Quando
alguém me fala sobre você, eu não lembro do fim conturbado, nem das lágrimas
que deixei cair, nem muito menos do silêncio entre nós. Eu lembro da primeira
vez que disse que me amava, do primeiro beijo e do seu cheiro. Lembro que o
filho do meu amigo tem seu nome e que meu peito fica apertado ao
pronuncia-lo.
Lembro das brincadeiras da
adolescência, da sua risada que eu amava e quando você dizia meu nome todo
sério. E daquelas muitas vezes que você escrevia uma palavra errada e ao
corrigir, você dizia o quanto eu era boba por isso. E é aos pouquinhos e nos
montes que me lembro no fim da noite ou no inicio do dia. De frente para trás e
vice-versa. Do começo ao fim. Do término ao inicio de tudo.
Fico pensando nas
reticências que continuam a povoar minha mente e ao meio tão bonito da nossa
história. Lembro dos "princesa","minha vida" e outros
apelidos que acabei aceitando por gostar da forma como você sorria ao me
chamar. Foi há algum tempo e parece tão perto quanto naquela vez que você me
deixou sem respirar.
Foram tantos dias, meses e anos, que poderia te amar por
uma vida toda e não te esqueceria. Eu me
lembro das nossas missões, dos sussurros abafados e dos olhares intensos. Eu
lembro da rotina, do nosso dia a dia que não deixava-nos virar monotonia.
Lembro de quando era feliz ao seu lado, mais calma e serena, como uma bomba
desarmada.
E era por sua causa que eu acreditava nas histórias, nos contos de
fada. Quem sabe aquele romance impossível viria a ser tão real quanto. Talvez
eu escreveria um livro com sua ajuda, poderíamos inventar um pouco ou
apimentar, adocicar ou salgar o nosso "nós". Fomos os loucos,
insanos, calmos e explosivos. Um misto de caras e caretas, mas um sentimento
que poderia transformar o mundo se pudéssemos.
Eu conheci o amor de longe e de
perto, o que machuca e cura, acende e apaga. Conheci-o de verdade, o mais fundo
possível e acreditei nisso. É impossível não amar, não sentir nada por quem se
sentiu tanto. E agora, continuo a me lembrar dos "para sempre",eu te
amo","casa comigo", " vamos ter muitos filhos”.
Caminhando
como estou, quase paro para ficar sorrindo para o céu ou triste por ter perdido
esse amor. Eu não posso esquecer, nem se quisesse, porque não sei como continuo
te amando, mas continuo ao lembrar de tudo.