RESENHA: Todas as coisas que eu te escreveria se pudesse”, do Igor Pires

                                      

- Qual música combina com sua leitura atual?

Lendo “Todas as coisas que eu te escreveria se pudesse”, do Igor Pires, me peguei pensando na “drivers license “ e “good 4 u” da Olivia Rodrigo. Duas músicas sobre coração partido, términos e saúde pós-fim.

E eu sei que não éramos perfeitos
Mas nunca me senti assim por ninguém
E eu nem consigo imaginar
Como você pode estar tão bem, agora que eu fui embora?”

Como uma casa, o autor coloca tijolo sob tijolo, falando sobre seu ex-relacionamento, as magoas, a saudade e tudo o que estava guardado no peito. As diferenças, as semelhanças e os embates. Ele estava sendo destruído e o seu amor estava seguindo em frente.

Escrever sempre é intimo demais e isso pode te trair, levar as lágrimas e a reviver momentos que talvez, ainda não consiga esquecer. E tudo bem ficar na bad quando você esperava que aquele amor fosse para sempre. Viagens foram desfeitas, sonhos não realizados, expectativas no chão.



O deja vu do que poderia ser e não foi. E sempre nos perguntamos: será que vamos amar de novo? Será que vou conseguir sentir mais? Será que ele(a) vai se lembrar de mim?

Poderia escrever todas as coisas sobre esse livro:  a intimidade das ilustrações ao texto, os desabafos do autor que um dia foram meus, da saudade que bateu, mas que passou.

A ênfase em ser mais nós mesmos: exagerados, sensíveis, errantes e amantes. Até porque, seria impossível passar pela vida com o coração inteiro.

Impossível não criar uma conexão com o Igor. E ai? Qual autor (a) você também tem essa sensação imediata de identificação?


QUOTES FAVORITOS:

“ Eu escreveria todas as coisas se pudesse mas escreve-las seria voltar ás primeiras lágrimas que chorei depois que você se foi.”

“Suas mãos procuram lugares cheios pra existir, meu corpo so dança nos vazios, seu pecado é sorrir demais.”

“Que nossa carência não nos engane: beber de qualquer relação ainda é estar com fome.’

Resenha: Foi assim que tudo explodiu, Arvin


Avisos de conteúdo: [homofobia, chantagem,racismo, islamofobia,

Amir Azadi é gay, muçulmano e sabe que contar a sua família será um grande problema. Porém, tudo muda quando alguém o ameaça dizendo revelar seu segredo. Não sabendo como lidar com a situação, ele embarca em uma viagem: direto para Roma, onde tudo mudará e talvez ele se encontre.

"É um privilégio tão grande, sabe? Poder ser você mesmo sem precisar fingir."

Tive um pressentimento na primeira página: esse livro iria se tornar um favorito. E minha intuição estava certa: Amir é apaixonante. Como um personagem queer vai lidar com a pessoa que quer ser, porém há barreiras demais o impedindo. Enfatizando o relacionamento com a família através da sua narração.

A história é dividida entre duas perspectivas: a de Amir e sua família, que estão interrogados pela alfandega no aeroporto na volta para os Estados Unidos. Contando como tudo aconteceu até esse momento. Isso foi tão intrigante, mesmo algumas falas parecendo forçadas.

Amir é o retrato humano de um garoto queer e muçulmano que lida com o preconceito por ser quem é, assim como de onde vem. Além disso, tem uma família que tem dificuldades em entender sua identidade.  Fugir dos problemas é mais fácil do que os encarar. Porém, é melhor fazer o que é certo ou o mais fácil?

E assim a história de Amir partirá seu coração: seja a busca por identidade, aceitação, amor-próprio. Assim como ela também poderá colar os pedaços. Mostrando o amadurecimento, os laços feitos em Roma,a quebra de estereótipos e reconhecer o valor que temos fazem essa leitura vale tanto a pena.

Posso afirmar que queria mais páginas. Viver em Roma através do Amir foi uma experiencia e tanto. Aprendi até um pouco de italiano, andei de lambreta e comi pizza demais. Quem não gostaria de dar um pulo á Italia?

Uma leitura divertida, comovente e inspiradora, que colocará um sorriso no final.

E foi assim que a Bia explodiu de amores.


"Viver é encontrar pessoas que te enxerguem"

Resenha: K-pop confidencial, Stephan Lee

 

Candace é uma adolescente coreana-americana que ama cantar, apesar de não fazer tanto isso. Incentivada por seus amigos, ela decide fazer testes para ser Idol, uma estrela de k-pop. Ela consegue essa chance e viaja para Seul, para treinar e quem sabe debutar no grupo feminino. 50 garotas estão competindo para ser a versão feminina do SLK ( o grupo masculino mais famoso do momento).

Porém, Candace não imaginava que seria tão difícil. Sua aparência vira alvo, seu peso é constantemente lembrado e seu jeito a leva a se perguntar se realmente ela terá chances nesse mundo.

A Candace é tão incrível. É notável seu crescimento e ainda mais divertido suas confusões. Ela é corajosa, com personalidade forte e está buscando sua voz. Foi tão empolgante acompanha-la nessa jornada.  Ela me surpreendeu a cada passo.

Mesmo sendo um livro bem humorado, ele fala sério sobre alguns temas. Explorando a obsessão com a aparência dos idols, o abuso dos superiores, as proibições que os trainees passam para realizar seu sonho, o afastamento das suas famílias. Há tanta coisa que as câmeras escondem.

