Resenha:Perdas e Danos , Cris Matthiesen


 Andrew é um escritor consagrado e tem um relacionamento perfeito. Afinal, conheceu Sol desde na infância. Depois de anos juntos, o casal que antes era só sorrisos, passa a viver frustações.

 Com a infelicidade, Sol volta aos seus vícios com a bebida e o passado que antes estava distante, volta para lhe assombrar. Com um stalker à espreita, feridas não cicatrizadas e conflitos no amor. Será que esse casal sobreviverá a essas adversidades?

 Essa foi minha primeira experiencia com a escrita da @cris e posso afirmar que me cativou de primeira. Tamanha fluidez, leveza e ainda com um toque de tensão. A autora traz nos segredos da protagonista, o fio que ligará tudo da sua vida.Nós fazendo tomar as decisões, repensar atitudes e ficar em dúvidas sobre os personagens.

Com altos e baixos, a trama está repleta de emoções e temas interessantes. Como: a presença de um sociopata, a realidade de um casamento, segundas chances e corações partidos.

O elenco é bem construído, com uma trama cheia de suspense, muito romance e drama. Enfocando o retrato de um relacionamento real, com as falhas, os acertos e as dificuldades.

A autora traz na jornada de Sol, uma mulher determinada que no começo pode te dar uma leve irritação por conta de suas atitudes, suas reações exacerbadas não me convenceram. Mas, o seu passado me fez entendê-la por completo depois.

Além do bom desenvolvimento, temos a citação de muitas musicas clássicas. O que me deixando cantando enquanto lia. O plot twist é emocionante e posso afirmar que a história termina de uma forma surpreendente.

Sobre segundas chances, perseverança no amor e esperança em tempos difíceis.

GATILHOS: agressão psicológica 

*LIVRO DISPONIVEL NO AMAZON

* Página da autora Cris Matthiesen


Resenha:Uma árvore cresce no Brooklyn, Betty Smith


A história de vida da jovem Francie Nolan, sua família e sua sensibilidade em tempos tão opressores. As experiencias diárias, a honestidade e o drama famíliar que capta o significado de lar. 

Frannie é uma garota que nasceu em uma família pobre. Tímida, ela se encontra nos livros.Madura para alguém da sua idade e crescendo no Brooklyn no inicio do século XX. Seu pai é amável, apesar de sempre andar bêbado. Sua mãe parece amar mais seu irmão. Sua tia não é bem vista, mas é gentil.

 Juntos, essa família procura sobreviver dia pós dia, mesmo nas tristezas.

 O mais admirável nessa obra foi a sensação de voltar a minha infância, a vibração dos vizinhos. Sentindo que ali estão pessoas vivas, desde aquele homem rabugento a vizinha fofoqueira.

O ritmo é lento, a escrita detalhada e por ser longo, pode ser que muitos desistam quando o veem. Apesar disso, ele é gentil, honesto e mordaz. É como olhar de uma janela para uma rua comovente e que transparece obstáculos da vida humana: crueldade, exploração, pobreza, desigualdade e tristeza. Mas, que ainda sim, cresce como uma arvore, brotando esperança, alma e humanidade.

Ao relatar o amadurecimento da protagonista, a perda de sua infância por necessidade e suas primeiras experiencias, a história assume a maior força que temos: sonhos. Com uma família lutando por amor, oportunidades e significado para suas vidas.

 É uma história sobre aprender a amar, respeitar e desistir quando necessário. Ver o mundo  como ele é, fazer parte dele, mas lutar para que ele seja seu também. Com amor, dores, tristezas, a parte mais bonita e as mais feias. A franqueza que permite que possamos chegar a nossa conclusão, sem nos perder, assim como a Francie Nolan chegou às dela.

Com uma mensagem social impactante, essa história ressoou mais do que esperava e se tornou uma das maiores surpresas do ano. Trazendo no sonho americano e no poder do dinheiro a verdade sobre a democracia: a exploração de uma classe para Ascenção de outra.

Uma história comovente em que os personagens brilham. Retratando as diversas classes, vivencias e descontruindo uma visão social. Duro, sombrio e sobre a vida real, cheia de dificuldades, mas que é regida sob a esperança, à espera de um destino melhor.

O primeiro livro da Betty Smith,  publicado em 1943 e baseado em sua infância no Brooklyn, traz na Francie Nolan, uma grande história. Uma jovem que está aprendendo a sacrificar sua inocência para crescer nas amarguras da vida.

Francie é uma garota gentil que cresce em um ambiente hostil de pobreza, mas floresce apesar de tudo. Seu encanto pelas pequenas coisas, sua coragem e persistência para ser quem é. A condição de oprimida e imigrante leva a um romance esperançoso.

