Sou
daquele tipo que gosta de pensar demais no futuro: o tempo que levarei para me
formar, como me casarei, quantos filhos terei, a casa e a enorme estante que
terei. Nada demais pensar um pouco mais à frente, não é? Olho pouco para o
passado nos últimos anos e tento ser atemporal a meu tempo.
Daqui a 10 anos, desejo ler meus diários, rir daquele amor bobo que eu sentia na adolescência, acreditar que o tempo que passei estudando nunca foi em vão, aceitar que meus erros não sumirão da minha vida, mas serviram para me ensinar a viver mais, sem me machucar. Logo, pensarei também nas alegrias que vivi e no quanto amei, mesmo de maneira introvertida. Gosto de pensar nisso e mais ainda tentar olhar 10 anos à frente. Colocar os olhos em um telescópio que pudesse me visualizar no futuro, me ver vestida de branco, com o cabelo médio, um sorriso ainda largo no rosto, salvando vidas e se o tempo der, ainda escrevendo, mesmo sem ser profissional, mas como uma garota(garota?) Atrevida mesmo, que começou aos 8 e não parou aos 30.
Já parou os minutos para pensar nos anos futuros? Ou você é aquela pessoa que vive o momento? Calma lá, também sou assim. Pelo menos, estou tentando não planejar tanto, não escreve nas 3 agendas meus compromissos diários, que insistem em ditar minhas horas. Qual tipo de compulsão será essa? Nem eu sei dizer, mas deixo os dias irem aos poucos, querendo que as horas sejam ora rápidas, ora lentas, dependendo do momento e da companhia.
Não procuro pensar muito e se penso, tento não
colocar tanta expectativa, sabes que o destino pode fazer a maior montanha
russa do parque de diversões: sua vida. Se subo e desço, tudo bem. Todos têm
seus momentos. Se fico pensando nos nomes dos meus filhos, nas raças dos meus
cachorros, nos livros que terei( sou viciada , gente!) e se me vejo como
adulta( coisa que acho difícil aceitar, mas aceito), então assim escreverei no
meu diário na fase dos trinta. Eu cresço. Amadureço. Crio asas e tento todos os
dias voo alto, visando para os lados, mas ansiando chegar naqueles sonhos que
quero viver. Por mim. Para mim, só para ver o que o futuro me reserva e talvez
seja bem melhor do que imaginei.