Os bastidores tão honestos, crus, que podem provocar tantas emoções: de alegria a tristeza. Pela visão da Candace, podemos quebrar os espelhos em torno desse mundo perfeito de uma forma íntima, esperançosa e reflexiva.

Ela está enfrentando tantos desafios: aprender a falar melhor coreano, lidar com seu peso, aprender a dançar, a tornar a sua pele brilhante e saudável mesmo em condições deploráveis. Tudo sob pressão. Viver sob os holofotes é difícil e todas as 50 trainees sabem disso, todavia não há meio-termo nessa escolha. È tudo ou nada.

O romance de Candace e YoungBae não é o foco, mas foi doce, porém mal desenvolvi e adicionado a um triangulo amoroso. Embora os personagens secundários não fossem tão bem explorados, eles tinham personalidades únicas e isso despertou minha curiosidade por suas camadas.

Impossível não aprender mais da cultura coreana, se emocionar com o que acontece por trás das câmeras e torcer para que Candace abale as estruturas, com seu jeito feroz, humano e determinado. O final é abrupto e eu so queria um epilogo, mas foi uma leitura que me fez feliz como fã de K-pop.

E se preparem, o segundo livro vem ai.

Este é um livro tão comovente, revelador e hilário. Um mergulho profundo no mundo K-Pop, na cultura coreana e na música.

Quer seja fã ou não de k-pop, esse livro vai te encantar e divertir.  Ele é divertido, encantador e pode te surpreender. E garanto que você vai expandir seu vocabulário, também.

Daebak!

Algumas questões me fizeram não favorita-lo: o quão rápido Candice passou na audição, mesmo cantando bem; Binna, que está ali a mais tempo que Candace e simplesmente teve grandes fatos dificuldos; A rapidez como a relação com Helena se resolveu; O quanto Jinhoo se apagou ao longo da história; A paixão quase instantânea, a falta de representatividade sexual.

Resenha: O imenso azul entre nós, Ayesha Harruna Attah



Hassana e Husseina são irmãs gêmeas que foram separadas na infância quando sua aldeia foi invadida. Agora, elas percebem que há um oceano que as separa. A sua única forma de conexão são os sonhos, que as levam para mais perto uma da outra.

Será que algum dia irão se reencontrar?

A obra é contada por duas perspectivas contrastantes, mostrando mais camadas das irmãs. Em tempo de escravidão, preconceito religioso e colonialismo, a história pede por empatia, emoção e perseverança em tempos de perseguição do século XIX.

As belas descrições do Brasil e da Costa do Ouro dão uma atmosfera incrível e acolhedora, estabelecendo uma ponta entre as gêmeas e nos fazendo conhece-las cada vez mais.

A escrita da autora é apaixonante, espirituosa e envolvente. Quando fala da Hassana e Husseina, percebe-se que suas jornadas são distintas, mas complexas. As adversidades as levam para lugares opostos, mas seus corações se aproximam a cada crescimento.

Quanto ao final, apesar de não ser tão realista, eu gostei do diferencial, da conexão que trouxe para a história. Só desejei um desfecho completo para uma irmã ( no spoilers) , mas fora isso, compreendi que mesmo as gêmeas vivendo realidades distintas, o tempo não mudou seu amor uma pela outra.

O imenso azul entre nós é um mergulho no amor, nas perdas e na esperança.

Resenha: Jogos de Herança # 1,Jennifer Lynn Barnes


 "Para você ele deixou toda a fortuna que tinha, Avery, e tudo que ele deixou para nós foi você."

Avery Grambs só quer uma bolsa de estudos e sobreviver. Até que tudo muda no instante que recebe a noticia que herdou a herança de Tobias Hawthorne. Alguém que ela nunca conheceu e que deserdou sua família para lher dar tudo.Todavia, para ter acesso a herança, Avery deve viver na mansão dos Hawthorne  com toda a sua família por um ano.

 Por que alguém deixaria uma herança para ela? Precisando de respostas, Avery vai fundo para descobrir a verdade sobre a família de Hawthorne. Porém, Tobias sempre gostou de quebra-cabeças e para ter as respostas que deseja, nada será fácil.

Um YA vibes “Entre facas e segredos”, com um toque de Cinderela. Foi simplesmente viciante, divertido e intrigante.Havia tantas perguntas em torno da Avery, dos 4 irmãos e cada resposta trazia uma nova charada.

Jennifer Lynn Barnes trouxe mistérios sombrios, com um elenco jovem e que se destaca individualmente com boas charadas. Enquanto lia me senti dentro da mansão: procurando pistas, descobrindo passagens secretas, admirando bibliotecas gigantes, vendo cada irmão. Eu poderia morar nesse lugar também?

 O ritmo é acelerado e quando você percebe, todas as peças do quebra-cabeça se encaixam e não te deixam respirar. Confesso que a criação de um triangulo amoroso e o final me deixaram em cima do muro. Mas, algumas questões ficaram em aberto e por isso, mal posso esperar pelo segundo volume.

Todos os personagens tem personalidades fortes,curiosas e uma dinâmica divertida. Avery é fascinante. Inteligente, ousada e altamente engenhosa. Ela não era uma vigarista e precisava provar que foi escolhida por um motivo. 

A escrita é excepcional, a trama instigante e tudo muda o tempo inteiro. Definitivamente, um dos melhores YA’s com thriller do momento.

Adorei as vibrações que a história passa: as contradições em torno dos Hawthrone’s, as mudanças repentinas na vida de Avery e porquê um homem deixou tudo para uma estranha ao invés da sua própria família.

 Uma fuga divertida da realidade, um jogo perigoso e cheio de reviravoltas. Não vejo a hora de continuar esse mistério.

Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.




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