Com o poder de despertar grandes emoções, desde tristeza a alegria, determinação e força. Temos nos personagens a melhor parte: as falhas, os erros, os aprendizados. Muito mais que uma narrativa rica e madura, vai  transportar seu coração para outra época e vai demorar a deixar sua memória.

A cada palavra, outra se apoia e encoraja o leitor a seguir em frente. A acompanhar as mudanças, a criar vínculos, observar com outros olhos três gerações. Enfrentar os pesadelos, sorrir com momentos da infância, a se apaixonar pela família e pelos detalhes da vida.

As nuances da vida familiar, as decisões pela sobrevivência e o olhar determinado para a vida adulta. Atencioso, ousado e sábio. Uma obra para todos os tempos.

Resenha: A caçadora, Kate Quinn


Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o combatente e jornalista 
Ian Graham precisa encontrar a Caçadora. Com a ajuda do seu amigo judeu,Tony Rodomovsky, em uma caçada por criminosos de guerras, a busca por justiça e vingança é impiedosa.

 Enquanto isso, Nina também lembra da Caçadora, aquela que ameaçou sua vida, mas ela sobreviveu para contar história.Filha de um pai abusivo, pilota sovietica, ela encontra seu lar com suas sestras até que é expulsa. Junto com Ian e Tony, eles irão perseguir a procurada nazista.

 Jordan quer ser fotógrafa, mas algumas coisas a impedem. Até que sua madrasta entra na sua vida e uma foto que ela tirou parece amedrontá-la, mostrando-lhe uma mulher diferente.

A narrativa em terceira pessoa com as vozes de Jordan, Ian e Nina contrastam perfeitamente com a vulnerabilidade humana. Kate Quinn constrói um romance histórico sobre três mulheres: uma jovem fotografa, uma assassina e uma Nachthexen, uma Bruxa da Noite.

Com muitas camadas, vários pontos de vista e uma riqueza de detalhes históricos. É possível perceber o carinho, a pesquisa e complexidade que vai além de um romance.

Traz mulheres distintas que compartilham algo maior. Relembrando o retrato da força, diversidade e poder de espias, pilotos e combatentes.

A caçada em si não é um grande mistério, até porque isso vai sendo revelado, mas a forma como cada vida vai cruzar é o que mais atrai. Abordando o preço pela justiça, consequências de guerra, histórias de amor e uma jornada com muito suspense, a coragem é enfatizada e vista sob novas perspectivas.

 Com um ritmo eletrizante, o passado se cruza e assim temos as profundezas de um elenco sendo destrinchadas. Como uma onda, somos puxados para essa trama com um cenário de guerras, mas também de camaradagem. Com um final cheio de reviravoltas e um enredo memorável, Kate Quinn escreve uma ficção histórica MARAVILHOSA.

Uma ficção instigante, com um cenário único e sobre mulheres extraordinárias que marcaram a história, em um momento que o machismo dominou, elas resistiram.


Resenha: GAROTA A, Abigail Dean


L
ex Gracie cansou de ser a famosa Garota A da história sobre a Casa dos Horrores em que viveu. A que escapou e libertou seus irmãos. Enquanto seu pai se mata e sua mãe é presa. Apos muitos anos, sua mãe morre e deixa uma herança para os filhos: a casa do seu passado. Junto com Evie, Lex quer fazer da casa em que sofreu um lugar acolhedor para outras crianças. Mas , antes ela precisa do aval de seus irmãos.

Um drama psicológico tenso , triste , mas que não consegui me conectar como esperava. De alguma forma, ele assombra, aos pouco. Mas, perde em suspense com informações demasiadas e algumas desnecessárias. Sem contar na alternancia constante  e sem aviso de linhas do tempo.

Logo, é mais um drama familiar que um thriller, focado no passado sombrio marcado pelo abuso infantil e na análise psicológica durante a vida das vítimas. Relatando os diversos efeitos nas crianças que estão sendo abusadas e suas formas de lidar com o trauma.

Abigail Dean divide a fragilidade da Lex e sua tentativa de não pensar no passado. Porem, maiores explicações ocorre nas últimas páginas. Certamente, a história tinha um potencial para ser cortante, mas não atingiu esse objetivo. Pelo menos, não para mim, que não senti empatia pelo elenco e sim, incomodo pela forma como a história foi se desenvolvendo.

Algumas revelações eram previsíveis, enquanto outras ficaram a desejar.Mas, confesso que foi um drama que me levou tensa, amendrontada e cada vez mais curiosa com o desenrolar. Esta é uma história difícil, cujo retrato familiar é marcado por desmoronamentos de amor, cuidado e afeição.

Mas, acredito que para quem curte romances psicológicos baseados em casos reais, essa pode ser uma historia sombria que vai te envolver.


“O passado era um dos poucos países estrangeiros que nenhum dos dois queria visitar. Sempre havia muito mais para se falar.”

Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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