Me deito na cama e me refugiu nos livros. Por fora pareço ótima, mas por dentro meu coração sangra e ninguém sequer nota.
As pessoas esquecem que as palavras tem o poder de uma espada, elas cortam, retorcem e machucam. Suspiro em meio a agonia nauseante e tento escapar para o faz de conta. É mais fácil assim e me deixo ir.
Covarde não é bem o termo apropriado para me descrever, apenas estou cansada de revidar, não vai adiantar nada falar contra a insensatez. Não preciso ser a heroína todo o tempo, mas também não gosto de baixar a guarda.
Manter as pessoas a um braço de distancia é a solução mais lógica, mas também é a mais difícil. Não posso me conter e escapa fagulhas para todo o lado. Me sinto queimar de novo e fujo outra vez.
Nessa vida a melhor arma é a paciência, afinal tudo passa, inclusive a dor. Me pergunto se alguém é verdadeiro, ou se todos se escondem em suas capas brilhantes e olhos gentis. Prefiro mais ser eu mesma a fingir, mas toda escolha tem um preço e o meu é a dor.
Me pergunto se alguém vê além da faxada de garota durona que criei e enxerga as rachadura de palavras em meu coração. Sinto os lençóis em baixo de mim, a suavidade, a maciez do colchão, o conforto do lar que nem todo mundo tem. Sinto o ar pesar em meus pulmões e a chama da raiva se acender.
Eu sinto...
Mas não quero me importar com o que dizem as vozes em minha cabeça.
-Egoísta
-Feia
-Magra de mais
Não importa o adjetivo, sempre tem alguém para apontar os nossos defeitos. Não importa se na sua frente sorriem. As palavras podem mentir.
Choro até adormecer, mas nem o sono me alivia. A paz que espero não vem. Meu ultimo pensamento é que amanhã talvez seja melhor.
Sinopse: Para
continuar - Envolver-se com a jovem Ayako é a oportunidade perfeita para
Leonardo César esquecer a sua vida tediosa e perigosamente limitada, tudo por
culpa do seu coração defeituoso.Enquanto isso, com a ajuda de seu
avô, Ayako tem a difícil missão de manter inacessível um porão de dimensões que
vão além da loja de luminárias que ela gerencia, repleto de milhares de
lanternas orientais, cujo mistério envolve os habitantes do bairro da
Liberdade.
A partir dos crescentes encontros
entre Leonardo e Ayako, uma nova lanterna surgirá para os dois. Eles terão que
protegê-la com afinco, ou tudo que construíram juntos poderá desaparecer a
qualquer momento.O que ninguém conseguiria prever é
que Ho, um jovem chinês também apaixonado por Ayako, colocaria em risco o
futuro desse objeto. E com ele, o sentimento mais importante que dois seres
humanos já experimentaram.
Quando li "Belleville" do felipe
Colbert, fiquei fascinada com a escrita leve, descontraída e encantadora de
suas histórias. Não poderia ser ao contrario com seu segundo livro : Para
Continuar.
Leonardo é um jovem de 20 anos que
infelizmente não tem uma vida normal, pois seus problemas de saúde não permitem
grandes aventuras e diversões. Ele sofre de cardiomiopatia dilatada idiopática,
uma insuficiência no coração que não bombeia sangue direito. Sua família, seu
melhor amigo e sua ex-namorada são os únicos que sabem de sua condição física.
"Com essas e outras, devo ser o cara mais
bunda-mole de toda a faculdade, não só por andar com um atestado que me impede
de jogar uma simples partida de futebol ou por recusar inúmeros convites no
barzinho, mas por ter um coração de gesso que pode se espatifar de uma hora
para outra”.
Cada dia, Leonardo vive tentando não
correr , limitando suas opções, já que não pode ter o próprio carro e nem
trabalhar, por enquanto. Mas, é em uma das suas idas para a faculdade, que ele
vê Ayako no metro. Fascinado com a beleza e excentricidade, ele sente de frente
e nao quer esquecer do seu rosto, até que eles compartilham uma musica
japonesa, mas nao dá tempo para se conhecerem mais.
“Talvez eu devesse ir atrás da garota, mas
minhas pernas continuam presas em algum lugar no tempo em que passamos lado a
lado, tornando tudo que está acima delas incapaz de agir. E quando eu as recebo
de volta, já é tarde.”
