em casa as coisas não vão bem e a escola se torna um ambiente hostil para seu sonho.


"Uma rosa no concreto" conta a história de Maverick Carter aos 17 anos e de como ele se tornou o pai de Seven e Starr, de "O Ódio Que Você Semeia." O livro já está em pré-venda nas livrarias online.


A autora falou em uma entrevista recente que seu novo livro é um dos mais ousados que já escreveu. Ela queria contar a história de homens reais que nunca tem oportunidade de serem ouvidos, sendo diminuídos , vistos como risco.

Resenha: Serafina e o cajado maligno, Robert Beatty


Serafina e o Cajado maligno continua os acontecimentos do primeiro livro, após derrotar o mal. Porém, vilões não dão tempo e o novo controla os animais, as pessoas através de um cajado maligno. Se mantendo nas sombras.

Um dia, enquanto estava pela floresta, percebe que um homem saindo de uma carruagem. Ao se esconder, ela quase morre fugindo dos cães. Com ajuda de sua mãe que se transforma em um felino , ela consegue retornar para Biltmore , mas sente que o mal chegou.

O comportamento agressivo dos animais, um detetive que chega para investigar o desaparecimento do Sr. Thorne. Uma nova ameaça envolve a Propriedade Biltmore e Serafina é sugada para uma nova aventura, tentando proteger aqueles que ama.

Ao longo do segundo livro, conheceremos mais das origens de Serafina, sua relação com a floresta e seu destino.

Enquanto lia, senti a beleza na linguagem, a sabedoria nas entrelinhas e o que a trama queria me mostrar. Serafina é gente como a gente: aquela pessoa que não se encaixa, mas imediatamente luta para encontrar seu lugar. Nos deixando conectados a ela e sentindo suas lutas.

Uma garota que vira heroína de si mesma, abraçando quem ela é e buscando salvar outras vidas, além da sua. Encontrando coragem, amor-próprio e amizades verdadeiras.

É fácil visualizar as cenas da Serafina e do Braeden, seu amigo, enquanto investigam hospedes, procuram pistas e se encaram o perigo. Uma amizade que cresce em Biltmore e nas florestas.


A natureza, a fantasia e os mitos estão presentes. Grandes batalhas, vilões malignos em uma aventura divertida para impedir que o egoísmo humano fale mais alto.
O cenário colorido, com um enredo divertido e mágico mantém a sequencia. E me deixou ainda mais animada para o terceiro volume.

Robert Beatty constrói uma aventura cativante, com mistério e dilemas morais. Serafina está confusa: ela é humana demais para viver na floresta e selvagem para estar com seu pai. Mas, ainda encara tudo com coragem, ousadia e amor.

Apesar do mistério ter sido um pouco obvio, alguns fatos não foram bem explicados e temos um enredo acelerado, principalmente as partes da floresta , o que torna a repetição cansativa.

Mesmo sendo uma aventura leve, a leitura ensina sobre família, valor da amizade e perdas. Afinal, podemos sermos mais de uma coisa, desde que estejamos felizes em ser quem somos. Atraente, com reviravoltas e pequenos sustos.

 

Resenha: Mais mortais que os homens


Quem diria que as mulheres seriam ótimas no gênero de terror, mesmo séculos atrás?

Conhecemos alguns nomes masculinos, histórias que ate hoje mexem com os leitores.

Todavia,”Mais Mortais que os Homens” traz uma coleção de contos escritos por mulheres no século 19. Moças que foram contra o seu tempo e trouxeram suspense, boas doses de humor ácido e críticas sociais envoltas em suas histórias.

O camalhaço pode dar medo a alguns e mesmo tendo uma certa dificuldade em me adaptar aos contos, creio que aos poucos fui sentindo a leitura fluir mais. Tornando uma experiencia desafiadora, mas memorável.

Trazendo alguns nomes conhecidos, como : Mary Shelley, autora de Frankenstein , Louisa May Alcott , Charlotte Perkins Gilman , entre outras. A leitura enche os olhos com as visões sombrias, perspectivas apuradas e o poder das palavras em um tempo que as mulheres não tinham grandes oportunidades como escritoras.

Alguns contos me deixaram arrepiada, outros tive uma certa dificuldade para ter empatia. Mas, todos tem um motivo para estarem nessa coletânea. Trazendo terror psicológico, boas doses de suspense, histórias de fantasmas. Alguns mais leves, outros mais pesados. Mas, com toda certeza uma experiencia incrível.

 A edição com capa dura, tradução propicia e adaptada dos contos e que ainda traz uma biografia resumida das autoras é um luxo a parte.


Mulheres que foram além do seu tempo e permanecerão através das suas escritas. Uma antologia para apreciar, sair da zona de conforto e viver alguns sustos.

E isso apenas prova o que eu disse: que não há nada melhor para afastar fantasmas do que tinta fresca.

"O remorso amansa algumas naturezas, mas envenenou a minha."

Resenha: Dumplin, Julie Murphy

 
Willowdean ou Dumplin é filha de uma ex-miss, uma gordinha que todos os dias enfrenta comentários desrespeitosos por conta do seu corpo.

Finalizando a escola e trabalhando meio período, Will tem uma paixão no seu colega de trabalho, Bo. Porém, esconde muito bem isso, até de sua melhor amiga – Ellen. Até que aos poucos, ela percebe que Bo também a olha de um jeito diferente.

Mas, a sua insegurança chega para destruí-la de vez em quando. Mas, ela decide encara-la de frente: se inscrevendo no Concurso Miss Jovem Flor do Texas.

"Talvez porque nem sempre seja preciso vencer um concurso para se pôr uma coroa na cabeça."

A adaptação de Dumplin me levou a ler sua história, depois de anos. E ao finaliza-la so posso me questionar: porque não a li antes?

Com uma protagonista forte, corajosa e real, a autora trabalha a aceitação, a gordofobia, os padrões estéticos, relações familiares, amor e amizade. Com uma escrita encantadora, fluida e identificável.

Will é alguém que eu gostaria de ter como amiga: sua lealdade, sua autoconfiança em se aceitar do jeito que é, mas enfrentar os comentários, lutar pela aceitação em uma sociedade que preza pela magreza como perfeição.

"Às vezes, descobrir quem você é implica entender que o ser humano é um mosaico de experiências. Eu sou Dumplin', Will e Willowdean. Gorda. Feliz. Insegura. Corajosa."

Nessa história, seu desenvolvimento é maravilhoso. Sua jornada influenciará outras pessoas e nos levará a refletir sobre nossas atitudes. O elenco é divertido e autentico, o romance alcançável e genuíno.

Dumplin é simplesmente leve, cativante e empoderador. Uma leitura com uma mensagem forte sobre amor próprio e com muita representatividade!

 

Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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