Sinopse: Ao internar a filha numa
clínica, o pai de Brit acredita que está ajudando a menina, mas a verdade é que
o lugar só lhe faz mal. Aos 16 anos, ela se vê diante de um duvidoso método de
terapia, que inclui xingar as outras jovens e dedurar as infrações alheias para
ganhar a liberdade.
Sem saber em quem confiar e determinada
a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por
muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de
vida hostil. V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de
opressão.
Juntas, as cinco amigas vão em busca de
uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de
desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.
Originalmente em inglês , o titulo Sisters in
Sanity não deu o real valor como foi o titulo em português. E só para fato de
curiosidade, este foi o segundo livro escrito pela Gayle Forman. Assim como os
demais livros dela, temos jovens se descobrindo, passando por dramas que mudam
suas vidas, enfrentando conflitos internos e refletindo na sua visão exterior.
O que há de estranho em mim, primeiro romance da autora, traz uma historia
totalmente intensa e que se você ler, vai notar que ficará meio chocado com a existência
de certas instituições reformatórias.
Brit é uma jovem de 16 anos que é internada em
um reformatório juvenil por seu pai,que acredita estar dando um fim a sua fase
rebelde.Desde a perda da sua mãe há 3 anos, a jovem e seu pai tiveram um
impacto maior do que imaginavam nas suas vidas. E pelos olhos de seu pai e de
sua madrasta, Brit tem ultrapassado o limite com suas rebeldias: seja com o
cabelo colorido, estilo Punk rock e piercings.
Todavia,
ao chegar ao reformatório, os métodos duvidosos de terapia só fazem mal a ela e
as outras residentes. Com isso, ela se junta com mais quatro garotas para
sobreviver aquela prisão e se libertarem de suas próprias insanidades.
“Quando me trancaram na Red
Rock, comecei a me sentir vazia, cansada e, na maioria das vezes, revoltada. Em
alguns dias, eu simplesmente desejava desaparecer da face da Terra. Portanto,
não só eu não fazia a menor ideia de quando poderia
voltar à minha vida normal, como também não sabia quem eu seria quando isso enfim acontecesse.”
Desde o início, foi impossível não me
sentir extremamente angustiada pelas vivências de Brit na Red Rock. O lugar
beira a crueldade devido ao anti-profissionalismo e ao descaso com que as
jovens são tratadas, ainda mais se levado em conta o estado de vulnerabilidade
com que chegam lá. E a situação apenas tende a piorar: todas as “terapias”
oferecidas nada mais são do que um misto de abuso de poder e destruição gradual
da auto-confiança de cada jovem para que possam se tornar obedientes devido ao
próprio medo e culpa sentidos por elas.
A vida de Brit é passada por meio dos flashbacks que
nos permitem conhece-la antes de toda a trama, o porquê das suas atitudes de
angustia e revolta. Os absurdos da Red Rock que só faz piorar a situação das
meninas, insultando-as , tratando como escravas e isso nem ocorreria em prisões
normais. Me revoltei mesmo. Não poderia ser gay, não poderia ser magra demais
ou gorda que seria o caso para terapia. Mas, minha indignação maior foi com os
pais que não querem enxergar seus filhos como são e buscam corrigi-los, acerta-los
e conserta-los como bonecas quebradas.
“Era como se a música me
curasse, trazendo de volta a pessoa eu era, a minha autoconfiança, lembrando
que os seis meses anteriores eram apenas uma exceção. A vida real era
maravilhosa e, por mais distante que parecesse naquele momento, ainda existia. Eu ainda
existia.”
O que há de estranho em mim foi uma leitura rápida,
com suas poucas 214 páginas e com uma fluidez que me permitiu terminar o livro
em uma tarde e uma sentada. Toda a injustiça no Red Rock me instigava mais a
ler e querer um final justo para aquela história.
A
autora soube abordar de maneira digna um tema que eu, pelos menos, nunca tinha
lido sobre e que acredito ter pelo mundo reformatórios com maneiras piores de “curar”
as pessoas de algo que elas são, e não de tratar e ajuda-las da maneira devida.
Uma voz para todos os jovens perdidos, confusos e incompreendidos pela família,
pelos amigos e pela sociedade. Digna de recomendação, de admiração e orgulho
<3