Outro dia, ele tem a sorte de encontrá-la
e a segue para uma loja japonesa de luminárias no bairro da Liberdade em São
Paulo. Ayako trabalha na loja com seu avô e com Ho, um adolescente com
problemas mentais , em que seu avô é o tutor legal. Apaixonado por ela, Ho faz
tudo ao seu alcance para não decepcioná-la. Porém, Ayako tem responsabilidades
acima de cuidar da loja; cuidar das lanternas que ficam no porão e que são um
grande mistério.
"É nesse instante que, em alguma lacuna do
lugar, nossas visões se impactam. Do meu lado, se fosse um pouquinho mais
forte, quebraria todas as lâmpadas, lustres, luminárias e plafons à nossa
volta. E, se houvesse um momento para meu coração realmente parar, seria
esse."
Essas lanternas representam o amor das
pessoas, segundo seu avô.Toda vida que o amor nasce, uma lanterna se acende,
podendo aumentar ou diminuir seu brilho conforme a intensidade. Leonardo vai
até a loja, se apresenta a Ayako e Ho quase o mata por ciúmes. Logo, Leonardo
encontra dificuldades para se aproximar de Ayako, ainda mais com suas limitações,
porém ele desconhece o grande segredo de Ayako e ela ainda não sabe sobre o
seu.
"Cada uma delas conta uma história.
Só que a lanterna que ela tanto espera, teima em não estar lá."
O que pode ser um simples romance com um
toque de cultura japonesa,deixa de ser simples com o jeito que a historia se
desenrola. Não consegui largar do livro nem na praia gente, tem noção? Aquele
toque de mistério, fantasia e romance, que torci até o fim pela felicidade de
Ayako e Leonardo.
Continuo me perguntando se a história das lanternas possa
existir, e se não deveria.
Leonardo apesar dos problemas físicos
é tão fofo que dá vontade de abraçá-lo o tempo inteiro. Ayako é uma garota
tímida e misteriosa, que senti pena e queria ser sua amiga, ajudá-la a cuidar
do seu avô e tirar a responsabilidade de suas costas por algum momento. E Ho,
apesar de ser um jovem com problemas mentais, me irritou um pouco no inicio
pelos seus ciúmes exacerbados, mas no final tomou conta do meu coração.
“Ela está disfarçando e eu continuo sem
compreender o porquê. É como se a nossa conversa tivesse sido arrebentada com a
mesma tensão de um elástico que se estica até não aguentar mais. Ainda assim,
eu insisto."
“Para Continuar” é um livro que assim como
“Belleville” tem alguma lição de amor para dar e não se engane, não é clichê.
Os personagens são cativantes e creio que essa história foi a mais leve, emocionante e que merece algumas horas. Aposto que depois de lê-lo você não se
esquecerá, além de desejar conhecer um pouquinho da cultura japonesa.
"Sabe que isso só potencializaria a sua
angústia. Prefere acreditar que as páginas de sua vida ainda estão sendo
escritas."
Sinopse :Uma sociedade definida pelo
sangue. Um jogo definido pelo poder.
O mundo de Mare Barrow é
dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos:
plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes
sobrenaturais os tornam quase deuses.
Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças
de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do
destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a
toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria
possível, se seu sangue é vermelho?
Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear
uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe — e Mare
contra seu próprio coração.
A rainha vermelha estreou em
1º lugar na lista do New York Times, e continua no ranking deste então. O
diretos para cinema foram adquiridos pela Universal, que fará o filme com
roteiro de Gennifer Hutchison (Breaking Bad) e produção de Benderspink (Efeito
Borboleta) e Pouya Shahbazian (Divergente).
No
momento que vi o livro A Rainha Vermelha me lembrei daquela capa maravilhosa de
Mentirosos. Mas, capas á parte, foi por tanto ouvir falar que não podia deixar
de fora esta distopia/fantasia.
Uma distopia YA que traz uma sociedade dividida
pela cor do sangue: Prateados, pertencente á elite; e vermelhos pertencente á
plebe. Porém, os prateados são diferenciados pelos poderes sobrenaturais que
possuem. No início somos apresentados a Mare Barrow, uma garota de origem
vermelha, que vive na miséria e sempre roubando para garantir sustento da sua família.
Podemos ver o sentimento de injustiça e uma sociedade segregada internamente.
“Muitos
vibram em acordo. Precisei de toda a minha força para não pular em cima desses
covardes que jamais estarão na frente de batalha ou enviarão seus filhos para o
combate. A guerra prateada deles é paga com sangue vermelho.”
Mare
é uma personagem forte, determinada que luta pelo que acredita. Depois de
alguns dias acontece um evento inesperado e ela é levada para a cidade prateada
e descobrem que ela é diferente. Mare não procura romance e esse foi um dos
pontos positivos do enredo, o fato do romantismo está em segundo plano. Ela tem
objetivos e tudo para ver o cenário melhorar.Em meio a conflitos com o aparecimento da Guarda Escalate que desafia os prateados, Mare precisa escolher um lado e lutar em busca de justiça.
O mundo é prateado, mas também cinza. Não existem o preto e
o branco.”
Mesmo
tendo reparado elementos comuns de distopias e ter me lembrado um pouco de
Trono de Vidro, o toque de poderes sobrenaturais aos prateados foi interessante
diante da guerra por justiça. E lembre-se: Todo mundo pode trair. Essa é uma
frase que com o passar da história vemos ser a mais pura verdade em todos os capítulos.
"Tanto quanto eu queira ficar aqui,
parar o tempo e fazer com que esse momento dure para sempre, eu sei que isso
não é possível. O que quer que eu sinta ou pense, Cal não é o príncipe a quem
eu estou prometida. E mais importante, ele está do lado errado. Ele é o
inimigo. Cal é proibido."
Uma garota que é elevada sem querer. Da simplicidade para a vida real, que lutará para ficar com os seus, e até mesmo combater aqueles considerados superiores.
"Parte de mim deseja se submeter às correntes, a uma vida
cativa e silenciosa. Mas eu já vivi uma vida assim, na lama, nas sombras, numa
cela, num vestido de seda. Jamais serei submissa de novo. E jamais vou parar de
lutar."
Uma
distopia incrível, cheia de reviravoltas, repleta de ação e elementos comuns e
diferenciais das distopias atuais. Vale a pena dar uma conferida, porque estou
extasiada com o final desse livro e ansiando pelo seguinte.
"E nós vamos nos levantar. Vermelhos
como a aurora."
Tema #03:O seu comportamento em casa na visão do seu animal de estimação.
Na
primeira vez que eu soube que iria ganhar um cachorrinho, mal pude me conter.
Sempre sonhei em carregá-lo, acariciá-lo, brincar e conversar com alguém que
sente quando estamos tristes ou que somente pulam para valer só por sentir
nossa felicidade.
Ver aquela bola de pelos pequena correndo pela
cozinha deixava meu coração leve, sem estresse e tudo se esvaziava de mim. Se
eu sentia isso quando você era apenas um bebezinho, aprendendo a latir,
correndo e caindo, fazendo suas necessidades em todo lugar e levando bronca dos
meus país; mal posso imaginar o que você sentia ao me ver ou que fechava os
olhos toda vez que eu passava a mão em seu pelo, puxava você no meu colo e
abraçava.
Se
esconder debaixo da cama era fácil para você, pequeno. Eu ficava procurando pela
casa e você quietinho, se escondendo do meu amor. Okay, talvez fosse exagerado,
mas melhor ser demais do que ser de menos.
Vi
você crescendo rápido demais. Ficando cada vez mais agitado e carinhoso, quase
pulando e me levando ao chão junto. Ao voltar para casa, sei que sentes meu
cheiro, sei que acorda ao escutar minha voz e me olha como alguém que não me vê
a séculos que daria tudo pela companhia. Por ser grande demais, faço carinho e
meu cansaço vence.
Vou
apagando as luzes sempre esperando que você vá para a casinha, no entanto você
sempre fica. Em pé, olhando e talvez pensando: fica mais um pouco, já faz algum
tempo que não te vejo e estou com tanta saudade. Coração apertado novamente e
para continuar , apago as luzes e fico esperando você deitar para dormir, para
que no dia seguinte me acorde com seus latidos e eu desça as escadas correndo
para te acariciar.
Sinopse:Zac e Mia - A última pessoa que Zac esperava encontrar
em seu quarto de hospital era uma garota como Mia - bonita, irritante,
mal-humorada e com um gosto musical duvidoso.
No mundo real, ele nunca poderia ser amigo de uma pessoa como
ela.
Mas no hospital as regras são diferentes. Uma batida na
parede do seu quarto se transforma em uma amizade surpreendente.
Será que Mia precisa de Zac? Será que Zac precisa de Mia?
Será que eles precisam tanto um do outro?
Contada sob a perspectiva de ambos, Zac e Mia é a história
tocante de dois adolescentes comuns em circunstâncias extraordinárias.
A partir do momento que vi a capa de Zac & Mia e me deparei
com alguns trechos, mal podia esperar para lê-lo. E não deu outra, senão uma
mistura de emoções, de alegria á dor, mas principalmente felicidade, pois essa
história tem muito o que ensinar e foge dos contextos atuais.
“Preciso interagir com pessoas da minha idade, em tempo real. Preciso
de algo que me faça lembrar do mundo, sem censura ou cautela. ”
Zac & Mia, dois jovens que sofrem de câncer. Zac tem
leucemia e está quase voltando para casa, pois acabou de receber uma medula óssea
alemã ou a Helga como ele costuma chamar. Mia tem osteossarcoma (câncer nos
ossos das pernas), mas dificilmente aceita sua condição. Baladeiira, popular e
um pouco omissora do que acontece na sua vida para seus “amigos” e para si
mesma. Em um dia, um novo membro é instalado no quarto 2, porem é a jovem Mia
que ali está, sempre escutando musica alta e sempre silenciosa.
“Não sou lutador e provavelmente nunca vou ser muito corajoso.
Fiquei deitado na cama por vinte e sete dias consecutivos e consegui recuperar
o controle dos meus intestinos. Consegui perder cem por cento do cabelo, e
minha cabeça de alguma forma dobrou de tamanho.”
Mia luta contra a ideia que está doente, ainda saindo com os
mesmos amigos, vivendo sua vida badalada
de vez em quando, mas precisa amputar uma perna e terá que encontrar um jeito
de seguir em frente depois de mutilada. Zac & Mia acabam se conhecendo mais
depois de adicionarem um ao outro no facebook e falar pelas paredes. Duas
pessoas que em condições normais não se cruzariam, porem ambos buscam
recomeços, esperança e um futuro um pouco mais longo, em que limitações não impeçam
seus sonhos.
“Está experimentando uma nova forma de terapia, tentando fazer
as células cancerosas dela se auto destruírem espontaneamente? Existe alguma
Cura Milagrosa da Lady Gaga para o câncer de qual nunca ouvi falar?
Zac & Mia é um livro sensível, romântico, com diálogos engraçados
e reflexivos e lições de vida que fogem do clichê de alguns livros sobre câncer.
Fugindo da doença e focando um pouco mais na amizade. Recomendo a obra para
todos, seja amantes de “A culpa é das estrelas”, seja quem adora um romance
reflexivo, aposto que você não se decepcionará com o enredo deste livro.
“ Há tanta coisa que ela ainda não compreende: que fica melhor;
que não é culpa dos médicos. “Não lute”, eu quero dizer. “Não puxe a alavanca
da Saída de Emergência. Tome as pílulas e aproveite o passeio como der. “Eu
queria poder dizer isso a ela. Eu queria poder dizer a ela quanta sorte tem. ”
Confesso que segurei meu choro em algumas partes e apertei meu
coração para não doer tanto, mas impossível seria não refletir um pouco sobre esses
dois jovens e milhares que estão nesse momento tentando encontrar coragem e
força para enfrentar as diversas doenças que maltratam suas vidas.
“Ele sorri e o sorriso fica bem nele, melhor do que poderia
imaginar. Fico admirando por dois segundos, esperando poder lembrar. ”
Bia, 27 anos, mora em João Pessoa, PB. Fisioterapeuta, instrutora de pilates e amante da literatura. Sempre foi amante de livros desde criança e em 2014 criou o Blog Meu Coração Literário para compartilhar sua paixão. Além de ser viciada em café, series e filmes. Pensa em ser muitas coisas, mas de uma ela tem certeza: leitora assídua nunca deixará de ser.